Sempre ficamos com um pé atrás quando vamos conferir a continuação de algum filme que foi muito bom, pois geralmente costumam enrolar, encher de falhas, e aparecer muitas arestas que não foram desenvolvidas e que os diretores/roteiristas acham que precisam mostrar para evidenciar algo, e com isso acabam destruindo tudo o que vimos de bom, fazendo quase uma bomba relógio de duas horas na telona. Pois bem, felizmente "Creed 2" vai completamente contra essa ideologia, e entrega algo ainda melhor que seu original, pois ao invés de aparar arestas, o novo diretor da produção trabalhou bem o passado com a rixa vingativa pela morte do pai, incorporou o presente colocando uma luta (ou melhor duas) cheias de grandes embates fortíssimos e muito treino, mas principalmente priorizou o futuro de Adonis sem depender de Rocky, trabalhando a essência do lutador com as boas dicas de vivência do experiente lutador, criando algo a mais para poder ser trabalhado, com a família, os amigos e tudo mais. Ou seja, temos realmente um longa daqueles que nos vemos torcendo dentro da sala, se emocionando com diversas situações, e que claramente nos vemos vibrando com o resultado final mesmo após a luta acabar, pois a trama mostra muito mais do que apenas isso, e sendo assim, o resultado impressiona e agrada demais, mostrando que uma continuação pode e deve superar o original.
O longa nos mostra que a vida de Adonis Creed está tumultuada. Dividido entre as obrigações da vida pessoal e o treino para sua próxima grande luta, ele encara o maior desafio de sua vida. Enfrentar um adversário com laços no passado de sua família somente intensifica a próxima batalha no ringue. Rocky Balboa está a seu lado para o que der e vier e, juntos, Rocky e Adonis vão confrontar o legado que os dois compartilham, questionar pelo que vale a pena lutar e descobrir que nada é mais importante do que a família. Creed II é basicamente sobre voltar ao fundamental para redescobrir o que fez de você um campeão e lembrar-se que, não importa onde for, não é possível fugir do passado.
Posso dizer com certeza que o diretor Steven Caple Jr. certamente será bem tietado por outros produtores após o que fez aqui, pois ele conseguiu trabalhar a personalidade forte do protagonista, apresentar praticamente um personagem novo, e juntamente com tudo isso ainda desenvolver as lembranças das lutas do passado sem precisar ficar brincando com flashbacks, sem precisar ficar remetendo detalhes das lutas anteriores, e ainda soube entregar toda uma vitalidade para a produção, lembrando demais os longas do "Rocky" que estávamos acostumados a ver, com uma boa pegada dramática, boas lutas, e sempre bons motes de lições, de tal maneira que a empolgação vai fluindo e agradando com muito impacto, ou seja, o diretor conseguiu moldar sua trama sem pensar muito em como fazer com que o protagonista se destacasse, deixando isso para o próprio ator, e por incrível que pareça, Michael B. Jordan tem uma luz própria da mesma forma que Sylvester Stallone tinha na época, remetendo força e carisma, chamando muita responsabilidade e criando suas lutas de forma ímpar e bem críveis de acompanhar, como se realmente tivéssemos vendo uma super luta de boxe na telona, torcendo e vibrando para que aquele homem saísse vivo dali para lutar pela família depois. Ou seja, o trabalho do diretor foi coeso na forma, soube encaixar o que o público desejava de um grandioso embate, e principalmente fez algo maior do que o que esperado dentro da carga dramática, o que é um grande acerto se colocado com longas desse porte/estilo, e principalmente o jovem diretor não ficou com medo de assumir a bronca depois de tudo que Ryan Coogler criou no primeiro filme.
Já falei um pouco das interpretações acima, mas é de arrepiar o trabalho que Michael B. Jordan fez aqui, e vem fazendo em sua carreira, de tal maneira que entrega com tanta personalidade olhares, sofrimentos, encaixando trejeitos, além claro de se dispor para uma malhação de nível de esportista mundial, ganhando forma e tudo mais para impressionar na tela como Adonis Creed, além de ir para um rumo inesperado, e acabar envolvendo tanto que nem dá para descrever, ou seja, vamos ver ele ainda ter muito destaque na carreira com certeza, e quem sabe uma continuação, agora que seu personagem já está demarcado. Sylvester Stallone apareceu bem menos dessa vez com seu Rocky, mas foi sincero nos olhares, nas dicas, e por ser simples nos atos, conseguiu demonstrar ainda todo o carisma que seu personagem possui sem precisar fazer muito esforço, agradando bastante também. Tessa Thompson foi grande demais nos seus atos, entregando uma personificação incrível para sua Bianca, encontrando olhares claros para se entregar para o protagonista, e ainda por cima botando o gogó para jogo, mandando muito bem cantando, ou seja, foi muito bem. Florian Munteanu não é russo, e sim romeno, mas entregou muita força e interpretação nos atos de seu Viktor Drago, mandando ver na luta, socando o protagonista sem dó (inclusive de forma real em algumas cenas!), mas seu personagem poderia ter sido um pouco mais trabalhado no longa, de modo que descobrimos praticamente tudo, de seu abandono pela mãe, dos desgastes da vida e tudo mais, somente pelas falas do pai, e dos olhares, não tendo praticamente espaço nenhum para um desenvolvimento. É claro que não colocariam outro para interpretar o mito Ivan Drago, e com isso Dolph Lundgren veio com seus trejeitos fortes imponentes bem colocado para mostrar desprezo em cima dos atos de Rocky e agora seu pupilo Adonis, de modo que o ator está um pouco engessado, mas fez bem seu papel. Também deram uma volta com apenas duas cenas para Brigitte Nielsen que em 1985 fazia sua estreia no cinema como Ludmilla Drago, e aqui foi apenas mote de ligação para os momentos dos protagonistas. Além dos protagonistas, temos de dar rápidos destaques para Phylicia Rashid como a serana mãe do Creed, Wood Harris como o treinador de Creed, filho do treinador do pai de Creed, e claro um agenciador de lutas, no melhor estilo dos agenciadores pilantras que vemos hoje, aqui vivido por Russel Hornsby como Buddy.
A equipe de arte também deu um show, entregando ginásios imensos, preparados para duas grandiosas lutas, trabalhos os ambientes de treino com muito impacto, as casas dos protagonistas cheias de detalhes, e ainda por cima tiveram a audácia de criar um centro de preparo no meio do deserto com detalhes dignos de prisões, criando um ambiente forte, inóspito e incrível de ver para dar muita gana de luta, ou seja, a equipe foi minuciosa para impactar e agradar do começo ao fim. A fotografia deu um tom bem escuro para a maioria das cenas, criando muita tensão, mas trabalhando as lutas com uma iluminação forte, foram coesos para mostrar que o diretor não quis brincar com dublês, ousando mostrar os protagonistas com muita força e garra, ou seja, um filmão mesmo.
Além das canções interpretadas por Tessa Thompson, o longa contou com ótimas e inspiradoras canções de combate, entregando um ritmo frenético do começo ao fim, fazendo com que o filme ficasse bem trabalhado e envolvesse a todos, e claro que deixo aqui o link para quem quiser ouvir.
Enfim, é algo raro de acontecer, mas conseguiram fazer uma continuação melhor que o original, todo cheio de virtudes, símbolos e claro boas lutas, de modo que vai agradar quem não é fã de lutas pela boa dramaticidade e emoção passada pelos protagonistas, como quem for esperando muita força e brigas também irá ficar bem feliz. Só não darei nota máxima para a trama pelo motivo que falei de que achei bem pouco desenvolvido o antagonista Drago, ficando apenas como um adversário do qual sabemos ser filho do homem que matou o pai do protagonista, e nada mais, sua vida sendo quase que um enfeite jogado na tela, ou seja, poderiam ter trabalhado bem mais, mas tirando esse detalhe é um filmaço que vale muito a pena conferir na melhor sala possível, pois é impacto sonoro para todos os lados. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
2 comentários:
Olá Fernando! Na boa mano! Só discordo de que esse ator tem a luz de Stallone como antes. que isso Fernando? você é veterano e não tem nem como comparar. o Filme é muito bom, o roteiro excelente mas na minha opinião, péssima escolha em colocar esse Michael para Interpretar com tantos atores bons por aí. O que se destacou demais foi a Brigitte Nielsen mesmo sem tanta atuação juntamente com Dolph Lundgren, isso sim são belos atores. Sinceramente, não convenceu essa péssima atuação de Michael B. Nem em Creed nem em pantera negra, horrível! Infelizmente o que mais vamos ter agora são bons filmes com péssimos atores. "Abraços"
Olá amigo... Sou completamente contra isso de amor por veteranos e clássicos, todo filme teve sua época, ficará marcado, mas não fico com saudosismo!! E sim Michael conseguiu captar bem a essência e puxar a responsabilidade pra ele, mas isso foi minha opinião... sei que tem uma galera que só quer ver filme antigo nos cinemas, então é a vida! Abraços!
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