É engraçado observar durante toda a curta duração (82 minutos) de "Alaska" que nos é permeado um conflito intenso ao mesmo tempo que os resticios de um amor esquecido parece coexistir, e em certo momento um personagem secundário diz a seguinte frase: "aqui ninguém é deixado para trás, todo mundo se ajuda", aonde vemos que a separação conflitiva dificilmente será mudada, e sendo assim, temos um filme que inicia de uma forma, gira sem muitas emoções, e que finaliza praticamente da mesma forma que começou, sem atropelos, mas também sem desenvolturas, e por mais incrível que possa parecer, ele não cansa, pois o vértice sempre parece permear algo a mais. Ou seja, um filme simples, bem fotografado pela ruralidade em si, mas que não avança para nenhum afluente, e dessa forma, quem esperar algo acontecer sairá bem decepcionado.
A sinopse nos conta que anos após se separarem, Ana e Fernando decidem visitar mais uma vez a Chapada dos Veadeiros, que foi cenário de uma intensa história de amor entre os dois. A viagem é uma segunda chance para essa paixão. Mas o tempo passou e eles talvez não sejam mais os mesmos.
Diria que a estreia na direção de longas de ficção de Pedro Novaes foi subjetiva demais, pois ele até consegue nos passar a mensagem de uma tensão forte entre os protagonistas, numa tentativa até que bem colocada de reaproximação após uma separação digamos banal demais, mas ele fica apenas nisso, mostrando que até se gostam por dentro, mas que por nenhum aceitar mudar sua vida, acabam tendo as mesmas desavenças. Ou seja, o diretor toda a trama quase que da mesma forma que a caminhonete do longa, passando por buracos, relembrando bons momentos, mas girando e voltando para o ponto inicial com cada um seguindo sua vida separada. Posso até ter dado um pouco de spoilers, mas o filme é assim, e nada mais.
Sobre as atuações, Bela Carrijo como Ana foi simples, teve bons trejeitos, e soube dosar seu momento com cada ato bem encontrado, mas assim como a história, não flui muito, sendo até simpática de estilos, mas nada que empolgar realmente. Já Rafael Sieg como Fernando trás uma boa sintonia com o campo, chama a responsabilidade expressiva em diversos atos, porém quando precisa demonstrar atitudes não enfrenta a câmera, e isso faz com que ele soe teatral demais para um longa denso, e que necessitava expressões mais fortes. Quanto aos demais, todos foram camponeses comuns, praticamente vivendo suas vidas comuns, ignorando estarem em um filme.
Agora sem dúvida o visual da Chapada é incrível, que com o estilo roadmovie impregnado na alma do diretor que antes fez muitos documentários, resultou em escolhas cênicas bem abstratas, mas que resultaram em algo belo, bem colocado para representar cada momento do filme, e sem gastar muito do orçamento, conseguiu passar a mensagem, ou no caso as representações vividas pelos personagens, com muita força e coesão.
Enfim, é um filme simples, razoavelmente bem feito, mas que não enfrenta nada para mostrar um algo a mais, e sendo assim, o resultado não empolga ninguém. Não diria que desrecomendo o longa, mas também digo que não será daquele a filmes que me lembrarei quando alguém me pedir uma sugestão. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas já vou conferir outro longa na sequência, então abraços e até logo mais.
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