Ultimamente tem sido bem raro vermos bons filmes policiais, com uma pegada mais dramatizada do que apenas correrias e tiros, mas felizmente quando aparece, vem com força para ser lembrado e merece ser divulgado, o que não acabou acontecendo aqui, pois indo diretamente para o streaming, "Estrada Sem Lei" estreia na Netflix, mas mereceria facilmente diversas semanas em cartaz nos cinemas, pois é uma história bem trabalhada, com um desenvolvimento coerente e clássico do estilo, que até conhecemos o final por ser o lado policial da história de bandidos que vimos no clássico de 1967, mas que com ótimas atuações precisas acabam resultando em um filme cheio de vértices, com uma perseguição cheia de ótimos anseios, e que conforme vamos conhecendo mais a vida dos dois policiais, acabamos mais envoltos no seu cerne, sabendo que mesmo aposentados, estão ali dispostos a conseguir seu objetivo. Ou seja, um filme forte, bem montado, e que misturando dois estilos, o policial e o road-movie, conseguiram empolgar na medida certa para que não tirássemos os olhos da tela, esperando eles conseguirem moldar o tradicional gran-finale já conhecido.
O longa nos conta que Frank Hamer e Maney Gault eram dois policiais aposentados quando Bonnie e Clyde começam sua onda de assaltos e assassinatos. Porém, quando o FBI se mostra incapaz de capturar os bandidos, eles são recrutados como investigadores especiais para resolver o caso.
Se tem um diretor que domina bem a arte de passar boas histórias reais para a telona é John Lee Hancock, que após emocionar todos com "Um Sonho Possível", fazer com que víssemos um grande homem em "Walt Nos Bastidores de Mary Poppins", e nos deixar revoltados com "Fome de Poder", agora eis que ele resolveu os colocar em uma caçada forte aos bandidos mais famosos dos EUA, e contando com um roteiro cheio de desenvolturas como foi feito por John Fusco, o diretor só necessitou ir trabalhando sua caçada com bons elos, pausas dramáticas bem colocadas, criando situações clássicas de diversos estilos policiais, e que sempre a cada parada os dois fossem dialogando seus instintos, e mostrando as virtudes de digamos faro para crimes, mesmo que não estivessem em suas plenas formas. Ou seja, o longa se desenvolveu de uma forma tão condizente, que o diretor só precisou ir moldando o caminho, pois tudo foi sendo encontrado com precisão no roteiro, e as desventuras soaram no melhor clima policial possível, agradando tando quem curte o gênero por não ser apelativo, quanto quem desejava apenas um bom filme, afinal o resultado prende do começo ao fim, e isso já se faz valer a conferida.
Sobre as atuações, acertaram em cheio nas escolhas dos protagonistas, pois ambos possuem facetas expressivas marcantes clássicas dos rangers americanos, que eram durões, não aceitavam muitas regras, e em sua maioria já mais velhos costumavam ser incumbidos de caçarem foragidos realmente. Então dito dessa forma, Kevin Costner caiu como uma luva para Frank Hamer (e nas imagens ao final, mostrou que estava incrivelmente parecido com o verdadeiro), de modo que o ator foi coeso em movimentos, trabalho trejeitos fortes, e conseguindo seguir uma linha mais séria de personificação, deu ao seu personagem algo que se esperava completamente, incluindo o ato da última cena, que foi explicado um pouco antes numa conversa paralela. Da mesma maneira, Woody Harrelson consegue de uma forma descontraída entregar situações cômicas, mas bem preenchidas para com seu Maney, de modo que ficamos sempre esperando ele fazer algum tipo de cagada em cena, mas soube complementar a força de Hamer, com a destreza harmônica para que seu personagem agradasse bastante. Os demais personagens fazem em sua maioria rápidas participações, dando o tom para cada momento, cada policial das cidades por onde passam, e claro os famosos Bonnie e Clyde, mas sem dúvida o destaque fica a cargo de duas mulheres que apareceram pouco, mas fizeram suas poucas cenas incríveis, e foram Kathy Bates como a governadora Ma Ferguson, e Kim Dickens como Gladys, esposa de Hammer.
O visual do filme foi muito bem caracterizado, com boas cenas em meio aos campos, mostrando diversos acampamentos de pessoas devido a Grande Depressão da economia americana, com tendas espalhadas, pessoas sobrevivendo, casas com placas de vendas pelos bancos e tudo mais, e com figurinos bem imponentes dos policiais, e claro seus carros Ford velozes para perseguir os bandidos, ou seja, a equipe fez boas pesquisas e conseguiu encaixar tudo nos eixos para que o longa cheio de armas fortes ficasse visualmente perfeito para que o road-movie funcionasse também. Com tons bem puxados para o marrom e cinza para dar um ar de época para o longa policial, a fotografia somente saía desse tom para as cenas de mortes, aonde o sangue predominava em destaque, o que conseguiu chamar a atenção, ou seja, quase sem sombras o filme foi mais duro e intrigante.
Enfim, é um filme muito bom, que como disse no começo merecia até algum tempo passando nas telonas dos cinemas, pois com boas texturas, uma história bem forte, e claro ótimas atuações, o resultado agradaria bem quem não tem streaming em casa, mas para aqueles que possuem a Netflix, fica uma boa dica de recomendação para conferir. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
PS: Só não dei uma nota maior para o filme pelo fato de o miolo ser um pouco alongado, afinal quiseram dar a impressão de uma perseguição bem longa, mas de resto o filme é perfeito.
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