Sabemos bem que os americanos não gostam de legendas, então quando um filme estrangeiro acaba fazendo sucesso no país, lá vão eles atrás de fazer uma versão própria para que a trama se desenvolva e possam curtir, e eis que 5 anos após o chileno Sebastián Lelio despontar com sua versão de "Gloria", agora temos "Gloria Bell" também dirigida por Lelio, porém se lá tivemos algo singelo, cheio de desenvoltura, aqui as situações aparentaram estar soltas demais, não fluindo naturalmente, mesmo com a protagonista bem disposta para cada ato. Ou seja, tivemos uma trama bem encaixada para mostrar a força feminina em lidar com diversos problemas, mas que pareceu ser montado especificamente para isso ao invés de termos um filme bem criado e desenvolvido.
A trama nos mostra que uma mulher sozinha com 50 anos e espírito livre ocupa suas noites buscando amor em boates para adultos solteiros em Los Angeles. Sua frágil felicidade muda no dia em que conhece Arnold. Sua intensa paixão deixa ela alternando entre esperança e desespero, até ela descobrir uma nova força e que agora, surpreendentemente, ela consegue brilhar mais do que nunca.
Quando vi a versão original em 2014, "Gloria", mostrava uma personificação mais dinâmica e bem colocada que o diretor sabia exatamente como mostrar de uma forma simples, porém agora com um orçamento levemente maior, Sebastián Lelio quis ser criativo em situações desnecessárias, o que não melhorou em nada a trama, apenas mostrando mais desventuras para que a protagonista mostrasse como sairia de cada uma, ou seja, um filme digamos mais colorido que o original, mas que não disse a que veio, senão entregar algo para que a protagonista despontasse ainda mais do que já sabemos que ela é capaz.
Quanto das atuações, posso dizer de cara que esse foi um dos melhores papéis de Julianne Moore como Gloria, não só pelas atitudes, mas também pela boa desenvoltura que encontrou para viver realmente a personagem, dando uma boa reflexão para mulheres viverem bem suas vidas, mas também mostrando que elas sabem lidar bem melhor com as diversas separações da vida, ao contrário dos homens que são mais dependentes de tudo, ou seja, uma bela representação que agradou bastante. John Turturro deu uma boa personalidade para seu Arnold, sendo coerente em algumas atitudes, mas trabalhando pouco os olhares, o que merecia mais, mas dentro do que foi pedido ele se encaixou bem. Quanto dos demais, tivemos um ou outro despontamento, mas nada que impressionadas realmente, tendo um leve destaque para Brad Garrett com seu Dustin nas cenas que lhe couberam, mas nada muito forte.
No conceito cênico a trama se dispôs em locações também bem simples, não ousando, nem criando algo que chamasse a atenção para algum momento, passando por baladas, cassinos, casas de amigos, e no emprego da personagem, mas a dinâmica cênica mais fechada ficou a cargo das cenas em seu apartamento, aonde sempre estava livre para viver da sua maneira.
Um ponto favorável do longa ficou a cargo das escolhas musicais, que deram tanto ritmo quanto nos atos cantados pela protagonista mostravam nas letras a sintetização da história. Nem todas estão na trilha oficial, mas já dá para ouvir um pouco nos links a seguir: link link2.
Enfim, um longa feito de encomenda, misturando coisas boas que já tínhamos visto no original, incrementando com alguns momentos característicos dos americanos, o que deu um tom abaixo da graciosidade do longa de 2014, mas que vale ainda a conferida para refletir sobre as separações que temos na vida, a desenvoltura feminina e masculina nessa necessidade, e principalmente saber que a vida é maior do que apenas o amor, e com essa mensagem passada, a trama funciona bem. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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