Esbaldando emoção! Essa pode ser a sensação que muitos terão ao acabar de ver o capítulo final da trilogia "Como Treinar o Seu Dragão", que começou bem pequena lá trás, mas me lembro como se fosse hoje meu ódio por não terem dado o prêmio para ele em cima de "Toy Story 3"(não vamos discutir isso agora!), pois lá em 2010 já eram muitas cores, muita simbologia, e uma vivência emocionante de amizade, carinho e cumplicidade entre o protagonista e o seu dragão de forma que fomos conhecendo cada detalhe, vivendo cada voo juntos, e tudo mais que a linda trama foi construída em cima dos 13 livros em que se basearam para contar, e agora passados 9 anos podemos dizer que chegaram muito próximo da perfeição no conceito da animação, e contando até mais história que os outros dois filmes juntos, esse novo e derradeiro ato consegue ser simbólico novamente para passar a sensação de dever cumprido, de ter conseguido manter a essência sem invenções bregas, sem sair do eixo, e principalmente feito todos os marmanjos da sessão darem aquela emocionada básica na penúltima cena, e depois ver um grandioso fechamento. Claro que é assim como os anteriores, as cores, os dragõezinhos, e as trapalhadas vão conseguir divertir os pequenos, mas diria que esse é o mais maduro dos três filmes, e talvez até canse um pouco os menores, mas quem acompanhou tudo certamente vai gostar muito do resultado final, e claro irá querer passar para seus pequenos toda essa mensagem de carinho e envolvimento familiar.
A sinopse nos mostra que o que começou como uma improvável amizade entre um viking adolescente e um terrível dragão Fúria da Noite tornou-se uma trilogia épica que abrange as suas vidas. Neste próximo capítulo, Soluço e Banguela finalmente descobrirão seus verdadeiros destinos: o chefe da aldeia como governante de Berk ao lado de Astrid e o dragão como líder de sua própria espécie. À medida que os dois ascendem, a ameaça mais sombria que enfrentaram - bem como o surgimento de outra Fúria da Noite - testará os laços de seu relacionamento como nunca antes.
Se no primeiro filme o diretor Dean Deblois dividia a função com Chris Sanders, logo que assumiu sozinho a cadeira fez com que o filme tomasse um ar mais maduro, mantendo a diversão, mas com uma trama mais séria e envolvente, mas por ser 13 livros a história inteira, imaginava-se que fariam pelo menos uns 5 filmes pelo menos, e quando anunciado que seria fechado com uma trilogia, muitos já imaginaram como poderia acabar, ou melhor, como é dito em todos os inícios dos livros, como os dragões sumiram do mundo. Pois bem, Deblois foi muito criativo, sincero e extremamente delicado para que a honraria ficasse bem colocada da forma mais simbólica e bela possível, assim como Cressida Cowell foi em seus livros, de tal maneira que o filme passa essa beleza ao encontrarmos o refúgio dos dragões cheio de brilhos, luzes e cores, ao conhecermos o vilão com um ar sombrio bem demonstrado cheio de tensão, os flashbacks com o pai todos num tom mais emocional quase esfumaçado e bem vivido. Ou seja, o diretor quis entregar algo que foi muito além do que acabaria acontecendo com qualquer outra animação, trabalhando texturas e enchendo a tela com muita beleza para ser apreciada pelos fãs da saga, e claro, fãs de cinema mesmo.
Sobre os personagens, basicamente já conhecemos quase todos os que estão na tela, com Soluço e suas engenhocas, sendo bem atrapalhado, mas assumindo aqui a personalidade de líder que lhe é confiada, e o jovem consegue trabalhar bem sua personalidade para atingir isso. Temos claro Banguela, nosso querido e amado dragãozinho de estimação, cheio de virtudes, mas fazendo coisas mais geniosas e incríveis para amarmos mais ainda ele, e se tornando mais grande ainda aqui. Temos os demais vikings bem colocados cada um nas suas características (bem diferentes do livro, mas que aprendemos ao que vimos com cada um nos demais filmes a ganhar carisma e desenvoltura). Mas eis que agora surgiram os novos Fúria da Luz, que com muita sensualidade e personalidade de uma gata manhosa conseguiu conquistar o coração do dragãozão com muito envolvimento e deslizes pelo ar, em gratas cenas maravilhosas. Conhecemos o vilão bem imponente Grimmel, que nos livros aparece muitas vezes, mas aqui ganhou um ar bem forte, cheio de marra, trabalhando com seus dragões imensos que lhe consideram como alfa, cuspindo ácido e muito mais de veneno, ou seja, conseguiram entregar um vilão realmente, coisa que raramente vemos em animações. Ou seja, ótimos personagens bem desenvolvidos que certamente poderiam ter muitos outros filmes para nos agradar.
Visualmente o longa é ainda mais perfeito, pois como disse o diretor e sua equipe entregaram tantas texturas, tantas cores, planos-sequência incríveis, flashbacks bem moldados e interessantíssimos para entendermos ainda mais a personalidade que o protagonista tomou, símbolos aparecendo em cada ato, barcos de guerra perfeitos de elementos cênicos, figurinos desenhados com escamas de dragão para dar um ar de convívio dos personagens, ou seja, foram além do que esperava ver na telona. Agora se tem algo que poderiam ter feito algo a mais foi com o 3D, pois volto a frisar, longas com voos precisam abusar da tecnologia para que as crianças brinquem, e o filme ousou muito pouco, ou quase nada, tendo raras cenas com uma profundidade maior, mas praticamente nenhum elemento saltando ou se destacando com a tecnologia, de modo que usaram a técnica apenas para ganhar texturas e moldar os personagens para serem o mais real possível.
Enfim, é um filme que não dá para diminuir as palavras, e se fiquei apaixonado pelo primeiro, morri de amores pelo segundo, agora no terceiro a emoção bateu forte, e até poderia tirar alguma nota dele pela falta de um 3D melhor, mas como costumo dizer, não fez diferença na história, não fez diferença na técnica trabalhada, e quem for conferir sem os óculos verá uma história tão emocionante quanto quem colocar os óculos, e sendo assim, vamos pontuar ao máximo esse encerramento de luxo que a Dreamworks nos entregou, e vou torcer bem ali no cantinho para quem sabe inventarem de fazer uma continuação, embora o fechamento tenha sido incrível, tendo inclusive um epílogo bem encaixado e totalmente emocionante. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos das estreias, então abraços e até logo mais.
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