Já ouviram aquele ditado, de que é melhor parar enquanto está no auge? Pois bem, acho que Clint Eastwood anda meio surdo com seus quase 90 anos, pois ele não para, e aqui fazendo um papel que também possui essa idade, ele entrega sua nova produção de uma forma tão monótona, que mesmo sendo algo bem executado, acaba cansando e sem empolgação para qualquer pessoa, e sendo assim, "A Mula" é uma constatação clara do que acontece muito nos EUA, aonde jovens senhores andam caindo no golpe da grana fácil, atravessando o país em suas caminhonetes para levar a droga mexicana até os pontos de distribuição, porém além disso, a trama procura mostrar um outro vértice, o de priorize sua família ao invés de seu trabalho, aonde o diretor também tenta mostrar um pouco dos seus erros na vida pessoal através de falas e atitudes, dando a entender no final, que também deveria pagar por esses erros. Ou seja, temos algo meio que denso dentro de uma proposta simples, mas que apenas soa bonitinho de ver, sem nada que impressione como poderia, nem chegando a nada impactante.
O longa nos mostra que Earl Stone está falido e recebe uma oferta de trabalho fácil: usar sua caminhonete para fazer transportes. Mas o que ele precisa levar é nada menos que tabletes de cocaína, a mando do Cartel de Sinaloa. Earl acredita que ele passará despercebido pelas estradas, mas ele acaba chamando atenção do agente da DEA Colin Bates.
Como bem sabemos Clint já teve grandes glórias e grande fiascos em sua carreira, e ultimamente tem se desesperado por entregar um número maior de filmes, do que longas com qualidade realmente, e embora suas tramas tenham bons momentos, diálogos bem encaixados, situações bem desenvolvidas, o resultado final acaba ficando bem abaixo do que realmente poderia, pois não tem mais aquela explosão clássica, claro que tivemos nesse meio do tempo algumas ótimas obras como "Sully" e "Sniper Americano", mas aqui ele acaba desenvolvendo uma simplicidade muito pacata para algo que poderia ter rumos melhores, e mesmo com boas jogadas simbólicas de sua vida, o diretor não consegue mais se dirigir como costumeiramente fazia, e o resultado soa frouxo tanto na personalidade do protagonista, quanto na forma dirigida que entrega a história para o público, fazendo algo calmo demais, sem muitas perspectivas, nem afrontes. Ou seja, é um longa comum, com uma história até bem pautada, mas que não vai para lugar algum, nem empolga em momento algum, sendo apenas condizente em não entregar algo ruim de ser assistido.
Sobre as interpretações, Clint sabe bem o que faz sempre, e não a toa se colocaria como um senhorzinho de 90 anos, mulherengo, que praticamente largou a família de lado pelo serviço e vida boêmia, e que acaba ludibriado pelo alto ganho de transportes de drogas, ou seja, praticamente ele redesenhou sua vida, só que ao invés de cinema, ele pôs drogas, se comparado a alguns filmes que fez no passado, dá na mesma, e dessa forma seu Earl é simpático, carismático, e tem bons momentos, mas nada que você se impressione, e sendo assim, fez bem seu papel ao menos. Bradley Cooper sempre é um coringa imenso, e interpreta cada papel de uma forma tão diferente, que por incrível que pareça, demorei para reconhecer que o agente Colin Bates era ele, pois é um personagem que aparece pouco, e em momentos mais conectados, e quando faz suas cenas, ele encaixa seus bons trejeitos, e agrada, mas também nada de surpreendente. Outro ponto bem engraçado é Alison Eastwood fazendo Isis, filha de Clint no filme, e ser alguém que não fala há anos com o pai, sendo mais um ponto para conversões de personagens com vida real, e assim sendo, as duas cenas que aparece fez praticamente nada. Michael Peña e Andy Garcia foram bem trabalhados nos seus personagens, conseguindo agradar em cena, fazendo personalidades marcantes com seus Trevino e Laton, de modo que soasse até meio preconceituoso seus atos, mas foram sinceros no que fizeram.
O lado artístico brincou muito na estrada, mostrando inicialmente a caminhonete velha do protagonista, e depois de ganhar seu primeiro montante com uma super caminhonetona, mas também trabalhou bem algumas locações, como as feiras de plantas que o velhinho frequentava com seus diversos prêmios, os bailes e festas dos veteranos de guerra, o casamento da neta, a casa da ex-esposa, e principalmente as festanças do cartel de drogas regadas a mulheres, bebidas e claro muito luxo nas mansões, porém, mesmo tendo tantas locações, o filme soa simbólico no lado policial, não ousando mostrar muito da equipe, e mesmo nas cenas de delação tudo foi bem simples. Outro ponto bem colocado foram as trocas nas borracharias, mostrando uma equipe bem ornamentada para entregar algo que pode mudar a vida do senhor, mas com grandes riscos, ou seja, mais uma alegoria à vida do diretor.
Enfim, está bem longe de ser um longa ruim, pois possui uma história bem moldada, possui uma direção efetiva, mas é monótono demais, quase sem atitudes, mostrando algo casual, que pode até remeter aos acontecimentos da vida do diretor, e assim sendo, quem for conferir o longa pode se envolver um pouco mais, porém garanto que a maioria sairá igual um jovem da sessão, que a namorada perguntou: "gostou do filme?" e ele apenas fez a cara de dúvida sem dizer nada. Sendo assim, não diria que recomendo o longa, mas também não ataco como sendo uma bomba, ficando bem no lado mediano, e com nota no meio também. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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