Sempre gostei de longas envolvendo premonições, analogias de possíveis coisas com números, e claro se tudo isso for moldado em um bom suspense, com certeza o resultado acaba empolgando. Dito isso, ao ler a sinopse de "O Aviso", acabei que fiquei interessado no que poderia rolar, e cá que hoje coincidiu da plataforma me indicar o longa. Pois bem, digo que o filme começa meio morto e após alguns acontecimentos já me vi atento a tela para tudo o que vinha rolando, e como um bom matemático que sou, já fui fazendo algumas contas no mesmo estilo do que ocorre com o protagonista da trama, mas chegar exatamente na conclusão maluca que ele nos entrega é algo para poucas cabeças. Não digo que todos que forem conferir o longa irão se encher de contas na cabeça, mas certamente o pensamento irá florear algumas ideologias, pois já vimos diversos outros longas aonde acontecimentos em sequência acabam ocorrendo, e geralmente algum personagem tenta salvar outros. A sacada aqui, embora exagerada demais, se dá pela montagem um pouco bagunçada que rola em duas épocas 2008 e 2018, mas que acaba forçando demais a barra em cima da ideia total, que ao final até podemos concordar com o protagonista, porém poderiam ter trabalhado mais o método para que tudo funcionasse de forma segura, e o resultado empolgasse mais do que a simplicidade do enredo.
O longa nos conta que Jon é um gênio incompreendido da matemática, cujo futuro promissor foi solapado por um diagnóstico de esquizofrenia. Quando ele presencia um assalto no qual seu amigo, David, é baleado, a antiga paixão pela ciência é reacesa. Comovido pela eminente morte de David, o jovem passa a investigar a ligação entre diversos roubos anteriores e descobre um padrão matemático entre eles. Segundo seus cálculos, a próxima vítima será Nico, um garoto inocente de 10 anos.
Diria que faltou mais atitude para o diretor Daniel Calparsoro moldar a trama que é baseada no livro de Paul Pen, pois a ideia em si é bem segura e certamente numa mão mais ousada entregaria uma trama menos engessada (na terceira ou quarta cena do posto já começamos a nem querer mais ver os protagonistas passando por ali, imagina numas 8 a 10 que o filme tem!!), que trabalharia mais os outros assassinatos que ocorreram no terreno (e não apenas leves flashbacks), que aí sim o longa prenderia (mais do que já faz), transtornaria e com muito envolvimento em cima do suspense causaria para que o público ficasse com o queixo no chão dependendo da situação. Ou seja, não digo que a falha recaia completamente em cima do diretor, mas a falta de algo mais forte por sua parte certamente fez com que o final ficasse levemente brochante.
Sobre as atuações, Raúl Arévalo conseguiu mostrar muita loucura, ao mesmo tempo que entrega uma personalidade formada pelo desespero de tentar entender tudo o que está rolando com seu Jon, e claro ao seu redor, mas deixou tudo muito superficial na sua tese, mostrando que poderia ter ousado um pouco mais para que seu personagem empolgasse em alguns momentos, porém o filme só não ficou ruim por sua causa, pois quanto aos demais foi algo bem difícil de falta de expressividade. Outro que deu alguns bons trejeitos, principalmente na forma de medo, foi Hugo Arbues com seu Nico, mostrando que o garotinho tem até um certo futuro se souber segurar alguma trama melhor, mas mostrou-se bem seguro nos olhares, e falho nos diálogos, o que pode ser um problema por parte do roteiro, ou seja, foi bem no que se propôs ao menos. Quanto das moças, diria que tanto Belén Cuesta quanto Aura Garrido, com suas Andrea e Lucia respectivamente, foram bem coesas em seus momentos, mas como seus personagens foram apenas de apoio, o resultado delas acabou pecando um pouco.
A cenografia do longa tinha tanta coisa para ficar mais interessante, mas que foi deixada incrivelmente de lado ficando apenas como ambientação, pois poderiam ter trabalhado as diversas análises que o protagonista faz em sua casa, suas paranoias visuais, e tudo mais, mas focaram tanto no posto, tanto no hospital, que o resultado visual acaba ficando simples demais de ser visto, e nas cenas que trabalharam com efeitos especiais acabaram soando bobos demais (como por exemplo na cena das mariposas voando para todo lado em cima do protagonista, ele se chacoalha todo e nem piscar pisca com os bichos batendo em sua cara!!), ou seja, fraco demais de conseguir emocionar pelo ar passado.
Enfim, é um longa que tinha uma tremenda proposta, mas que resultou em algo simples demais para empolgar como poderia. Ou seja, até dá para perder 93 minutos conferindo o longa, em alguns atos a tensão soa suficiente, mas certamente muitos irão chegar ao fim e falar: "mas só isso!", e assim sendo não dá para recomendar ele, pois ficou mediano demais. Bem fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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