Se existe um estilo do terror que já está exageradamente batido é o found footage, ou melhor explicando, aquele que acham filmagens feitas de alguma investigação assombrosa, aonde certamente algo deu muito errado, e alguém por algum acaso acha depois como foi filmada toda a treta, e esse estilo já não nos surpreende, não nos envolve, muito menos empolga, de modo que o longa "A Maldição da Freira" até possui uma forma diferenciada pelo formato de tela quadrado, pela gramatura da filmagem dos padres, e até pelo teor da trama que mostra um convento com pessoas impuras, jogadas para fora da sociedade, que acabam entregando/trazendo coisas ruins para o local, mas tudo soa tão falso e forçado, que mesmo na cena mais tensa aonde o tal milagre ocorre e na sequência aonde há explosões, crianças fantasmas passeando e tudo mais, acabamos nem nos arrepiando, e sendo assim, o filme não causa como deveria.
O longa nos conta que no outono de 1960, os padres Thomas Riley e John Thornton são enviados pelo Vaticano para investigar um evento milagroso em um lar irlandês para mulheres órfãs, grávidas solteiras ou com distúrbios mentais. Lá eles encontram uma adolescente grávida com sinais de possessão demoníaca e acabam descobrindo algo terrível.
Em sua estreia na direção de longas, a jovem Aislinn Clarke foi condizente em querer trabalhar de uma forma diferenciada, optando por filmar em película de 16mm, utilizando efeitos práticos ao invés de computacionais, e com isso seu filme teve um ganho visual bem interessante, funcionando de uma forma bem seca e interessante, lembrando bem os longas de terror de antigamente, que não tinham tanto orçamento e acabavam assustando pela essência, pela história em si, porém faltou para a diretora acertar também a história, já que também foi a roteirista do longa, para que causasse mais tensão e tivesse momentos mais fortes, pois os que acabaram acontecendo tiveram síntese simples, não forçando o medo, nem assustando, pois sempre nos preparavam para os sustos momentâneos característicos do estilo, e assim sendo, o resultado final ficou fraco perto de tudo o que poderia ter feito com o público.
Agora um ponto bem favorável do longa foram as expressões dos protagonistas, que mostraram situações desesperadoras com muita crença e impacto, parecendo até mesmo estarem no meio do ocorrido real da trama, ou seja, se doaram para o filme, mesmo que aparecendo em ângulos estranhos para estar na frente das câmeras, ou seja, tanto Lalor Roddy como Padre Thomas, quanto Ciaran Flynn como Padre John se entregaram, fizeram boas cenas, e correram muito nas horas mais tensas da trama, agradando bastante. Helena Bereen deu um tom forte para sua Madre Superior, sendo misteriosa, e fazendo bons elos para com os protagonistas. E claro, tivemos Laura Coe como a possuída Kathleen, que inicialmente parece bem calma, mas ao entregar olhares mais tensos conseguiu impressionar bastante. Quanto aos demais, os destaques ficaram para as crianças que surgiam do nada e deram um tom bem assustador para diversas cenas com suas falas sobre como matar os padres.
A trama em si colocou poucos elementos cênicos, tendo destacado apenas as câmeras utilizadas para as filmagens, e claro o visual em si do convento, com rituais satanistas, cruzes virando de ponta cabeça, e claro pessoas presas, mas sem dúvida os momentos nos túneis foram os mais tensos, e mesmo com simplicidade cênica conseguiram criar muitas nuances tensas e interessantes de serem vistas. A fotografia brincou muito com o apagar das luzes para criar elementos de aparições, mas funcionou bem pouco, pois sempre que colocavam o elemento, já sabíamos que algo surgiria, e assim o resultado não impressionou como poderia.
Enfim, é um filme razoável, que usou de recursos tão comuns do estilo que assistimos, e ao final saímos da sessão desapontados com tudo o que tentaram passar e não conseguiram, ou seja, dispensável, e que não dá para recomendar. Diria que o estilo já teve outros melhores exemplares para agradar mais. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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