Certamente alguma vez em sua vida você já jogou algum jogo de pistas, e para quem não conhece o estilo, já há alguns anos lançaram estilos mais complexos chamados de "Escape Room", ou em tradução literal, quarto de fuga, ou então melhorando na explicação, consiga fugir do cômodo, aonde através de pistas espalhadas, números, elementos, e tudo mais, quem estiver preso consegue sair do jogo para não sofrer consequências! Bem já vimos alguns mais pesados desse estilo, e um dos principais foi "Jogos Mortais", e aqui embora tenha mortes, a trama soa bem leve, com propostas mais dinâmicas e preparadas para algo mais voltado para um jogo realmente. Claro que mais ao final, é explicado o motivo das escolhas, e o porquê de existir esse formato de quase suicídio, mas certamente o que acabou faltando para o longa foi ser mais conciso nas provas, e não deixar tudo tão aberto para uma continuação, já pensando nisso antes mesmo do final, pois geralmente longas que iniciam por cenas do quase fim, já nos preparam para algo que não deveria ser dito. Ou seja, esperava um pouco mais do longa, mas ainda assim conseguiu me entreter bem, e quem sabe, caso role a continuação, eles pesem a mão para que tudo seja mais tenso, pois embora a classificação seja de terror/suspense, a trama é bem levinha.
A sinopse nos conta que passando por momentos complicados em suas respectivas vidas, seis estranhos acabam sendo misteriosamente convidados para um experimento inusitado: trancados em uma imersiva sala enigmática cheia de armadilhas, eles ganharão um milhão de dólares caso consigam sair. Mas quando percebem que os perigos são mais letais do que imaginavam, precisam agir rápido para desvendar as pistas que lhes são dadas.
O diretor Adam Robitel já tinha nos mostrado que é fraco no ano passado quando assumiu a franquia "Sobrenatural", e entregou o pior da saga, e aqui ele teve novamente a chance de criar um suspense com doses de terror, que poderia entrar para o hall dos filmes que nos fazem tremer, ficar tensos e tudo mais, afinal só a ideia de ficar preso em um quarto dependendo de outros desconhecidos já é algo complexo, mas não, lá foi ele novamente e criou algo tão comum que até ficamos levemente empolgados com a trama, e ponto, afinal não teve participação no roteiro, mas conduziu sem atitude, fazendo com que tudo ficasse muito calmo, muito alegórico, aonde mesmo nos atos aonde os protagonistas mais se desesperam, o resultado acaba ficando sem força. Ou seja, o ritmo da trama precisava de um diretor ousado, que botasse até os atores para ficar desesperados com as cenas, e aí sim já poderíamos esperar uma continuação digna, de forma que estaríamos desejando muito por isso, mas aqui logo de cara na primeira cena já sabemos quem vai sobrar no longa, tanto pela montagem ruim, que não necessitava de uma abertura, quanto na sequência pela apresentação dos personagens, e assim, o filme que possui apenas 99 minutos acaba alongado e saímos da sessão parecendo que vimos uma maratona, e isso não é bom para um suspense, pois geralmente tem de ocorrer o inverso, e sendo assim, vamos ver se o longa tiver fôlego para uma sequência, que escolham um diretor pronto para fazer o sangue tremer.
Dentro das atuações, até podemos dizer que o grupo foi escolhido pelas suas divergências interpretativas, mas acabaram forçando demais o estilo de cada um, fazendo com que cada um virasse um clichê gigantesco para seus momentos, e como disse, ficou extremamente evidente pela montagem o destaque para os dois principais personagens, o que não deveria ocorrer. Dito isso, Taylor Russel foi simples nas atitudes de sua Zoey, mostrando-se pensante demais para um grupo de desesperados, mas quando saiu de si, ficou completamente insana, e entregou bons momentos, mas talvez chamar a atenção demais para a atriz tenha estragado um pouco o conteúdo da trama. Logan Miller é daqueles atores sorrateiros, que costumam aparecer meio que de lado, mas que quando entrega algo, acaba fazendo muito bem, e a montagem acabou estragando muito o grande momento de seu Ben, de modo que o ator seria uma surpresa e tanto, mas que por começar o filme da forma montada, a surpresa vai para o brejo, e o ator não explode como poderia. Jay Ellis foi colocado para ser o arrogante que acabamos xingando, e que por atitudes extremas, acaba até tendo um grande destaque, de modo que seu Jason é bem moldado, tem uma história forte, e consegue chamar a atenção. Dentre os demais, todos têm bons atos, mas não conseguem se mostrar tanto como poderiam, de modo que a militar Amanda vivida por Deborah Ann Woll foi intensa, mas exagerou em trejeitos, Nik Dodani deixou seu Danny eufórico demais por jogar, e chega a ser até chato em alguns atos, e Tyler Labine só não é mais enfeite com seu Mike, por alguns atos dependerem dele, senão nem lembraríamos que esteve no filme.
A equipe de arte conseguiu ser bem pensante para criar as salas com muita tecnologia, e principalmente cheias de elementos alegóricos para serem usados, afinal o filme se baseia nisso, e se errassem a mão, seria o fim realmente, mas souberam detalhar os ambientes, usar armadilhas bem trabalhadas, e principalmente no final ainda mostraram como são criativos os criadores da ideia de "escape rooms", de modo que o filme em si pode falhar, mas a técnica tem de ser elaborada com minúcias para que cada ato fosse bem mostrado, e sendo assim, o resultado visual agrada bastante mostrando principalmente os diversos elementos: fogo, gelo, altura/vertigem, veneno, drogas e pressão de movimento, brincando bem com a mente do público. A fotografia brincou com os tons, usando como base os elementos de cada sala, abusando do vermelho na cena do forno, embranquecendo a tela na cena da neve, colorindo o ambiente inteiro na cena do bar invertido, ousando no marrom esverdeado na cena do veneno, e pirando a cabeça com o xadrez na cena das drogas, de maneira que foram bem coesos nos tons, não forçando a barra, mas também não ousando para criar tensão, e aí está um dos pontos mais errados do longa.
Enfim, dizer que é um longa ruim é abusivo demais, e também dizer que é algo completamente inovador, que temos todos que correr para a sessão e torcer pela continuação também soa forçado demais, então digo que o filme ficou mediano na execução de uma ideia incrível, que falhou principalmente por dar um spoiler imenso já na cena de abertura, o que nos faz nem hesitar qualquer outro tipo de situação diferente na maioria dos atos, mas que ao menos entretém, e isso é algo que ao menos vale a pena, pois produções de suspense ultimamente tem sido tão reflexivas, que quando algo vem mais bem moldado, acabamos até agraciados, e sendo assim, quem for conferir não irá dizer que foi um tempo 100% perdido, e com ressalvas, acabo até recomendando ele. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas amanhã volto com mais textos, então abraços e até logo mais.
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