Andamos vendo muitos comediantes tentando aparecer com filmes e peças dramáticas, e geralmente a crítica cai matando em cima da falta de qualidade em cima dos atores, muitas vezes até pegando bem pesado, e alguns até possuem bons tinos para ambos os lados, mas nem sempre transparecem como deveria. Pois bem, no longa "Chorar de Rir", tentaram mostrar bem essa ideia, ousando tirar sarro num primeiro momento, mas sendo bem seguros do que desejavam no fechamento, de modo que o filme acaba tendo uma fluência bem oscilante entre comicidade e dramaticidade, mostrando situações bizarras, e outrora diversões eloquentes para tentar comover. Porém, com essa briga de gêneros tanto na temática, quanto na atuação, o resultado acaba não fluindo como desejavam, não fazendo com que o público risse das cenas, muito menos se comovesse com o resultado proposto, mas longe de ser algo que tenha ficado ruim de ver, a trama molda bem o papel do artista, mostra que nem sempre fazemos e agradamos quem está do nosso lado, e de certa forma mostra algo que bem sabemos, que Hassum sabe muito bem fazer piada em cima dele.
O longa nos mostra que a estrela do programa de TV "Chorar de Rir”, Nilo Perequê é um grande nome da comédia no país. Quando ganha o prêmio de melhor comediante do ano, o humorista decide mudar radicalmente sua carreira e se dedicar totalmente ao drama, deixando sua família e seu empresário desesperados.
Em seu segundo longa-metragem, Toniko Melo conseguiu mostrar uma segurança cênica nas cenas mais trabalhadas, colocando certas ousadias que não costumamos ver na telona em longas que misturem dois gêneros, e dessa forma diria que seu estilo foi bem encontrado na forma de dirigir, só pecando talvez pela indecisão de qual deles dominar, e esse talvez seja o maior problema do filme. Não digo que tenha sido algo ruim de acompanhar, mas certamente poderiam ter usado da mesma ousadia de cenas em preto e branco nos sonhos, as pegadas de entrevistas, e até as boas sacadas durante os créditos, para moldar o filme inteiro, pois conseguimos até enxergar uma produção grandiosa, com uma história bem colocada, mas a todo momento o filme parece perdido de qual toada entregar, e isso é algo que não cabe bem em nenhum dos dois gêneros.
Já disse isso outras vezes, e sempre enxerguei Leandro Hassum como o Jim Carrey brasileiro, e se o antes ator de comédias hilariantes americanas mudou para o drama, porque nosso gordinho que emagreceu aos montes também não pode? E ele responde isso com boas piadas, que não fazem rir, mas que trabalham nossa mente, funcionando como uma esquete grande e bem moldada, que o ator até força um pouco a barra para chamar atenção, mas que não fundo consegue funcionar, e agradar com seu Nilo Perequê. Monique Alfradique como par romântico é algo fácil de olhar, e a atriz não chama tanta atenção cênica com sua personagem por ser deixada de lado, mas ao menos é um bom colírio para os olhos. A trama ainda contou com muitos personagens secundários de bons atores como Fúlvio Stefanini como um grande ator dramático que dá consultoria para o protagonista, Rafael Portugal como o como um humorista concorrente, Natalia Lage e Otavio Müller como irmã e empresário que vivem as custas do protagonista, e até bons tinos com Jandira Martini e Perfeito Fortuna como pais do comediante, mas sem dúvida mesmo aparecendo pouco o destaque ficou a cargo de Sidney Magal como o mago Papano, que chamou toda atenção possível nas suas duas cenas mais tensas.
A trama no conceito artístico teve u funcionamento até que bem interessante, com boas propostas tanto para o programa humorístico, quanto no programa de fofocas remetendo bem aos programas desse estilo que temos na TV atualmente, e mesmo nas cenas nas casas, o resultado mostra uma preocupação bem colocada com detalhes para realçar dinâmica com resto dos artistas que bem vemos nas páginas de fofocas. Além desses momentos, tivemos duas ótimas personificações com as cenas no mundo da magia com o Papano, aonde o místico foi bem construído com outros conhecidos famosos ou caricaturas deles que tentaram mudar de ramo, e ali a graça foi completa de modo que mereceria uma atenção maior, e também deram boas cenas para a montagem teatral de um Hamlet com exercícios cênicos e tudo mais, ou seja, uma preocupação bem usada, e que se fez valer a produção criativa da equipe de arte.
Enfim, passa bem longe de ser um filme perfeito, principalmente pelo problema da dúvida entre comédia e drama, mas embora não faça nem rir nem emocionar, o resultado cênico, e a mensagem passada, também passa bem longe de ser algo para ser jogado fora. Diria que fica entre os longas medianos que costumamos ver, e que a dúvida de ser ou não ser um longa cômico, pesou muito no resultado final. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
2 comentários:
Achei um lixo, uma bomba.
Não recomendo pra ninguém.
Olá amigo... bomba não digo, mas não vale a recomendação mesmo! Abraços!
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