terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Netflix - Paddleton

Já tivemos muitos filmes que falam da famosa eutanásia, do relacionamento entre amigos, e as vezes até de desventuras envolvendo as duas situações, mas quando um diretor ou roteirista resolve que não quer engrenar, não tem solução, e ficamos durante toda a exibição do filme pensando em mudar de canal, sair da sala, ou qualquer outra coisa do tipo, mas como somos persistentes, ficamos até o final, esperando alguma leve melhora, o que não acabou acontecendo com o longa "Paddleton" da Netflix. Como todos bem sabem, costumo ir diretão, não parar um filme para nada, e tentar me concentrar ao máximo no que é exibido, seja no cinema, ou agora na TV com os filmes do streaming que ando conferindo, mas com esse não tive solução senão parar pelo menos três vezes para pensar se seguia até o final ou não, e a trama vai relutando na situação, os personagens falam em tons pacatos, e nem mesmo o conflito entre eles por seu filme de kung-fu predileto com outras pessoas conseguiu empolgar, ou seja, extremamente cansativo e indigerível.

O longa nos conta que Michael e Andy são dois homens peculiares que formam uma amizade inusitada ao se tornarem vizinhos. Quando Michael descobre que tem câncer terminal e pede a Andy para ajudá-lo a morrer antes que a doença o mate, sua amizade toma uma profundidade que eles nunca imaginaram.

Não sei até que ponto a história pode ter sido baseada em algo real para ser criada pelo ator Mark Duplass, mas faltou tanto atitude no texto, quanto na forma que Alex Lehmann escolheu para desenvolver a trama, de modo que o filme com apenas 92 minutos parece ter umas 5 horas de duração, e ainda assim o resultado não flui. Claro que a trama possui bons lemas como amizade, companheirismo, o temor em falar com pessoas, entre outros, mas tudo soou pacato demais, e nem os atores aparentaram muita vontade para entregar o que tinham para entregar, e dessa forma, ficou parecendo que não tinham um ponto mais forte em comum, e nem a eutanásia acabou sendo colocada como algo de impacto no longa, fazendo com que o filme falhasse por completo.

Quanto das atuações, já vi atores engajados em projetos, e também outros que nem ligam para o que estão apresentando, e certamente ambos os protagonistas do longa se encaixam nesse segundo grupo, pois não se vê um enfoque maior na trama, e mesmo o filme não exigindo muito deles, ambos soam fracos no decorrer, acabando mais por cansar no seu estilo do que fazendo trejeitos chamativos para os momentos. Claro que não posso culpá-los pelo fracasso do filme, mas Mark Duplass sendo um dos roteiristas da trama, poderia ter dado uma vivência mais coerente para seu Michael, de modo que o desespero da doença, juntamente com o anseio pela morte iminente fosse mais trabalhado, e não apenas alguém que está ali para o acontecimento, ou seja, ele ficou entregue demais para os diálogos, e esqueceu que um filme se faz com olhares, com sentimentos, e tudo mais, para que tudo fluísse. Ray Romano possui uma voz muito marcante, tanto que é dublador de grandes animações, mas aqui ele ficou tão introspectivo com seu Andy, que ficamos pensando qual síntese do personagem lhe foi entregue, parecendo realmente que ele é quem tinha algum problema, e não o vizinho que deseja se matar, e nessa condição o ator ficou muito abaixo de qualquer expectativa, não fluindo, e muito menos empolgando com nada, ou seja, raspou sumir dentro de um personagem exageradamente tímido. Quanto aos demais, melhor nem comentar, pois foram mais enfeites do que serviram para algo.

A desenvoltura cênica ficou bem bacana quando foram para uma cidadela turística buscar o kit de remédios para o protagonista se matar, e ali, com momentos no hotel temático, na farmácia explicativa, no momento de briga pelo cofre, e até mesmo quando estão jogando seu jogo de raquetes, ou comendo alimentos requentados enquanto montam quebra-cabeças vendo um filme antigo de kung-fu, a trama teve uma amplitude bem colocada, mas vemos esses diversos objetos cênicos e não chegamos a lugar algum com nada, o que é uma pena.

Enfim, dessa vez o algoritmo de recomendação da Netflix não foi bem encaixado, me colocando um filme bem fraco, e que não conseguiu abranger nada de envolvente na trama para tentar divertir, nem emocionar como poderia (e costuma ocorrer em filmes desse estilo), de forma que não tenho nem como recomendar nada dele para ninguém, pois mesmo as cenas bem feitinhas acabam cansando. Ou seja, esse com certeza a dica é fugir. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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