Antes de iniciar o texto, preciso que os amigos que costumam ler os livros antes de ir ao cinema, me fale se na trama realmente o cachorrinho é um pitbull, ou apenas se parece com um, pois na trama cinematográfica isso foi o que mais me incomodou, com o guarda querendo prender a bela cachorrinha sem-raça-definida por ser um pitbull ou cão de caça como definiram ela, e ser proibido naquela cidade, portanto, quem tiver lido o livro de mesmo nome, por favor, ajude nos comentários. Dito isso, tenho de colocar que sem dúvida alguma "A Caminho de Casa" é daqueles longas que sempre que estiver passando em algum canal na TV, vamos parar para conferir ao menos um pouquinho da saga da cachorrinha muito bem adestrada, que deu um show de expressões, e que com a ótima voz de Bryce Dallas Howard em seus pensamentos conseguiu entregar para o público uma sintonia graciosa, cheia de atitudes que realmente pensamos ver em nossos cães, e que mesmo com diversos defeitos técnicos por parte de algumas cenas exageradamente computadorizadas (afinal não tinham como colocar um puma realmente atuando com um cachorro, e muito menos o cãozinho fazendo diversas travessias em meio a nevascas monstruosas), o resultado acaba impressionando bastante, emocionando os amantes dos animais, e mostrando uma boa sintonia no formato entregue. Ou seja, um filme carismático, que agrada pela simplicidade, e que se não tivesse tentado ousar tanto, acabaria sutil, doce e muito envolvente com algo menos forçado.
A sinopse é bem simples e nos conta a emocionante aventura de Bella, uma cadela que embarca em uma jornada épica percorrendo mais de 600km em busca de sua casa após ser separada de seus queridos humanos
O diretor Charles Martin Smith estava meio sumido desde seu último longa "Winter, o Golfinho 2", e com um grande carisma por animais, ele foi justamente por isso bem cotado para dirigir o famoso livro de W. Bruce Cameron (que também é o escritor de "Quatro Vidas de Um Cachorro, e que deve ter em breve sua continuação), pois ele soube em todos seus filmes valorizar os bichinhos, e dar para eles o devido destaque, e aqui, mesmo com Bella passando por diversos e diferenciados donos em sua jornada para voltar para seu primeiro e amado dono, o diretor praticamente deixa os humanos de lado focando bem tanto na cachorrinha, quanto nos demais que aparecem e se encaixam com ela, seja a puma, os lobos, os gatos, ou até mesmo o bando de cachorros esquisitos, fazendo com que a trama tivesse uma fluidez bem colocada, e a história se desenvolvesse na medida certa para não ficar nem pesada demais emocionalmente, nem bobinha demais, e com isso, o resultado acaba funcionando para todos. Claro, que o diretor forçou a barra em alguns efeitos, deixando transparecer a computação (e inicialmente estava até me surpreendendo de tudo parecer incrivelmente real), mas nem isso foi suficiente para estragar o longa, e sendo assim, quem for conferir, verá que tudo acaba bem encontrado pelas mãos do diretor.
É engraçado, mas como disse, praticamente nem precisamos falar dos humanos do longa, embora todos tenham compartilhado boas cenas junto da cachorrinha que se chama realmente Shelby, e nenhum tenha tentado aparecer mais do que os animais, e sendo assim, a jovem cachorrinha foi muito expressiva, conseguiu entregar bons momentos do começo ao fim, demonstrou um treino incrível de tirar o chapéu pelos truques que soube fazer, e com uma sintonia incrível com a voz escolhida, de Bryce Dallas Howard, nos vemos entrando nos pensamentos dela, e acabamos acreditando realmente com os olhares da cachorra que ela está nos falando exatamente aquilo, ou seja, uma conexão muito bem encontrada que mostrou que o roteiro estava afiadíssimo durante a filmagem, e claro na dublagem. E se formos falar um pouco dos atores humanos, temos de pontuar o amor mostrado por Jonah Hauer-King com seu Lucas, que foi envolvente em muitas cenas com o cachorrinho, e claro que temos de colocar todos os atores que interpretaram veteranos de guerra muito bem colocados com a melhoria junto dos animais.
No conceito visual, a equipe foi certeira nas escolhas das locações, ambientando bem o longa em paisagens esplêndidas na natureza, mostrando quase um "road-movie" canino, aonde a protagonista vai fazendo suas brincadeiras, envolvendo em desenvolturas, se metendo em roubadas no gelo, na floresta, em meio a lobos, e até tendo um relacionamento bem afetuoso quase matriarcal com um puma, aonde tudo acaba soando bem bonito de ver, e mesmo sem precisar de elementos alegóricos para desenvolverem cada ato, as lembranças da cachorrinha com seu paninho, as dinâmicas com cada pessoa, sua coleira, a corrente impactante com o mendigo, e tudo mais acabaram fluindo para resultar em um longa bem encontrado. A fotografia foi bem ousada nos estilos, trabalhando muito bem com a luz natural, mas como ousadia é um risco para longas que possuam momentos computacionais, ficou completamente evidente os atos aonde a junção das peças acabou aparecendo, mas nada que atrapalhe o longa, e assim sendo o destaque fica claro para as diversas cenas na neve, e na floresta, pelos ótimos tons trabalhados.
Enfim, é um filme bem simples, mas que consegue agradar, ser bonito de acompanhar, e que claro emociona quem gosta de animais. Ele está bem longe de ser daqueles filmes que vamos lembrar de ter visto ao nos pedirem para citar um longa bacana para conferir, mas que quando estivermos zapeando na TV, e vermos a cachorrinha passeando pela tela, certamente iremos parar, e chamar alguém para conferir junto, pois vale o tempo observando a desenvoltura da personagem em sua saga. E sendo assim, até que recomendo a trama para todos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos durante esse carnaval, então abraços e até logo mais.
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