Confesso que fui conferir o longa de hoje com muito medo de uma nova tragédia na telona dos cinemas, pois conferir "A Noiva" que é do mesmo diretor foi algo completamente traumatizante por ser um longa ruim, e pela dublagem em inglês dentro de uma cabine horrenda, mas como vejo tudo o que surge por aqui, cá foi o Coelho na sessão legendada de "A Sereia - Lago dos Mortos", e por incrível que pareça, o diretor aprendeu a fazer uma história mais conexa (usando inclusive dos mesmos argumentos do longa anterior!!), mas a equipe de distribuição não aprendeu, e mandou novamente um longa russo dublado em inglês e legendado em português, porém foi melhor feito dessa vez e tirando as bocas que se mexiam mais do que o que ouvíamos realmente, o resultado ficou levemente melhor. Diria que o longa teve dois problemas no resultado que poderia realmente causar, o primeiro pela falta de ação dos protagonistas, pois todos parecem estar passeando pelo longa, sem quase nenhuma reação, e o segundo por trabalhar tão rapidamente a essência da sereia, que nem parece ser algo que encantasse realmente as pessoas para se matarem, ficando algo meio bobo demais, e principalmente a forma de destruição da entidade ser algo extremamente bizarro falado no começo da trama, mas que ninguém sequer dá atenção por ser algo muito ridículo, ou seja, poderiam ter elaborado algo melhor. Mas longe de ser uma bomba completa, ao menos ficou uma bomba aceitável de assistir, e até arrepiar em alguns momentos pelos gritos da entidade.
A sinopse nos conta que uma sereia malvada se apaixona por Roman, noivo de Marina, e tenta mantê-lo longe dela em seu Reino submerso. Marina terá apenas alguns dias para superar o medo de nadar, lutar com monstros e se manter viva e na forma humana.
É até engraçado ver um longa com sereias demoníacas, mas de modo que o filme não fique mostrando elas nadando com seus rabos de peixe, e isso acaba dando um ar meio que estranho de ver, que resulta em coisas mais bizarras do que o comumente esperado, e a outra situação cômica ficou a cargo de que o diretor Svyatoslav Podgaevskiy entregou praticamente o mesmo mote de seu longa anterior aqui, criando a ideia de um casamento frustrado, aonde alguém passa a surtar e fazer coisas malucas em cima dos homens da aldeia, ou seja, nada muito criativo por sua parte, porém resultando em algo um pouco mais assustador, mas nada que você saia morrendo de medo do que verá na telona. De modo que o diretor poderia ter ousado um pouco mais, e/ou trabalhado um pouco mais da vida da garota que virou sereia amaldiçoada, pois a situação geral ficou muito em cima dos jovens competidores de natação, e isso não importa em praticamente nada na trama, ou seja, o diretor focou demais em coisas desnecessárias, e entregou o que devia de uma forma simples demais.
A atriz Viktoriya Agalakova deve ser daquelas que o diretor ama assombrar, e se antes era uma noiva maluca que desejava enterrar sua personagem, agora uma sereia quer pegar seu noivo, e por consequência matar sua Marina, ou seja, a jovem novamente precisa fazer cara de espanto, e o que ela faz, nada, literalmente, pois, para sobreviver precisa aprender a nadar, e a jovem falha feio nas suas tentativas tanto de nadar, quanto de ser expressiva. Efim Petrunim entregou um Roman meio abobado demais, de maneira que o jovem cai como um peixe fácil na rede da sereia, e com olhares vagos até foi razoável no que fez. Sofia Shidlovskaya até entregou momentos bem montados com sua sereia, mas foram mais interessantes suas cenas com efeitos computacionais do que sendo Lisa, e isso mostra que a atriz não empolgou como poderia, pois falhou sendo ela de cara limpa. Agora falar de inexpressividade é olhar para Nikita Elenev com seu Ilya, de modo que torcemos para que morra logo de tão ruim que o ator é, fora que não serviu para cena alguma, ou seja, um peso morto na produção. E finalizando sobre as atuações, tivemos ainda dois que tentaram fazer um pouco mais em cena, mas não obtiveram muito sucesso, de modo que tanto Sesil Pleze com sua Olga, como Igor Khripunov como o pai dos jovens tiveram ligações com as cenas tensas, mas foram simples demais para algo que necessitava chamar a responsabilidade, ou seja, no conceito interpretativo chegamos a conclusão que a Rússia só tem bons atores que saíram de lá, e vieram para Hollywood, pois os que sobraram são lastimáveis.
No conceito artístico, as locações até foram bem interessantes, com tensões cênicas bem moldadas para o estilo de terror, com uma cabana abandonada, cenas com muita água para criar vértices floreando toda a síntese da trama, mas chega a ser engraçado demais, um rapaz em sua despedida de solteiro resolver nadar a noite num lago completamente estranho no meio do nada, e isso já é algo para se pensar muito, mas tirando esse detalhe, usaram bons elementos cênicos nas casas, trabalharam bem o ritual, e com uma boa conexão, tivemos boas cenas tensas de serem mostradas. A fotografia entregou muitas sombras, ares escuros para trabalhar bem os tons ao redor, e conseguiram um esverdeado tão interessante para o lago, e que rola em diversos momentos nas banheiras também, que até ficamos pensando qual tipo de corante a equipe jogou para conseguir aquele tom.
Enfim, não posso falar que o diretor não melhorou sua técnica de um longa para o outro, pois entregou um resultado anos-luz melhor, mas como a bomba lá foi tamanha, ele ainda tem de aprender muito para chegar perto de entregar algo que assuste realmente, que cause estranheza sem usar do bizarro, e que certamente agrade como terror, pois embora não tenha sido algo completamente ruim, o resultado passa bem longe de passar do mediano, ou seja, quem for conferir não sairá tão decepcionado, mas certamente não sairá completamente feliz com o que acabará de ver. Sendo assim, minha recomendação é de assistir ele somente se não tiver nada mais, o que não é o caso dessa semana, então fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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