É engraçado quando vamos conferir um filme e vemos já tantas críticas negativas que chega a dar medo do que vamos encontrar na sessão, daí ao vermos que o longa foi filmado em 2016 e só lançado agora, a tensão de ser uma bomba já aumenta consideravelmente, mas como bom persistente que sou, cá que fui conferir "Cópias - De Volta a Vida", e felizmente fui surpreendido com uma história até que bem interessante, que até contém situações bizarras e completamente impossíveis de acontecer, mas como estamos falando de uma ficção porque não curtir apenas como foi feito? E assim sendo, vi o longa de uma forma bacana, pensando quem sabe toda essa tecnologia possa ser possível daqui alguns anos, de apagarmos coisas de nossa mente, ou então quando o corpo estiver morrendo, apenas mudar tudo o que sabemos para um novo corpo assim como fazemos com carro. Mas claro que isso soa completamente insano de pensar nesse momento, e não bastando a maluquice da ideia de cara, conseguiram incrementar com clonagem no mesmo filme, e ainda por cima tudo sendo feito dentro da casa de uma pessoa, como se fosse a coisa mais fácil do mundo levar equipamentos milionários de um lugar para o outro, ou seja, apelaram bastante, e isso é o que tem levado aos críticos mais rudes jogar tudo para o ar. Ou seja, não digo que seja uma bomba imensa, mas a ideia é boa, e dá para curtir o que é mostrado, só não espere acreditar nem na atuação dos protagonistas, pois do filme nada é real.
Depois de um grave acidente de trânsito que matou toda a sua família, um neurocientista sente que perdeu o sentido da vida. Utilizando seu meio de trabalho, ele se torna obcecado em trazê-los de volta, mesmo que isso signifique desafiar boa parte do governo e, principalmente, as leis da física.
Já vimos outros longas que o roteirista Chad St. John abusa colocando coisas irrealistas, mas que dão dinâmica para a trama, e aqui o diretor Jeffrey Nachmanoff nem ligou para essas loucuras, pois como disse no primeiro parágrafo do texto, ele releva os valores dos equipamentos, e vai deixando que o protagonista leve tudo para casa (claro que em determinada cena, descobrimos que não foi bem assim, mas....), porém tirando esse detalhe, foram completamente condizentes em tecnologia, mostrando que a realidade virtual será imprescindível para cirurgias no futuro, e que para algo tão complexo como nosso cérebro, a biotecnologia indo para esse vértice quem sabe chegará a lugares inimagináveis, brincando como o protagonista de tirar e por memórias na cabeça de alguém, e por aí vai, ou seja, a mente do roteirista estava completamente aberta para loucuras, e o resultado, quem for conferir verá que o diretor estava disposto a não relevar nada. Ou seja, podemos dizer que temos algo bem insano de se pensar sendo mostrado na telona, mas que a dinâmica criada acaba funcionando dentro da ficção entregue, e sendo assim, é possível rirmos e até pensarmos em tudo o que nos é mostrado, tendo funcionado razoavelmente, dentro claro dos diversos mini erros/furos de roteiro.
É de praxe gostarmos de ver Keanu Reeves atuando, pois ele gosta de se entregar para seus personagens, fazendo com que o público acredite em suas atuações parecendo ser exatamente como lhe foi pedido para interpretar, e aqui como Will Foster, ele nos dá perspectivas tão claras que se fosse apresentado como um biomédico, certamente acreditaríamos tanto no que fez, que entregaríamos algumas máquinas para analisar, e isso é bacana de ver, mas claro que há momentos tão sem nexo, que falamos: "menos meu caro, bem menos", mas como bom ator ele se joga, e até parece estar jogando um pouco de videogame em suas cenas tecnológicas. Já por outro lado, Alice Eve entregou uma Mona tão inexpressiva, que antes mesmo de morrer e virar uma cópia, já tinha trejeitos robóticos e sem carisma, de modo que algumas cenas suas chegam a ser cansativas só por ter ela em cena, ou seja, poderia ter se dado mais, ou arrumado outra atriz melhor para o papel. Thomas Middleditch foi jovial com seu Ed, entregando uma personalidade que inicialmente até pensamos ser namorado da filha do protagonista, mas depois em determinada cena vemos que ela é bem mais nova, mas tirando esse detalhe, o ator fez um bom amigo do protagonista, entregou algumas cenas engraçadas, e soube aproveitar seu momento, embora seja daqueles personagens que aparecem e desaparecem em uma trama. John Ortiz conseguiu ser interessante como Jones, o dono da empresa aonde o protagonista trabalha, criando trejeitos fortes e incisivos, mas sendo meio jogado em algumas cenas mais dialogadas, não empolgando muito como poderia, mas também não soando falso, o que acaba sendo de bom grado. E para fechar, as crianças Emjay Anthony e Emily Alyn Lind como Matt e Sophie apareceram pouco, mas não decepcionaram nos trejeitos entregues nos seus atos, o que foi bacana de ver.
No contexto visual, o longa foi certamente bem filmado em camadas, para que a edição pudesse brincar tanto com os óculos de realidade virtual que o protagonista usa, e esses efeitos foram bem interessantes de ver na telona, mostrando algo que muitos começaram a enxergar agora nas possibilidades desses gadgets que vem surgindo, ou seja, a trama entregou muita tecnologia, mostrou um pouco de clonagem, e além disso escolheu ótimas locações em Porto Rico, com casarões, e muita floresta para envolver, mas nem chegaram a trabalhar tanto com isso, pois as únicas cenas fora da casa ou da empresa são usadas debaixo de chuva, ou seja, sem muito para observar, e dentro, ousaram bem na tecnologia para tudo ficar mais interessante para os jovens. A fotografia é um pouco escura, para poderem brincar com a tecnologia nas camadas do filme, e certamente se quisessem poderiam até ter entregue o longa em 3D que seria bem bacana de ver, mas como o filme não tem chamariz, acredito que optaram por deixar no básico mesmo.
Enfim, é algo que passa bem longe de qualquer brilhantismo, que tem uma história levemente bagunçada, mas que nos faz pensar em determinada frase do protagonista: "e se fosse com você, o que faria?", pois ele como um conhecedor da técnica de transferência de memórias, o amigo como um experiente em clonagem, porque não investir e tentar salvar a família morta em um acidente besta (aliás, tosca demais a cena do acidente!!). Sendo assim, é um filme que vale ver só em segundo plano pela ideia em si, mas que poderia ter sido melhorado para não ser tão abusivo de ideias fictícias de um futuro bem longínquo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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