Felizmente o "De Pernas Pro Ar 3" voltou para suas origens!!! Colocando muita diversão em boas sacadas, trabalhando bem o conceito do conflito familiar (trabalho de mais x família de menos), e criando bons vértices para unir o passado com a modernidade tecnológica que hoje o sexo vive cheio de tendências, fugindo completamente dos exageros que fizeram no segundo filme, ou seja, praticamente um recall bem feito, atualizado, e que consegue agradar bastante dentro do que se propõe. Claro que não é daqueles filmes que lhe fará rir até perder o ar, mas possui tantos bons momentos e uma desenvoltura bem propícia, que resulta num longa coerente e bem colocado para o momento, mostrando principalmente que a equipe aprendeu com os muitos erros do segundo longa, e caprichando em técnica encontrou algo satisfatório para que cada ato fosse entregue com muita desenvoltura do elenco para conduzir algo mais cheio de personalidade, o que acaba em diversos momentos soando até levemente melhor que o primeiro. Ou seja, um bom agrado para uma diversão descontraída em uma boa sessão de cinema.
O longa nos mostra que o sucesso da franquia Sex Delícia faz com que Alice rode o mundo, visitando os mais diversos países em uma correria interminável. Sem tempo para se dedicar à família, quem assume a casa é seu marido João, que cuida dos filhos Paulinho e Clarinha, de apenas seis anos. Cansada de tanta agitação, Alice decide se aposentar e entregar o comando dos negócios à sua mãe, Marion. Porém, o surgimento de Leona, uma jovem competidora, faz com que mude seus planos.
Diria que a mudança na direção fez bem para o longa, pois Julia Rezende deu uma tremenda de uma revigorada no filme, de forma que se antes tudo parecia mais centrado na protagonista, agora Ingrid ainda se mantém bem a frente, mas conseguimos enxergar mais para todos os demais personagens, e as conexões passam a funcionar, de modo que a diretora conseguiu incorporar toda a essência da trama original que foi desenvolvida há quase 10 anos, modernizar ela, colocar um embrulho mais bonito de se ver na prateleira, e com isso torná-lo algo que embora tenha até menos piadas que os anteriores, funcionasse de uma maneira mais gostosa e divertida de acompanhar, fazendo que a duração passasse num piscar de olhos, não cansando um segundo sequer durante os 108 minutos de projeção. Ou seja, muitos vão até falar que riram menos nesse do que nos anteriores, mas confesso que as risadas aqui são pela história e pelo contexto que são engraçados dentro das diversas situações, e não por qualquer forçada que tentassem nos impor como já vimos em outros filmes, e sendo assim, Julia mostrou bem o que sabe fazer, afinal seus longas anteriores também foram gostosos de conferir por essa forma, e aqui com um roteiro escrito por um timaço como Marcelo Saback e Paulo Cursino que já vem desde o primeiro, foi incrementado com Rene Belmonte, e a protagonista Ingrid Guimarães também escrevendo.
Quanto do quesito interpretativo, como disse no parágrafo anterior, Ingrid Guimarães ainda mantém um destaque e tanto com sua Alice, mostrando diversos trejeitos diferentes, brincando com o lado possessiva para cima da família e do emprego, e mesmo estando de lado (quando diz estar), está com os olhos bem abertos, impondo sua loucura e criando vértices bem encaixados para que sua personagem divertisse na medida, entregando desde o lado mais tênue e calmo (sim, ela possui!), até momentos aonde parece ligada no 220, o que faz rir demais. Bruno Garcia teve uma participação bem maior nesse filme, e seu João acabou bem conectado em diversos momentos, colocando estilo nas tradicionais brigas de casais que não se veem muito, e a sacada final foi muito bem colocada, cheia de sensualidade e agradando com bom tom. Samya Pascotto deu um bom tom para sua Leona, e embora seja cheia de exageros de trejeitos, a atriz conseguiu mostrar uma boa desenvoltura para as jovens que tem surgido nesse mercado tecnológico com boas ideias de startups que andam pegando uma boa fatia do mercado, e o estilo que passou mostrou bem o estilo dessas pessoas. Eduardo Mello fez um Paulinho em sua plenitude jovial, tendo diversas namoradas, e encontrando bons atos para dar o tradicional ciúmes na mãe, e mesmo não tendo tantas cenas, no momento jogral do longa, aonde cada um vai complementando o outro, seu estilo foi muito bem encontrado e acabou agradando. Do elenco secundário, sem dúvida alguma a melhor atriz/personagem fica a cargo de Cristina Pereira como a empregada Rosa, que consegue achar dinâmica para diversos momentos cômicos, chama a responsabilidade em diversos momentos, e sem dúvida alguma nos mata de rir na cena com a boneca.
Com filmagens em Paris, o longa teve uma cenografia riquíssima de locações, encontrou diversos momentos com objetos inusitados para entregar claro o tom sensual da trama, brincando com bonecas, óculos de realidade virtual, e até chegando nos finalmente objetos mais atuais do mercado sexual, além claro de no começo mostrar passeios por países e culturas não tão usualmente sexuais, mostrando os diversos aparatos que a empresa da protagonista foi criando nos anos para se consolidar, de modo que vemos alguns até sendo usados pelo filho com suas namoradas, o que dá um certo divertimento. Além disso, nas cenas nacionais, vemos muitos encaixes de festas bem ricas de cenografia, o que mostrou uma preocupação até digamos cara para o orçamento do longa, mas que certamente se pagará bem fácil, afinal, essa é uma das comédias mais rentáveis do país, ou seja, a equipe foi luxuosa, coerente, e acertou e muito em todas as opções criadas por onde passou, mostrando também muita classe para o trabalho do marido com design de móveis.
Enfim, não gosto de fazer comparações entre os filmes de uma série, mas diria que facilmente esse novo ficou mais dinâmico e cheio de estilo, e que chega a ser até levemente melhor que o primeiro nessa forma, mas sem dúvida alguma, o primeiro é o que mais força o riso do público pela originalidade e surpresas, e o segundo é melhor esquecer que existiu. Ou seja, como muitos andam dizendo por aí, esse foi um bom recomeço para a franquia, e que caso façam mais continuações, certamente já nos mostraram aqui as bases por onde atacar, e certamente serão bem divertidas, mas caso fechem o ciclo, aqui tudo foi feito com classe e o acerto foi perfeito. Sendo assim, recomendo o longa para todos que gostem de uma comédia bem feita, sem exageros, e que agrada divertindo com bons toques modernos, ou seja, diversão garantida. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas ainda falta uma estreia para conferir nos cinemas, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...