A sensação de dever cumprido para um rockstar certamente é quando escuta as palmas ao final de um show seu, e certamente hoje essa foi a minha vontade de estar aplaudindo de pé não apenas o filme "Rocketman", mas sim Taron Egerton pelo que fez no longa, não apenas incorporando trejeitos de Elton John (afinal ele não ficou tão parecido visualmente com o astro, mas entregou bem a personalidade representativa), mas botando o gogó pra jogo, cantando todas as músicas do filme (o link estará lá embaixo para escutaram tudo!!) e se adaptando muito bem ao estilo que o filme pedia, afinal um musical precisa ser muito dinâmico, incorporar cada ato, e principalmente desenvolver o personagem junto das músicas, e aqui foram muito além para mostrar as épocas mais malucas do início da carreira do grande músico, seus problemas com drogas, bebidas, escândalos e tudo mais. Ou seja, um filme impressionante do começo ao fim, com uma desenvoltura fora dos padrões, e que agrada demais quem for fã do gênero, pois lembrará diversos outros clássicos maravilhosos que conseguiram juntar as letras das canções com a história sendo contada de uma maneira perfeita e incrível!
O longa conta a trajetória de como o tímido Reginald Dwight se transformou em Elton John, ícone da música pop. Desde a infância complicada, fruto do descaso do pai pela família, sua história de vida é contada através da releitura das músicas do superstar, incluindo a relação do cantor com o compositor e parceiro profissional Bernie Taupin e o empresário e ex-amante John Reid.
Se alguém tinha alguma dúvida da direção de Dexter Fletcher, que finalizou maravilhosamente "Bohemian Rhapsody", agora pode apagar todas elas e ter certeza que ele é o nome que veremos em praticamente todos os próximos longas musicais, pois impecável é uma palavra pequena de dizer em cima do que fez aqui com o roteiro de Lee Hall, pois todos sabíamos que a vida de Elton John tinha sido uma verdadeira zona ao estourar no começo da carreira, que teve todo tipo de problema com todas drogas e bebidas possíveis, mas sequer imaginaríamos ver isso transformado em um musical glamoroso, somente usando de base as canções do cantor, e que principalmente arrumaram alguém capaz de cantar todas as músicas, pois qualquer outro ator colocariam Elton por trás e apenas dublariam, e aqui Taron fez questão de cantar todas, mesmo que sua voz não fosse tão grossa como a original, mas isso deu um brilhantismo para a produção de tirar qualquer um dos chapéus da coleção de Elton, que não são poucos!!
Sobre as atuações já posso dizer que certamente por estarmos muito cedo para falar de premiações, Elton como produtor deve mexer alguns pauzinhos para vermos o ator Taron Egerton ao menos concorrendo a todos os prêmios possíveis pelo que fez como Reginald Dwight/Elton John, afinal só de conseguir incorporar toda a maluquice completa do músico já se faz valer muito, daí resolver cantar com uma afinação incrível todas as canções do longa, entregando ritmo, personalidade, desenvoltura, traquejo e trejeitos perfeitos, é algo que não dá para comparar, e se antes já era fã do trabalho dele em outros filmes, agora posso dizer que faço torcida pelo jovem despontar cada vez mais pela perfeição entregue aqui. Jamie Bell é daqueles atores que você não dá nada, e no decorrer de uma trama ele vai se desenvolvendo, entregando carisma e boas personificações de modo que acabamos envolvidos com o que faz, e aqui como Bernie ele foi preciso, bem encaixado, e acabou resultando muito bem em cada ato que fez, agradando bastante em tudo, e sendo um bom acerto para o personagem. Agora não tem como não ficar extremamente nervoso com a personalidade que Richard Madden deu para seu John Reid, de modo que se Elton desejava que o público odiasse seu ex-empresário, o ator conseguiu fazer isso com muita classe e entrega, agradando precisamente com muito impacto expressivo, e claro, muita canalhice. É até engraçado ver Bryce Dallas Howard como Sheila Eileen, mãe de Elton, pois como estamos acostumados a ver ela correndo de dinossauros nos últimos anos, aqui como uma mulher de classe, acabou sendo bem diferente, além claro de uma maquiagem que a deixou irreconhecível, mas como sempre fazendo bons trejeitos, e agradando. Steven Mackintosh apareceu pouco como Stanley, pai de Elton, afinal como o músico já afirmou ele era extremamente rude, e não teve tanta participação em sua vida, mas as cenas que o ator apresentou aqui foram fortes e bem emocionantes de mostrar. Os jovens Matthew Illesley e Kit Connor praticamente foram clonados para viver o jovem Reggie, pois foram graciosos, bem desenvolvidos, e conseguiram chamar muita atenção, além de ao final quando aparece o comparativo de fotos reais serem gêmeos ao cantor na idade deles. O longa contou com muitos bons personagens secundários, e passaria horas aqui falando de cada um, mas vale a menção de destaque pelo menos para Gemma Jones como Ivy, a avó que apoiou Elton para estudar música, e Charlie Rowe e Stephen Graham como Ray e Dick, os primeiros agentes do cantor.
O conceito artístico da produção é outro show a parte, afinal trabalharam a trama como algo bem cheio de fantasia para que não ficasse um longa comum, e com muita classe de adereços e figurinos (que certamente Elton cedeu de seu próprio armário, afinal ainda é compulsivo com compras), locações incríveis para cada ato, muitos figurantes para shows e desenvolvimento e dançantes, de modo que tudo pareceu sair para fora da realidade, agradando demais não apenas pelo tamanho da produção em si, mas sim pela sintonia com cada momento, fazendo do filme algo muito visual e sensorial, que transparece para fora da tela, mostrando também diversos shows famosos do cantor sendo bem representados. Um dos pontos não tão bons do filme, e que transpareceu mais erros foi a questão da maquiagem, pois alguns personagens ficaram estranhos, como a mãe envelhecida principalmente, entre outros, mas nada que atrapalhadas o andamento da trama. Com uma fotografia bem densa, cheia de contraluzes, mas sempre puxando para a dramaticidade, o longa acaba não virando algo tão festivo como um musical acabaria se tornando, mas ao desenvolver as demais cores, o resultado brilha na tela e envolve demais.
Como bem sabemos, Elton possui uma gama imensa de ótimas canções, e aqui escolheram muito bem todas que representasse cada momento da produção para que Taron ensaiasse e entregasse com sua própria personalidade em sua voz, que é um pouco menos grossa que a que conhecemos de Elton, mas que ainda assim agradou muito, e recomendo que todos escutem a playlist completa após conferir o filme, então já deixo o link aqui para todos desfrutarem.
Enfim, um filme musicalmente e visualmente incrível, com ótimas atuações, e que agrada na medida até mesmo nos erros, sendo algo que recomendo demais, principalmente para quem curte musicais (afinal o longa é quase 80% cantado), que vai emocionar e envolver todos que gostem ou não do cantor, pois a trama vai muito além, encontrando uma dramaticidade bem precisa em cima de pessoas rejeitadas, que entram no mundo das drogas para esquecer, e depois dão a volta por cima. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
sexta-feira, 31 de maio de 2019
Ma
Desde que vi o trailer de "Ma" sabia que o longa seria algo bem diferente do tradicional, porém não esperava ficar tenso com algumas das situações fortes que o longa acaba entregando, pois a personagem principal é daquelas que qualquer um ficaria bem intrigado com as atitudes, mas jamais pensaria nos rumos que tudo iria tomar, mas ao apresentar a "justificativa" para tais atos até chegamos a entender seus motivos, e pensando com um ar de maldade, talvez faríamos algo parecido (se fôssemos um pouco malucos também, pois é necessário escapar das ideias para tanto!). Ou seja, é um longa de terror com uma proposta digamos diferente do usual, que consegue divertir, trabalhar bem a dramaticidade, usar de prerrogativas interessantes, e claro ainda causar muita tensão, o que faz valer o filme, porém poderiam ter trabalhado um pouco mais as cenas do passado da protagonista para sabermos todos os elos, pois embora saibamos o que aconteceu, alguns personagens apenas foram jogados, e isso deixa a trama um pouco desconexa, mas ainda assim com uma atuação primorosa de Octavia Spencer, o resultado completo acaba chamando muita atenção para quem gosta de um terror mais dramatizado com menos sangue.
O longa nos mostra que Maggie e seus amigos, todos menores de idade, estão tentando descolar bebidas alcóolicas em um mercado quando conhecem Sue Ann, uma mulher adulta que usa sua identidade para ajudá-los. Além de comprar as bebidas, ela decide oferecer sua casa para que eles organizem uma festa com o pessoal do colégio. Os eventos acabam se tornando uma rotina do grupo, até que os jovens começam a identificar um comportamento estranho da dona da casa, que se torna cada vez mais controladora e obsessiva.
A sacada do diretor Tate Taylor foi pegar o roteiro de Scotty Landes que é bem cru, afinal como roteirista de séries não costumam enfeitar muito os episódios, e dar uma incrementada para que o filme saísse dos eixos literalmente, quebrando a trama diversas vezes com voltas no passado da protagonista, para representar seus sentimentos, e claro dar uma relativizada nas situações/atitudes que acaba desenvolvendo no presente. Claro que para isso, ele usou de artifícios bem casuais, e abusou de liberar os erros cênicos, pois não deixou brechas para que seu filme seguisse um caminho normal, encontrando situações desnecessárias pelo caminho, e relevando, o que acaba soando ruim num primeiro momento, mas que se também relevarmos o filme flui melhor, tanto que alguns personagens acabam até desnecessários também, e talvez uma limpada daria um ar mais clássico para a trama, mas como não ocorreu, precisamos também focar aonde vamos, senão o filme destoa em alguns momentos, como as cenas na clínica veterinária, alguns momentos de apresentação, entre outros. Porém tirando esses detalhes, o filme encontra bons momentos, e entrega já nos últimos atos cenas dignas de arrepios com níveis de crueldade bem fortes e interessantes de ver, mas que para chegar até eles, alguns que já preferem um terror mais sem histórias pode se cansar. Ou seja, diria que o filme cabe bem num formato dramático mais puxado para o terror, do que um terror mais dramatizado, pois o ato dramático fica mais encaixado, porém como dramas costumam fluir mais nas histórias, aqui o lado terror vence.
As atuações foram bem encaixadas, cada um com um estilo mais colocado para que o filme pedia, porém é inegável a qualidade de Octávia Spencer com sua Sue Ann ou Ma para os amigos, de modo que cada cena sua oscilava expressões com mudanças tão ágeis que ficávamos estarrecidos com seus atos, ou seja, a atriz soube colocar toda sua integridade dramática para jogo (que tanto conhecemos de outros filmes), com um lado vingativo imponente cheio de loucuras até o ponto de atacar para valer, aonde sem virar uma maluca frenética, continuou com os olhares expressivos e densos, mas fazendo exatamente o que pensou e desejava fazer, ou seja, deu show. Quanto aos jovens, diria que poderiam ter trabalhado um pouco mais para não soarem tão ingênuos, pois ok ganhamos a bebida, ok ela está nos levando para sua casa estranha, ok foi apenas uma pegadinha com a arma, mas pera, vamos fazer outras festas e seja o que for, nem o mais maluco entregaria ações assim, ou entregaria? Mas isso faz parte do roteiro, então não vamos discutir, mas todos os atores poderiam ter feito facetas mais envolventes para chamar atenção, de modo que só Diana Silvers com sua Maggie (afinal também é co-protagonista da trama) tenta se destacar, mostrando uma ou outra expressividade diferenciada, encontrando medo e temor em algumas situações, e até soando graciosa nas cenas apaixonadas pelo jovem bobinho demais Andy, vivido por Corey Fogelmanis, ou seja, poderiam ter vértices melhores para todos. Dos demais adultos, as histórias pareceram jogadas demais, e nenhum se fez por valer, nem a clássica Juliette Lewis com sua Erica fazendo uma crupiê decadente, nem Luke Evans mostrando suas partes íntimas como Ben fez algo a mais que valesse destacar.
No conceito artístico a trama foi simples, mas trabalhada com conceitos bem próprios, de modo que usando a base de um porão, que inicialmente está bem jogado, mas que logo mais acaba virando um tremendo salão de festas para jovens, com muitos detalhes típicos de festas estudantis que vemos em muitos filmes, como jogos, pista de dança, bebidas, salgadinhos, pessoas por todo o lado, no andar de cima da casa, temos algo bem metódico, cheio de cercas e isolamentos característicos de personalidades controladores, e além disso, uma escola que é usada nas duas versões (presente e passado), e um cassino clássico que é pouco usado para duas cenas apenas, além de uma clínica veterinária que só é usada para mostrar os medicamentos e nada mais, ou seja, o conceito é abrangente, mas o uso é simplório, até claro chegarmos nas cenas violentas, aí a equipe já apelou para cortas, linhas e agulha, ferros, facas e tudo mais que vemos casualmente em longas de terror, de modo que a equipe de arte precisou seguir quase que duas linhas bem distintas, e o resultado funciona bem assim também.
Enfim, não diria que é uma daquelas obras primas do gênero, mas que por entregar um estilo diferente de filme vingativo, aonde procuraram trabalhar mais a dramaticidade, os envolvimentos, e até mesmo a forma de tudo acontecer, o resultado acaba sendo bem agradável e interessante de conferir, de modo que o longa não cansa, passa bem rápido com todas as dinâmicas sendo entregues casadinhas, que apenas erra por não trabalhar mais o passado (daria tempo de colocar mais uns 10 minutos sem errar!), e deixar tudo para muito no final, parecendo que correram para encerrar, pois tirando esses detalhes pequenos, é um filme que vale muito a conferida, sendo forte na medida certa, e que claro acabo recomendando. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos das estreias, então abraços e até logo mais.
O longa nos mostra que Maggie e seus amigos, todos menores de idade, estão tentando descolar bebidas alcóolicas em um mercado quando conhecem Sue Ann, uma mulher adulta que usa sua identidade para ajudá-los. Além de comprar as bebidas, ela decide oferecer sua casa para que eles organizem uma festa com o pessoal do colégio. Os eventos acabam se tornando uma rotina do grupo, até que os jovens começam a identificar um comportamento estranho da dona da casa, que se torna cada vez mais controladora e obsessiva.
A sacada do diretor Tate Taylor foi pegar o roteiro de Scotty Landes que é bem cru, afinal como roteirista de séries não costumam enfeitar muito os episódios, e dar uma incrementada para que o filme saísse dos eixos literalmente, quebrando a trama diversas vezes com voltas no passado da protagonista, para representar seus sentimentos, e claro dar uma relativizada nas situações/atitudes que acaba desenvolvendo no presente. Claro que para isso, ele usou de artifícios bem casuais, e abusou de liberar os erros cênicos, pois não deixou brechas para que seu filme seguisse um caminho normal, encontrando situações desnecessárias pelo caminho, e relevando, o que acaba soando ruim num primeiro momento, mas que se também relevarmos o filme flui melhor, tanto que alguns personagens acabam até desnecessários também, e talvez uma limpada daria um ar mais clássico para a trama, mas como não ocorreu, precisamos também focar aonde vamos, senão o filme destoa em alguns momentos, como as cenas na clínica veterinária, alguns momentos de apresentação, entre outros. Porém tirando esses detalhes, o filme encontra bons momentos, e entrega já nos últimos atos cenas dignas de arrepios com níveis de crueldade bem fortes e interessantes de ver, mas que para chegar até eles, alguns que já preferem um terror mais sem histórias pode se cansar. Ou seja, diria que o filme cabe bem num formato dramático mais puxado para o terror, do que um terror mais dramatizado, pois o ato dramático fica mais encaixado, porém como dramas costumam fluir mais nas histórias, aqui o lado terror vence.
As atuações foram bem encaixadas, cada um com um estilo mais colocado para que o filme pedia, porém é inegável a qualidade de Octávia Spencer com sua Sue Ann ou Ma para os amigos, de modo que cada cena sua oscilava expressões com mudanças tão ágeis que ficávamos estarrecidos com seus atos, ou seja, a atriz soube colocar toda sua integridade dramática para jogo (que tanto conhecemos de outros filmes), com um lado vingativo imponente cheio de loucuras até o ponto de atacar para valer, aonde sem virar uma maluca frenética, continuou com os olhares expressivos e densos, mas fazendo exatamente o que pensou e desejava fazer, ou seja, deu show. Quanto aos jovens, diria que poderiam ter trabalhado um pouco mais para não soarem tão ingênuos, pois ok ganhamos a bebida, ok ela está nos levando para sua casa estranha, ok foi apenas uma pegadinha com a arma, mas pera, vamos fazer outras festas e seja o que for, nem o mais maluco entregaria ações assim, ou entregaria? Mas isso faz parte do roteiro, então não vamos discutir, mas todos os atores poderiam ter feito facetas mais envolventes para chamar atenção, de modo que só Diana Silvers com sua Maggie (afinal também é co-protagonista da trama) tenta se destacar, mostrando uma ou outra expressividade diferenciada, encontrando medo e temor em algumas situações, e até soando graciosa nas cenas apaixonadas pelo jovem bobinho demais Andy, vivido por Corey Fogelmanis, ou seja, poderiam ter vértices melhores para todos. Dos demais adultos, as histórias pareceram jogadas demais, e nenhum se fez por valer, nem a clássica Juliette Lewis com sua Erica fazendo uma crupiê decadente, nem Luke Evans mostrando suas partes íntimas como Ben fez algo a mais que valesse destacar.
No conceito artístico a trama foi simples, mas trabalhada com conceitos bem próprios, de modo que usando a base de um porão, que inicialmente está bem jogado, mas que logo mais acaba virando um tremendo salão de festas para jovens, com muitos detalhes típicos de festas estudantis que vemos em muitos filmes, como jogos, pista de dança, bebidas, salgadinhos, pessoas por todo o lado, no andar de cima da casa, temos algo bem metódico, cheio de cercas e isolamentos característicos de personalidades controladores, e além disso, uma escola que é usada nas duas versões (presente e passado), e um cassino clássico que é pouco usado para duas cenas apenas, além de uma clínica veterinária que só é usada para mostrar os medicamentos e nada mais, ou seja, o conceito é abrangente, mas o uso é simplório, até claro chegarmos nas cenas violentas, aí a equipe já apelou para cortas, linhas e agulha, ferros, facas e tudo mais que vemos casualmente em longas de terror, de modo que a equipe de arte precisou seguir quase que duas linhas bem distintas, e o resultado funciona bem assim também.
Enfim, não diria que é uma daquelas obras primas do gênero, mas que por entregar um estilo diferente de filme vingativo, aonde procuraram trabalhar mais a dramaticidade, os envolvimentos, e até mesmo a forma de tudo acontecer, o resultado acaba sendo bem agradável e interessante de conferir, de modo que o longa não cansa, passa bem rápido com todas as dinâmicas sendo entregues casadinhas, que apenas erra por não trabalhar mais o passado (daria tempo de colocar mais uns 10 minutos sem errar!), e deixar tudo para muito no final, parecendo que correram para encerrar, pois tirando esses detalhes pequenos, é um filme que vale muito a conferida, sendo forte na medida certa, e que claro acabo recomendando. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos das estreias, então abraços e até logo mais.
terça-feira, 28 de maio de 2019
Netflix - Fim do Mundo (Rim Of The World)
Sei que filmes com crianças costumam ser cansativos, e muitas vezes até bobos demais, mas ultimamente alguns diretores tem nos premiado com longas bem intrigantes, cheios de aventura, e até contendo mensagens interessantes para que os pequenos consigam de com uma boa desenvoltura passar para o público mais velho, e aqui a Netflix entregou com seu "Fim do Mundo", um longa bem sagaz, que lembra bem as tramas adolescentes que nos encantavam na Sessão da Tarde quando éramos mais jovens, trabalhando um pouco de "Goonies", e tendo até boas referências aos atuais "Super 8" e "Jurassic Park", de modo que tudo soa como uma aventura heroica, aonde chega até ser bizarro que nada atinge os jovens enquanto soldados treinados, adultos experientes e todos mais morrem com uma rapidez imensa, mas tirando esse detalhe, temos boas cenas de ação, muitos tiros, explosões, efeitos estranhos, e até alienígenas bem feiosos que perseguem os jovens. Ou seja, uma trama ousada, cheia de estilo, que alguns podem até reclamar da simplicidade, mas de uma forma bem colocada acaba agradando bastante com o resultado final, sendo gostoso de ver, e interessante de acompanhar, mesmo com os devidos erros e exageros.
O longa acompanha quatro jovens de personalidade forte que formam uma improvável aliança quando o mundo é invadido por alienígenas. Juntos num acampamento de verão, eles superam medos, inseguranças e falta de experiência aprendendo a trabalhar como um time em defesa da humanidade.
Sabemos bem que o diretor McG gosta muito de cenas explosivas e filmes que trabalhe bem o conceito de aventura, e aqui não foi diferente, pois ele encontrou com muita sagacidade bons elos, características fortes para cada personagem (que em seus devidos momentos apresentam seus problemas familiares), e trabalhou cada momento com um estilo diferenciado para o momento, de modo que muitos chegaram até a comparar a ideia com a série "Stranger Things" por ter crianças desenvolvendo problemas, entrando em embates e outras coisas, mas como não vi a série não posso opinar sobre isso, então prefiro ir para outro rumo como citei no começo, comparando a trama com "Goonies" e "Super 8", que tiveram também crianças, bichos estranhos e uma evolução em cima de aventura e descobertas. Claro que aqui é algo bem menor do que esses dois grandes filmes, mas tivemos tão bons elementos sendo trabalhados, que até as coisas mais absurdas do roteiro acabaram não atrapalhando tanto, como viajar em aparentemente dois dias mais de 150km em meio a uma guerra, fazer situações ingênuas com ensejos morais, e principalmente o fator tiro falso que costumo falar muito em filmes de tiros, aonde o protagonista (no caso aqui os vários protagonistas infantis) sobrevive a ataques tão ruins dos vilões, que parece ter uma bolha para que tiros, garras e tudo mais não alcance ele, pois é impossível o que acontece nesse sentido. Sendo assim, o diretor foi ousado, foi criativo, foi maluco, mas principalmente soube encontrar aonde seu filme poderia ser encaixado, pois poderia ter qualquer rumo diferente a história, e certamente sairia algo ruim, e dessa forma ele ficou muito gostoso de acompanhar, sendo um grande acerto.
Agora embora cada ator tenha uma personificação diferente trabalhada na trama, cada um tenha seus devidos problemas, e tudo mais que certamente foi entregue na bio deles, poderiam ter trabalhado melhor a expressividade de todos, mas principalmente do protagonista maior, no caso Jack Gore com seu Alex, pois ser introspectivo, exageradamente nerd, e todas as vertentes de medo que o jovem possui podem ser mostradas com outras atitudes sem ser se enfiar debaixo de um boné e sumir praticamente da tela, e é isso o que o jovem ator fez, quase desaparecendo do filme em que ele é o protagonista, e isso é muito ruim de ver, pois faz com que o público até ache bonitinho o relacionamento dele com a garota da turma, podem gostar de suas atitudes de impacto, mas não se conectam com ele, de modo que se remover ele da tela, e assistirmos novamente o longa inteiro, não sentiremos sua falta, ou seja, o diretor precisava ter trabalhado muito mais a atitude dele para que o filme fluísse melhor com ele comandando a ação toda. Por outro lado, embora seja bem presunçoso diversos atos do jovem, Benjamin Flores Jr. foi completamente sagaz em suas cenas como Dariush, de modo que torcemos por ele no seu momento heroico, ficamos bravos com suas atitudes, mas principalmente nos vemos nele em meio a tudo o que acontece no filme, pois ninguém teria coragem de atacar aliens, e sim ficaríamos escondido onde ninguém nos visse, ou seja, foi determinante. A graciosa Myia Cech já tinha se mostrado bem introspectiva em "Mentes Sombrias", mas sempre determinada a aparecer, e aqui sua ZhenZhen fez exatamente o que o jovem protagonista tinha de fazer, agindo, encorajando, atacando, e claro pontuando com seu roteiro cheio de frases de efeito com determinação, de modo que acabamos bem conectados com seus atos, e torcemos até mais para ela do que para ele na hora do romance, e já com dois filmes fazendo quase o mesmo estilo de personagem, mostrou que sabe fazer bem, agora precisa ir para outros rumos. Agora é que precisavam de um dilema com números, e criar um quarto personagem, pois apenas três crianças não caberia no mote, mas outro que foi bem apagadinho na trama foi Alessio Scalzotto com seu Gabriel, que praticamente surgiu do nada, teve sua explicação, mas exagerou demais na pena que foi jogada para termos com seu personagem, e isso em um filme de atitudes soou bem morno, ou seja, poderiam ter colocado ele como alguém mais dinâmico, ou que criasse mais conflitos, pois aí sim caberia alguém diferente no grupo. Dentre os adultos, a maioria foi bem enfeite de tela, de modo que se amanhã me perguntarem qual outro personagem teve na trama, lembrarei da astronauta e do capitão que aparecem tendo alguma função, enquanto os demais, como a mãe, o pessoal do acampamento, e até mesmo o presidiário estranho praticamente nem surgiram na tela, o que é algo bem ruim de serventia em uma trama, ou seja, melhor não dar destaque para nenhum ator adulto.
No conceito artístico diria que a produção foi bem imponente, encontrou bem as locações para cada ato do filme, no melhor estilo de um "road-movie", exageraram um pouco na guerra, com os efeitos especiais trabalhando muitas naves, tiros, explosões, carros de guerra, mas tudo em prol de que o filme ficasse o mais expressivo possível dentro da ideologia de ação, e além disso, ainda gostaria de saber o tamanho do investimento que a marca esportiva Adidas pôs no orçamento do filme, pois em determinado momento do filme, o figurino marca com muita força a aparição dos símbolos na trama, de modo que chega a soar até exagerado o merchandising, mas tirando esse detalhe, todo o restante foi bem encontrado, só acredito que poderiam ter feito um alienígena mais bizarro, pois a mistura aqui soou algo meio que nada a ver, sem elos, além de naves parecendo mais algo de videogame, ou seja, poderiam ter ido por outros rumos.
Enfim, é um longa que não ofende, não atrapalha, mas que facilmente assistimos de uma maneira bem gostosa, passando bem rápido, entregando a proposta, e funcionando realmente como um bom longa de Sessão da Tarde, para toda a família conferir junto, rir de diversos atos, diversas referências à outros filmes, e principalmente não exagerar em forçar situações, de modo que não cansa, e como já disse isso em outros textos da Netflix, o principal objetivo da plataforma é esse de conseguir manter a pessoa assistindo, afinal mudar de filme é a coisa mais fácil que tem. Sendo assim recomendo o longa, claro que desejaria ver algo mais impactante, mas o resultado final foi gostoso ao menos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
O longa acompanha quatro jovens de personalidade forte que formam uma improvável aliança quando o mundo é invadido por alienígenas. Juntos num acampamento de verão, eles superam medos, inseguranças e falta de experiência aprendendo a trabalhar como um time em defesa da humanidade.
Sabemos bem que o diretor McG gosta muito de cenas explosivas e filmes que trabalhe bem o conceito de aventura, e aqui não foi diferente, pois ele encontrou com muita sagacidade bons elos, características fortes para cada personagem (que em seus devidos momentos apresentam seus problemas familiares), e trabalhou cada momento com um estilo diferenciado para o momento, de modo que muitos chegaram até a comparar a ideia com a série "Stranger Things" por ter crianças desenvolvendo problemas, entrando em embates e outras coisas, mas como não vi a série não posso opinar sobre isso, então prefiro ir para outro rumo como citei no começo, comparando a trama com "Goonies" e "Super 8", que tiveram também crianças, bichos estranhos e uma evolução em cima de aventura e descobertas. Claro que aqui é algo bem menor do que esses dois grandes filmes, mas tivemos tão bons elementos sendo trabalhados, que até as coisas mais absurdas do roteiro acabaram não atrapalhando tanto, como viajar em aparentemente dois dias mais de 150km em meio a uma guerra, fazer situações ingênuas com ensejos morais, e principalmente o fator tiro falso que costumo falar muito em filmes de tiros, aonde o protagonista (no caso aqui os vários protagonistas infantis) sobrevive a ataques tão ruins dos vilões, que parece ter uma bolha para que tiros, garras e tudo mais não alcance ele, pois é impossível o que acontece nesse sentido. Sendo assim, o diretor foi ousado, foi criativo, foi maluco, mas principalmente soube encontrar aonde seu filme poderia ser encaixado, pois poderia ter qualquer rumo diferente a história, e certamente sairia algo ruim, e dessa forma ele ficou muito gostoso de acompanhar, sendo um grande acerto.
Agora embora cada ator tenha uma personificação diferente trabalhada na trama, cada um tenha seus devidos problemas, e tudo mais que certamente foi entregue na bio deles, poderiam ter trabalhado melhor a expressividade de todos, mas principalmente do protagonista maior, no caso Jack Gore com seu Alex, pois ser introspectivo, exageradamente nerd, e todas as vertentes de medo que o jovem possui podem ser mostradas com outras atitudes sem ser se enfiar debaixo de um boné e sumir praticamente da tela, e é isso o que o jovem ator fez, quase desaparecendo do filme em que ele é o protagonista, e isso é muito ruim de ver, pois faz com que o público até ache bonitinho o relacionamento dele com a garota da turma, podem gostar de suas atitudes de impacto, mas não se conectam com ele, de modo que se remover ele da tela, e assistirmos novamente o longa inteiro, não sentiremos sua falta, ou seja, o diretor precisava ter trabalhado muito mais a atitude dele para que o filme fluísse melhor com ele comandando a ação toda. Por outro lado, embora seja bem presunçoso diversos atos do jovem, Benjamin Flores Jr. foi completamente sagaz em suas cenas como Dariush, de modo que torcemos por ele no seu momento heroico, ficamos bravos com suas atitudes, mas principalmente nos vemos nele em meio a tudo o que acontece no filme, pois ninguém teria coragem de atacar aliens, e sim ficaríamos escondido onde ninguém nos visse, ou seja, foi determinante. A graciosa Myia Cech já tinha se mostrado bem introspectiva em "Mentes Sombrias", mas sempre determinada a aparecer, e aqui sua ZhenZhen fez exatamente o que o jovem protagonista tinha de fazer, agindo, encorajando, atacando, e claro pontuando com seu roteiro cheio de frases de efeito com determinação, de modo que acabamos bem conectados com seus atos, e torcemos até mais para ela do que para ele na hora do romance, e já com dois filmes fazendo quase o mesmo estilo de personagem, mostrou que sabe fazer bem, agora precisa ir para outros rumos. Agora é que precisavam de um dilema com números, e criar um quarto personagem, pois apenas três crianças não caberia no mote, mas outro que foi bem apagadinho na trama foi Alessio Scalzotto com seu Gabriel, que praticamente surgiu do nada, teve sua explicação, mas exagerou demais na pena que foi jogada para termos com seu personagem, e isso em um filme de atitudes soou bem morno, ou seja, poderiam ter colocado ele como alguém mais dinâmico, ou que criasse mais conflitos, pois aí sim caberia alguém diferente no grupo. Dentre os adultos, a maioria foi bem enfeite de tela, de modo que se amanhã me perguntarem qual outro personagem teve na trama, lembrarei da astronauta e do capitão que aparecem tendo alguma função, enquanto os demais, como a mãe, o pessoal do acampamento, e até mesmo o presidiário estranho praticamente nem surgiram na tela, o que é algo bem ruim de serventia em uma trama, ou seja, melhor não dar destaque para nenhum ator adulto.
No conceito artístico diria que a produção foi bem imponente, encontrou bem as locações para cada ato do filme, no melhor estilo de um "road-movie", exageraram um pouco na guerra, com os efeitos especiais trabalhando muitas naves, tiros, explosões, carros de guerra, mas tudo em prol de que o filme ficasse o mais expressivo possível dentro da ideologia de ação, e além disso, ainda gostaria de saber o tamanho do investimento que a marca esportiva Adidas pôs no orçamento do filme, pois em determinado momento do filme, o figurino marca com muita força a aparição dos símbolos na trama, de modo que chega a soar até exagerado o merchandising, mas tirando esse detalhe, todo o restante foi bem encontrado, só acredito que poderiam ter feito um alienígena mais bizarro, pois a mistura aqui soou algo meio que nada a ver, sem elos, além de naves parecendo mais algo de videogame, ou seja, poderiam ter ido por outros rumos.
Enfim, é um longa que não ofende, não atrapalha, mas que facilmente assistimos de uma maneira bem gostosa, passando bem rápido, entregando a proposta, e funcionando realmente como um bom longa de Sessão da Tarde, para toda a família conferir junto, rir de diversos atos, diversas referências à outros filmes, e principalmente não exagerar em forçar situações, de modo que não cansa, e como já disse isso em outros textos da Netflix, o principal objetivo da plataforma é esse de conseguir manter a pessoa assistindo, afinal mudar de filme é a coisa mais fácil que tem. Sendo assim recomendo o longa, claro que desejaria ver algo mais impactante, mas o resultado final foi gostoso ao menos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
segunda-feira, 27 de maio de 2019
Netflix - A Perfeição (The Perfection)
Tem vezes que precisamos peneirar nas indicações da Netflix, mas outras vezes alguns longas caem em nossas mãos como uma luva, pois se ontem reclamei muito do filme que vi no cinema pela falta de explicações, hoje com "A Perfeição" ou "The Perfection" como está na plataforma, o longa caminhava para um rumo bem estranho e nojento de modo que fiquei pensando o que será que é tudo isso, quando tem uma reviravolta explicativa tão impactante que chega a impressionar, e claro fazer com que ficássemos mais atentos ainda, então novamente começam a ocorrer coisas fortes e estranhas, para que novamente no ponto de ápice, lá vamos nós com outra reviravolta impressionante e bem contundente, de modo que muitos até podem reclamar do exagero expressivo do diretor em explicar tudo bonitinho, e revelar muito do que acaba acontecendo em centros de perfeições, quase como uma denúncia anônima, mas para isso, tivemos de ver coisas que sequer imaginaríamos em um longa comum. Ou seja, com uma trama bem densa, atuações bem precisas, e uma direção minuciosa de detalhes, a trama ousa e chama muita atenção, fazendo valer o pouco tempo que passamos conferindo, afinal o longa possui apenas 90 minutos, muito bem utilizados.
A sinopse nos conta que uma mulher que costumava ser considerada um prodígio do violoncelo passa a perseguir seu mentor e a nova pupila que é o centro de suas atenções, deixando sua busca por perfeição tomar um rumo sinistro.
O diretor Richard Shepard foi bem contundente na decisão que queria para seu filme, e felizmente surpreendeu a todos com as reviravoltas escolhidas, pois tenho certeza que se ele fosse redondinho seria apenas mais um no meio de tantos outros que denunciam situações fortes em instituições, que acabaria passando em branco, mas ao misturar doenças, amputações, e impactos quebrando a trama em capítulos, e principalmente revirando a história, indo para um rumo, voltando tudo e explicando, que acabamos nos impressionando, e até chega ser engraçado, que quando estamos prestes a desistir do filme por algum motivo feio, ou quando parece que vai cansar, o longa revira e acaba funcionando bastante. Ou seja, com uma estrutura bem diferenciada, o diretor conseguiu chamar a atenção e encontrar uma maneira própria de acusar e causar, o que é bem raro de ver em suspenses/dramas com pitadas de terror, o que fez de seu filme algo muito bem feito, e propício para o momento.
Sobre as atuações, posso dizer facilmente que todos os personagens possuem seu momento certo de virada, e que cada ator se entregou com olhares tão abertos que raramente ficamos sem saber o que vai acontecer em cada ato, e isso fez do filme ter algo muito além de tudo. Allison Williams já havia mostrado muita atitude em "Corra", que é outro filme de terror cheio de reviravoltas, e aqui chegamos ao ponto de odiar sua Charlotte em determinado momento, para depois se surpreender com ela, voltar a odiar, e terminar de forma bem empolgada com o resultado, ou seja, uma atriz, diversas facetas, e uma interpretação minuciosa fez com que merecesse ser aplaudida. Logan Browning se desesperou demais com suas cenas passando mal, de modo que chegamos até a passar mal junto de sua Lizzie, que teve cenas bem tensas em praticamente todos os atos, e que agradou com bastante personalidade. Steven Weber entregou um estilo bem pautado para seu Anton, e sua reviravolta nem é tão chocante, pois sabemos bem o que esperar do estilo do personagem, e certamente foi bem colocado em seu roteiro tudo para que ficasse pronto para cada ato, e entregasse com firmeza tudo, o que foi bem interessante de ver. Quanto aos demais, diria que todos foram bem figurativos, sem muito o que expressar, nem impactando para o bem, nem para o mal, de modo que apenas fazem parte do conjunto, ou seja, nem é necessário citar eles, pois todos foram bem enfeites.
A equipe de arte brilhou ao criar a casa/escola de música do protagonista, bem rica em detalhes, e cheia de intencionais elementos, que deram o tom mais ao final da trama, e também escolheu bem alguns elementos da viagem das protagonistas para que se ela queria algo bem longe da primeira classe, ficasse com algo de nível de última classe, com um ônibus bem precário, com figurantes estranhos, comidas estranhas, locações bizarras, e tudo mais para que o conteúdo do filme tivesse uma boa colocação, e acertadamente colocaram ainda muitas coisas nojentas nos vômitos para que o terror impregnasse nessas cenas, ou seja, uma montagem cheia de elementos cênicos bem colocados para cada ato funcionar como deveria.
Enfim, é um filme tenso e bem interessante, que quem gosta do estilo ficará bem contente com cada momento forte, e que ao contar com tantas reviravoltas acabará se surpreendendo em todas as voltas de cena, ou seja, um filme que vai muito além do esperado, que até pode causar muito nojo pelos momentos de vômito, vermes, decepamento e muito mais, mas que vale a conferida com certeza para todos os fãs de bons suspenses, e sendo assim fica a dica de recomendação de um bom filme da Netflix, que não é perfeito, mas vale pelo resultado completo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos.
A sinopse nos conta que uma mulher que costumava ser considerada um prodígio do violoncelo passa a perseguir seu mentor e a nova pupila que é o centro de suas atenções, deixando sua busca por perfeição tomar um rumo sinistro.
O diretor Richard Shepard foi bem contundente na decisão que queria para seu filme, e felizmente surpreendeu a todos com as reviravoltas escolhidas, pois tenho certeza que se ele fosse redondinho seria apenas mais um no meio de tantos outros que denunciam situações fortes em instituições, que acabaria passando em branco, mas ao misturar doenças, amputações, e impactos quebrando a trama em capítulos, e principalmente revirando a história, indo para um rumo, voltando tudo e explicando, que acabamos nos impressionando, e até chega ser engraçado, que quando estamos prestes a desistir do filme por algum motivo feio, ou quando parece que vai cansar, o longa revira e acaba funcionando bastante. Ou seja, com uma estrutura bem diferenciada, o diretor conseguiu chamar a atenção e encontrar uma maneira própria de acusar e causar, o que é bem raro de ver em suspenses/dramas com pitadas de terror, o que fez de seu filme algo muito bem feito, e propício para o momento.
Sobre as atuações, posso dizer facilmente que todos os personagens possuem seu momento certo de virada, e que cada ator se entregou com olhares tão abertos que raramente ficamos sem saber o que vai acontecer em cada ato, e isso fez do filme ter algo muito além de tudo. Allison Williams já havia mostrado muita atitude em "Corra", que é outro filme de terror cheio de reviravoltas, e aqui chegamos ao ponto de odiar sua Charlotte em determinado momento, para depois se surpreender com ela, voltar a odiar, e terminar de forma bem empolgada com o resultado, ou seja, uma atriz, diversas facetas, e uma interpretação minuciosa fez com que merecesse ser aplaudida. Logan Browning se desesperou demais com suas cenas passando mal, de modo que chegamos até a passar mal junto de sua Lizzie, que teve cenas bem tensas em praticamente todos os atos, e que agradou com bastante personalidade. Steven Weber entregou um estilo bem pautado para seu Anton, e sua reviravolta nem é tão chocante, pois sabemos bem o que esperar do estilo do personagem, e certamente foi bem colocado em seu roteiro tudo para que ficasse pronto para cada ato, e entregasse com firmeza tudo, o que foi bem interessante de ver. Quanto aos demais, diria que todos foram bem figurativos, sem muito o que expressar, nem impactando para o bem, nem para o mal, de modo que apenas fazem parte do conjunto, ou seja, nem é necessário citar eles, pois todos foram bem enfeites.
A equipe de arte brilhou ao criar a casa/escola de música do protagonista, bem rica em detalhes, e cheia de intencionais elementos, que deram o tom mais ao final da trama, e também escolheu bem alguns elementos da viagem das protagonistas para que se ela queria algo bem longe da primeira classe, ficasse com algo de nível de última classe, com um ônibus bem precário, com figurantes estranhos, comidas estranhas, locações bizarras, e tudo mais para que o conteúdo do filme tivesse uma boa colocação, e acertadamente colocaram ainda muitas coisas nojentas nos vômitos para que o terror impregnasse nessas cenas, ou seja, uma montagem cheia de elementos cênicos bem colocados para cada ato funcionar como deveria.
Enfim, é um filme tenso e bem interessante, que quem gosta do estilo ficará bem contente com cada momento forte, e que ao contar com tantas reviravoltas acabará se surpreendendo em todas as voltas de cena, ou seja, um filme que vai muito além do esperado, que até pode causar muito nojo pelos momentos de vômito, vermes, decepamento e muito mais, mas que vale a conferida com certeza para todos os fãs de bons suspenses, e sendo assim fica a dica de recomendação de um bom filme da Netflix, que não é perfeito, mas vale pelo resultado completo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos.
domingo, 26 de maio de 2019
Brightburn - Filho das Trevas (Brightburn)
Primeira regra de um filme de origem de personagem: apresentar o personagem! Qualquer diretor que tenha a mínima noção de fazer um longa deve usar essa regra, ou a chance de que seu filme fique vazio, contando apenas com cenas fortes ou exageros criativos é bem alta, e infelizmente isso foi o que aconteceu com "Brightburn - Filho das Trevas", que até entrega boas cenas tensas, carrega uma boa dose de violência, e consegue colocar bons sustos em diversos momentos com os poderes do garoto, porém não temos sequer uma informação de onde ele veio, ou como chegou ali, ou quais são as reais intenções da nave que fala com ele, de modo que o filme fica apenas como uma reação impactante de alguém muito forte (que até possui um ponto fraco), mas que não atinge nenhum ponto de ápice ficando apenas com alguém que sai matando por não concordar com elas, ou seja, acaba quase sendo um filme de serial-killer, só que com uma criança/adolescente. Sendo assim o filme até tenta chamar a atenção, e deixa aberto a ideia para uma continuação, a qual o produtor já fala até de saber quais caminhos seguir na sequência, porém para isso precisarão melhorar muita coisa para que o filme não fique em vão.
A sinopse nos conta que quando uma criança alienígena cai no terreno de um casal da parte rural dos Estados Unidos, eles decidem criar o menino como seu filho. Porém, ao começar a descobrir seus poderes, ao invés de se tornar um herói para a humanidade, ele passa a aterrorizar a pequena cidade onde vive, se tornando uma força obscura na Terra.
É engraçado que nem se a pessoa quiser ela não pensa em Superman quando vê o trailer e toda a ideologia do longa, tanto que muitos apelidaram esse de o filme do Superman do mal, e o que muitos não sabem é que existe uma versão dessa nas HQs, porém esse filme não trabalha em nada essa ideologia das HQs, sendo uma história nova, inventada pelos roteiristas Brian e Mark Gunn, que entregue nas mãos de David Yarovesky acabou virando uma trama digamos razoável, pois entrega o que um filme de terror deve fazer, que é tensão e violência, mas que para funcionar um pouco mais no conceito dramático precisaria de uma história mais envolvente, ou pelo menos algumas explicações a mais para que o propósito fosse completado. Claro que irão usar essa premissa para fazer um segundo filme com base na origem do bebê, ou quem sabe, já ir para a juventude do garoto destruindo o planeta, mas como costumo dizer, sem uma boa base, até mesmo um filme de apenas mortes acaba sendo cansativo, e aqui certamente poderiam ter ido bem longe.
Outro ponto que poderia ter sido melhorado é a da introspecção dos atores, pois todos aparentaram estar fazendo apenas o filme, não demonstrando sentimentos em relação às suas cenas, de modo que em alguns atos parecem estar apenas ali sentados fazendo suas caras e bocas sem saber muito o que está ocorrendo, e embora o filme tenha muita computação gráfica, os atores costumam ser bem instruídos do que está sendo feito para fazer expressões melhores. Dentre o trio principal, quem interpreta um pouco melhor é Elizabeth Banks, que entrega bem as situações como uma mãe deve fazer, chora em perceber que o filho não é uma pessoa boa, mas ao mesmo tempo, como toda mãe, se ilude na possibilidade de mudar isso, e assim sendo ela caiu bem para o papel de Tori, e até mesmo nos momentos mais desesperados ela fez boas dinâmicas. O jovem Jackson A. Dunn possui uma expressividade gigantesca (para um alienígena - que só assim para não expressar nada!) de modo que seu Brandon entrega atitudes tão sem dinâmica que ficamos pensando se ele estava descontente com algo no set de filmagem, fazendo sempre caras desanimadas, e mesmo nos seus momentos de fúria, somente a computação mudava seus olhares, mas os trejeitos faciais continuavam os mesmos, ou seja, fraco demais. David Denman se esforçou bem nos atos de seu Kyle, incorporando bem o homem da casa, mas chega a ser engraçado a falha no roteiro do tanto que o jovem some de cena a noite, sendo um fazendeiro, mas que está sempre no bar, e do nada some, depois aparece, raramente estando em casa, ou seja, um personagem perdido na trama, que pelo menos quando apareceu teve bons atos. Quanto aos demais, diria que alguns foram até melhores que os protagonistas, como a garçonete maluca, mãe da amiga do garoto, interpretada por Becky Wahlstrom, os tios do garoto interpretados por Meredith Hagner e Matt Jones (esse com uma cena bem tensa e forte!), e até a garotinha Emmie Hunter soube entregar algumas lágrimas expressivas de medo nas suas cenas bem colocadas, ou seja, poderiam ter trabalhado melhor com todos.
Dentro do conceito artístico a trama buscou uma cidadezinha meio que pacata para os acontecimentos, uma escola sem muito chamariz, uma lanchonete simples, e claro uma casa de fazendo enorme com celeiro gigantesco para abrigar uma nave, a casa da diretora cheia de tecnologias, e outros absurdos estranhos, mas como estamos falando de um longa de terror, as cenas de mortes foram bem condensadas com muito sangue e violência, incorporando atitudes, e principalmente figurinos propícios para os atos, olhos pegando fogo e tudo mais, o que remeteu bem a essência que a trama buscava, e claro sempre fazendo muitas referências ao conceito da quebra do herói, o que é bem bacana de ver, e certamente poderiam ter usado mais disso, mas não rolou. Ou seja, a equipe de arte pode brincar bem com o orçamento, mas não quis ousar, fazendo o básico bem feito. A fotografia trabalhou muito as cenas escuras para fazer as famosas jump scares, aonde o protagonista surge do nada para pegar o público desprevenido, e funciona, mas não gastaram muito com iluminações tensas, e o resultado fica levemente apagado nesse conceito.
Enfim, é um filme simples, que poderia ousar muito mais, ainda mais com todo o estilo que o produtor James Gunn certamente colocou em cima dele, mas o resultado não chega nem perto de causar, assustando um pouco, mas mais incomodando por não entregar nada da ideologia do personagem, que aí sim quem sabe a trama deslancharia. Recomendo ele com muitas ressalvas, pois é um terror forte pelas cenas das mortes, mas que falha demais em essência, e isso faz com que a maioria que vá conferir mais ria das cenas do que se amedronte. Ou seja, um filme bem mediano. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, encerrando as estreias que vieram para os cinemas do interior, mas volto em breve com mais textos de filmes do streaming, então abraços e até logo mais.
A sinopse nos conta que quando uma criança alienígena cai no terreno de um casal da parte rural dos Estados Unidos, eles decidem criar o menino como seu filho. Porém, ao começar a descobrir seus poderes, ao invés de se tornar um herói para a humanidade, ele passa a aterrorizar a pequena cidade onde vive, se tornando uma força obscura na Terra.
É engraçado que nem se a pessoa quiser ela não pensa em Superman quando vê o trailer e toda a ideologia do longa, tanto que muitos apelidaram esse de o filme do Superman do mal, e o que muitos não sabem é que existe uma versão dessa nas HQs, porém esse filme não trabalha em nada essa ideologia das HQs, sendo uma história nova, inventada pelos roteiristas Brian e Mark Gunn, que entregue nas mãos de David Yarovesky acabou virando uma trama digamos razoável, pois entrega o que um filme de terror deve fazer, que é tensão e violência, mas que para funcionar um pouco mais no conceito dramático precisaria de uma história mais envolvente, ou pelo menos algumas explicações a mais para que o propósito fosse completado. Claro que irão usar essa premissa para fazer um segundo filme com base na origem do bebê, ou quem sabe, já ir para a juventude do garoto destruindo o planeta, mas como costumo dizer, sem uma boa base, até mesmo um filme de apenas mortes acaba sendo cansativo, e aqui certamente poderiam ter ido bem longe.
Outro ponto que poderia ter sido melhorado é a da introspecção dos atores, pois todos aparentaram estar fazendo apenas o filme, não demonstrando sentimentos em relação às suas cenas, de modo que em alguns atos parecem estar apenas ali sentados fazendo suas caras e bocas sem saber muito o que está ocorrendo, e embora o filme tenha muita computação gráfica, os atores costumam ser bem instruídos do que está sendo feito para fazer expressões melhores. Dentre o trio principal, quem interpreta um pouco melhor é Elizabeth Banks, que entrega bem as situações como uma mãe deve fazer, chora em perceber que o filho não é uma pessoa boa, mas ao mesmo tempo, como toda mãe, se ilude na possibilidade de mudar isso, e assim sendo ela caiu bem para o papel de Tori, e até mesmo nos momentos mais desesperados ela fez boas dinâmicas. O jovem Jackson A. Dunn possui uma expressividade gigantesca (para um alienígena - que só assim para não expressar nada!) de modo que seu Brandon entrega atitudes tão sem dinâmica que ficamos pensando se ele estava descontente com algo no set de filmagem, fazendo sempre caras desanimadas, e mesmo nos seus momentos de fúria, somente a computação mudava seus olhares, mas os trejeitos faciais continuavam os mesmos, ou seja, fraco demais. David Denman se esforçou bem nos atos de seu Kyle, incorporando bem o homem da casa, mas chega a ser engraçado a falha no roteiro do tanto que o jovem some de cena a noite, sendo um fazendeiro, mas que está sempre no bar, e do nada some, depois aparece, raramente estando em casa, ou seja, um personagem perdido na trama, que pelo menos quando apareceu teve bons atos. Quanto aos demais, diria que alguns foram até melhores que os protagonistas, como a garçonete maluca, mãe da amiga do garoto, interpretada por Becky Wahlstrom, os tios do garoto interpretados por Meredith Hagner e Matt Jones (esse com uma cena bem tensa e forte!), e até a garotinha Emmie Hunter soube entregar algumas lágrimas expressivas de medo nas suas cenas bem colocadas, ou seja, poderiam ter trabalhado melhor com todos.
Dentro do conceito artístico a trama buscou uma cidadezinha meio que pacata para os acontecimentos, uma escola sem muito chamariz, uma lanchonete simples, e claro uma casa de fazendo enorme com celeiro gigantesco para abrigar uma nave, a casa da diretora cheia de tecnologias, e outros absurdos estranhos, mas como estamos falando de um longa de terror, as cenas de mortes foram bem condensadas com muito sangue e violência, incorporando atitudes, e principalmente figurinos propícios para os atos, olhos pegando fogo e tudo mais, o que remeteu bem a essência que a trama buscava, e claro sempre fazendo muitas referências ao conceito da quebra do herói, o que é bem bacana de ver, e certamente poderiam ter usado mais disso, mas não rolou. Ou seja, a equipe de arte pode brincar bem com o orçamento, mas não quis ousar, fazendo o básico bem feito. A fotografia trabalhou muito as cenas escuras para fazer as famosas jump scares, aonde o protagonista surge do nada para pegar o público desprevenido, e funciona, mas não gastaram muito com iluminações tensas, e o resultado fica levemente apagado nesse conceito.
Enfim, é um filme simples, que poderia ousar muito mais, ainda mais com todo o estilo que o produtor James Gunn certamente colocou em cima dele, mas o resultado não chega nem perto de causar, assustando um pouco, mas mais incomodando por não entregar nada da ideologia do personagem, que aí sim quem sabe a trama deslancharia. Recomendo ele com muitas ressalvas, pois é um terror forte pelas cenas das mortes, mas que falha demais em essência, e isso faz com que a maioria que vá conferir mais ria das cenas do que se amedronte. Ou seja, um filme bem mediano. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, encerrando as estreias que vieram para os cinemas do interior, mas volto em breve com mais textos de filmes do streaming, então abraços e até logo mais.
sábado, 25 de maio de 2019
Histórias Estranhas
Já disse isso várias vezes aqui no site, mas sempre vale a pena reforçar que o gênero terror é um dos que mais tem diversas vertentes, e cada diretor gosta de explorar ele de formas diferentes, então porque não juntar os vários estilos em um único filme composto de vários curtas? Certamente o produtor de "Histórias Estranhas" teve essa ideia e assumiu que poderia colocar qualquer coisa na telona que funcionaria, que o público entenderia, e o resultado seria incrível! Pois bem, não acontece nada disso, pois com histórias bem estranhas como o próprio nome diz, o resultado beira o bizarro, e dos oito filmes que é composto, apenas três são bem trabalhados, e mais um é possível de assistir e acompanhar, porém os demais parecem ser apenas jogados que sequer o diretor deles deve ter entendido o que acontece, e assim sendo ficamos vendo e falando que será que é isso, e como estava sozinho na sessão conversei o tempo todo com a projeção, falando não mentalmente, mas abertamente das loucuras que vi na tela. Ou seja, um filme muito fraco de contexto, cheio de abusos visuais desnecessários, que até tenta ter uma proposta boa, de vender em um único produto, vários diretores que não teriam sucesso sozinhos, mas o filme é mais jogado na tela, do que possível de causar qualquer tensão, e sendo assim, dispensável na totalidade.
O longa nos entrega uma coletânea de oito contos que apresentam as mais variadas abordagens do horror, do bizarro e do inexplicável, como bruxas, demônios e serial-killers. As histórias são: "Ninguém", "A Mão", "Mulher Ltda.", "No Trovão, na Chuva ou na Tempestade", "Os Enamorados", "Invisível", "Sete Minutos para a Meia-noite" e "Apóstolos".
Como disse acima, não é algo que chegue a chamar muita atenção, e sendo desenvolvido por diversos diretores, cada um foi por um vértice completamente diferente do outro, e o resultado geral não é uma conversão dos temas, então vou falar bem rapidamente de cada um deles:
Em "Ninguém", temos um mendigo/andarilho desesperado atrás de comida, pertences e outras coisas, numa aparente cidade estranha, e que para conseguir suas coisas usa claro da violência, mas é um filme cheio de câmeras na mão, expressividades jogadas, e um resultado mais nojento do que interessante de ser visto.
Com "A Mão", temos um analista monstro, que tem visões estranhas, coloca objetos em sua mente, e com muita maquiagem gosmenta, acaba entregando abstrações num desenvolvimento por absorver a essência das pessoas, ou seja, algo muito maluco.
Em "Mulher Ltda." temos uma história mais divertidinha, porém bem pautada na venda de mulheres mortas revividas como Frankenstein para servirem os homens, brincando como aqueles comerciais mais antigos, trabalhando a ideia de embalagens próprias para cada estilo de homem, ou seja, uma mensagem feminista, dirigida inclusive por uma mulher, ou seja, tem um cunho bem feito, embora os efeitos soem levemente toscos.
Já no filme "No Trovão, Na Chuva ou na Tempestade", o diretor se apropria de uma frase de Macbeth de Shakespeare para entregar um executivo fazendo sua oferenda para bruxa no meio de uma floresta mais iluminada que um campo de futebol (falha grotesca!), em que chega a ser até engraçado o destroçamento do corpo em partes, que ao final nos créditos é agradecido claro uma padaria, ou seja, chega a ser nojento, mas provavelmente tudo era bem comestível.
Em "Os Enamorados" vemos as tradicionais habilidades de cartomantes, aonde durante um sono pós-sexo, o orgasmo com psicodelia e muitas drogas faz com que um crime ocorra, mas é muitas luzes piscando e coisas voando para entrarmos no mesmo clima, ou seja, fora de si.
Agora um dos melhores curtas ficou a cargo de "Invisível", que trabalha uma pegada mais dramática de um homem que nasceu invisível, foi criado por um pai que lhe trancava em um celeiro, e ao fugir para a cidade grande acaba conhecendo mais da vida, e sofrendo muito desprezo pela solidão, mas que ao casar com uma jovem tem um filho e ao separar nunca mais os vê, de modo que o filme trabalha bem as durezas da vida, de um modo bem abstrato, mas cheio de boas nuances.
Em "Sete Minutos para a Meia-Noite", temos algo pactuoso, um parto demoníaco, e mais abstrações em cima de um relógio que para coincidentemente no horário que dá nome ao filme, mas isso é um mero detalhe em meio a diversos outros pequenos erros, como uma carta aparecendo na porta, na sequência o protagonista abre a carta, vira para a mulher, amassa a carta, e ao passar próximo da porta, a mesma carta está no chão, ou seja, um filme que poderia ter melhores cuidados, e faz rir por bizarrices.
Porém, o melhor filme ficou para o final, com "Apóstolos" trabalhando a famosa cena da Santa Ceia em um modo bem aterrorizante, aonde com muito sangue, o protagonista busca agrupar todos os membros para a famosa foto do quadro, mas de uma maneira bem incomum, cheia de referências religiosas, e grandes sacadas visuais, o que chama atenção tanto pelo estilo escolhido, quanto pelas atuações, ou seja, um colírio bem feito para superar os demais curtas da trama.
Enfim, poderiam ter escolhido melhor as obras para que o conjunto tivesse uma harmonia ou direcionamento melhor, e quem sabe até ligar eles com alguma outra história, mas isso seria um trabalho mais árduo e dispenderia muito mais dinheiro, e certamente não era esse o que desejavam, porém deixar com longas bem bizarros só serviu para dar o nome realmente ao projeto, e fazer com que quem fosse conferir fugisse antes do melhor filme, e sendo assim, não tenho como recomendar o longa, deixando como sugestão apenas que tentem ver os dois melhores "Apóstolos" e "Invisível" em algum lugar sem precisar conferir a trama completa. Bem é isso, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, então abraços e até logo mais.
O longa nos entrega uma coletânea de oito contos que apresentam as mais variadas abordagens do horror, do bizarro e do inexplicável, como bruxas, demônios e serial-killers. As histórias são: "Ninguém", "A Mão", "Mulher Ltda.", "No Trovão, na Chuva ou na Tempestade", "Os Enamorados", "Invisível", "Sete Minutos para a Meia-noite" e "Apóstolos".
Como disse acima, não é algo que chegue a chamar muita atenção, e sendo desenvolvido por diversos diretores, cada um foi por um vértice completamente diferente do outro, e o resultado geral não é uma conversão dos temas, então vou falar bem rapidamente de cada um deles:
Em "Ninguém", temos um mendigo/andarilho desesperado atrás de comida, pertences e outras coisas, numa aparente cidade estranha, e que para conseguir suas coisas usa claro da violência, mas é um filme cheio de câmeras na mão, expressividades jogadas, e um resultado mais nojento do que interessante de ser visto.
Com "A Mão", temos um analista monstro, que tem visões estranhas, coloca objetos em sua mente, e com muita maquiagem gosmenta, acaba entregando abstrações num desenvolvimento por absorver a essência das pessoas, ou seja, algo muito maluco.
Em "Mulher Ltda." temos uma história mais divertidinha, porém bem pautada na venda de mulheres mortas revividas como Frankenstein para servirem os homens, brincando como aqueles comerciais mais antigos, trabalhando a ideia de embalagens próprias para cada estilo de homem, ou seja, uma mensagem feminista, dirigida inclusive por uma mulher, ou seja, tem um cunho bem feito, embora os efeitos soem levemente toscos.
Já no filme "No Trovão, Na Chuva ou na Tempestade", o diretor se apropria de uma frase de Macbeth de Shakespeare para entregar um executivo fazendo sua oferenda para bruxa no meio de uma floresta mais iluminada que um campo de futebol (falha grotesca!), em que chega a ser até engraçado o destroçamento do corpo em partes, que ao final nos créditos é agradecido claro uma padaria, ou seja, chega a ser nojento, mas provavelmente tudo era bem comestível.
Em "Os Enamorados" vemos as tradicionais habilidades de cartomantes, aonde durante um sono pós-sexo, o orgasmo com psicodelia e muitas drogas faz com que um crime ocorra, mas é muitas luzes piscando e coisas voando para entrarmos no mesmo clima, ou seja, fora de si.
Agora um dos melhores curtas ficou a cargo de "Invisível", que trabalha uma pegada mais dramática de um homem que nasceu invisível, foi criado por um pai que lhe trancava em um celeiro, e ao fugir para a cidade grande acaba conhecendo mais da vida, e sofrendo muito desprezo pela solidão, mas que ao casar com uma jovem tem um filho e ao separar nunca mais os vê, de modo que o filme trabalha bem as durezas da vida, de um modo bem abstrato, mas cheio de boas nuances.
Em "Sete Minutos para a Meia-Noite", temos algo pactuoso, um parto demoníaco, e mais abstrações em cima de um relógio que para coincidentemente no horário que dá nome ao filme, mas isso é um mero detalhe em meio a diversos outros pequenos erros, como uma carta aparecendo na porta, na sequência o protagonista abre a carta, vira para a mulher, amassa a carta, e ao passar próximo da porta, a mesma carta está no chão, ou seja, um filme que poderia ter melhores cuidados, e faz rir por bizarrices.
Porém, o melhor filme ficou para o final, com "Apóstolos" trabalhando a famosa cena da Santa Ceia em um modo bem aterrorizante, aonde com muito sangue, o protagonista busca agrupar todos os membros para a famosa foto do quadro, mas de uma maneira bem incomum, cheia de referências religiosas, e grandes sacadas visuais, o que chama atenção tanto pelo estilo escolhido, quanto pelas atuações, ou seja, um colírio bem feito para superar os demais curtas da trama.
Enfim, poderiam ter escolhido melhor as obras para que o conjunto tivesse uma harmonia ou direcionamento melhor, e quem sabe até ligar eles com alguma outra história, mas isso seria um trabalho mais árduo e dispenderia muito mais dinheiro, e certamente não era esse o que desejavam, porém deixar com longas bem bizarros só serviu para dar o nome realmente ao projeto, e fazer com que quem fosse conferir fugisse antes do melhor filme, e sendo assim, não tenho como recomendar o longa, deixando como sugestão apenas que tentem ver os dois melhores "Apóstolos" e "Invisível" em algum lugar sem precisar conferir a trama completa. Bem é isso, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, então abraços e até logo mais.
sexta-feira, 24 de maio de 2019
Aladdin em Imax 3D (Aladdin)
"A Whole New Worllllllllld", ou na versão brasileira "Um Mundo Idealllllllll"... pronto já pode começar a cantoria! Pois mesmo que você não seja um amante dos musicais, certamente já conferiu pelo menos umas duas vezes um dos maiores clássicos da Disney, "Aladdin", e com toda certeza estava tremendo de medo da forma destrutiva que poderia virar o live-action da produção, pois se com "Dumbo" o resultado foi apenas razoável, era de se esperar bem pouco desse que já veio enrolado em milhares de polêmicas, como gênio sem estar azul o tempo todo, uma princesa do Egito que não é egípcia, entre muitas outras, mas apague tudo e corra para o cinema, pois o filme ficou incrivelmente lindo demais de conferir, transferindo muita emoção em cada uma das cenas, remetendo uma grandiosa homenagem à tudo o que foi visto na animação de 1992, sem quebrar essências, mas colocando claro novas pitadas modernas, ambientando o colorido com tons fortes para criar tensão, e principalmente trabalhando todas as canções para funcionar bem com a nova dinâmica proposta, ou seja, o diretor Guy Ritchie deu a sua cara para a produção, e isso fez um bem tremendo, pois cada momento encanta, diverte e funciona.
O longa nos conta que Aladdin é um jovem ladrão que vive de pequenos roubos em Agrabah. Um dia, ele ajuda uma jovem a recuperar um valioso bracelete, sem saber que ela na verdade é a princesa Jasmine. Aladdin logo fica interessado nela, que diz ser a criada da princesa. Ao visitá-la em pleno palácio e descobrir sua identidade, ele é capturado por Jafar, o grão-vizir do sultanato, que deseja que ele recupere uma lâmpada mágica, onde habita um gênio capaz de conceder três desejos ao seu dono.
A principal característica do cinema de Guy Ritchie é fazer de seus filmes algo que prenda a atenção do público sem precisar ficar enrolando, desenvolvendo as situações com muita dinâmica e criatividade, ousando até onde casualmente outros diretores não se colocariam em risco, e mesmo quem nunca viu um longa seu, conseguirá reparar que a nova forma visual da trama acaba empolgando até mais do que o original clássico de 1992, parecendo até em alguns momentos algo semelhante ao jogo de videogame, mas claro deixando toda a emoção subverter em densidade dentro da trama. Ou seja, vemos na telona praticamente tudo o que desejávamos rever da animação, fluindo com um bom ritmo, e ainda sendo incorporado muita coisa nova para que o filme não ficasse apenas como uma homenagem revisitada, mas sim uma trama viva bem colocada, com atos funcionais e principalmente estilo Broadway como um musical não cansativo, e sendo assim, se derem mais algum clássico da Disney para que Guy refilme, posso dizer que irei acreditar muito no que virá, pois ele reviveu o longa.
Incrivelmente, todos do elenco em exceção sofreram duras críticas antes do lançamento do filme, tendo alguns sofrido até mesmo ao serem contratados, ou seja, o pessoal anda reclamão demais para com os pobres atores escolhidos para alguns papeis clássicos, e dito isso, felizmente todos se deram tão bem com seus personagens, que chega a ser até difícil imaginar outros fazendo o papel, pois agradaram demais em tudo, ou seja, parabéns pro elenco completo. Dito isso, temos de começar falando claro da maior polêmica azul que um filme já sofreu, e não pela cor, mas sim pela falta dela, pois no pôster, e em diversos materiais de divulgação, inicialmente colocaram Will Smith fazendo a versão humana do Gênio, o que deixou o pessoal revoltadíssimo, afinal na animação mesmo nos momentos em que aparece para outras pessoas, ele se manteve sempre azul, e aqui se transforma em um humano, mas isso é um mero detalhe da produção, pois funciona bem essa ideia dele descolorido, e azul também agrada bastante, porém o grande destaque é que Will como sendo um grande cantor e dançarino encontrou facetas tão bem colocadas para seus momentos, incorporando bons movimentos, entregando dinâmicas e sarcasmos para vários atos, que o resultado empolga demais, e assim sendo nem vemos outro grande ator pegando o papel de maneira tão genial. O jovem ator Mena Massoud deu uma perspectiva bem encontrada para seu Aladdin, trabalhando de forma humilde de trejeitos, sabendo encontrar expressividades diferenciadas para cada momento, e principalmente sendo muito ágil nos movimentos de precisão de forma que como disse no começo, chega a parecer o jogo de videogame do Super Nintendo que jogamos nos anos 90, e isso fez dele um grande acerto para o longa também, além claro de cantar muito bem. Certamente outra que sofreu duras críticas por não ser uma egípcia interpretando uma princesa do deserto foi Naomi Scott, mas a cantora e atriz se saiu tão bem com sua Jasmine, entregando empoderamento feminino que tanto as mulheres andam gostando de ver nas telonas, incorporando situações bem encaixadas para a personagem, e dando um tom tão bem colocado, que afinal conseguimos enxergar nela a identidade bem moldada que a personagem necessitava, ou seja, outro soco nos críticos. Outro que não sofreu críticas no começo, mas que muitos não levaram fé após os primeiros trailers foi Marwan Kenzari como Jafar, afinal o grande vilão do longa aparentou simples demais nos momentos rápidos mostrados, porém com muita imposição, cenas fortes e olhares bem penetrantes de magia, o jovem ator acaba convencendo bastante, impondo medo e certamente fazendo com que o público fique bravo com seus atos, o que deve sempre ser feito por vilões, e assim acertando bastante. Quanto aos demais, a maioria tem poucas cenas bem encaixadas, mas três atores tiveram bons destaques agradando bastante com seus personagens: Nasim Pedrad como Dalia, Navid Negahban como Sultão e Numan Acar como Hakin.
Dentro do conceito artístico, o longa foi a produção da Disney mais cara nos últimos anos, afinal tem muita, mas põe muita cenografia em jogo, de forma que não sei se arrumaram uma Agrabah própria para filmar, ou se foram tão perfeccionistas ao ponto de criar uma cidade cenográfica tão bem feita, cheia de construções bem colocadas, um palácio luxuosíssimo, mas sem dúvida a cena mais cara ficou a cargo da chegada do Príncipe Ali na cidade, aonde uma caravana no melhor estilo de Bollywood foi montada com uma encenação magistral cheia de detalhes, ou seja, a equipe de arte gastou muito do orçamento para cada ato ficar tão semelhante ao original que chega a arrepiar, além claro das boas computações e texturas, afinal tivemos um tigre maravilhoso, o macaco Abu perfeito em todos os atos de roubo e de envolvimento, e claro o papagaio Iago cheio de boas performances, criando um filme realmente mágico visualmente. Os tons e cores também deram um charme a mais para a produção, pois em cada ato misturavam brilhos dourados com tons escuros, outras vezes cenas bem coloridas se contrapondo aos tons escuros do ambiente, e claro as cenas tensas do vilão sempre recheadas de impacto com vermelhos bem fortes, ou seja, tudo completamente bem pensado para até o tom de azul do gênio fazer parte dos atos. Agora um dos pontos que poderiam ter melhorado um pouco mais afinal temos muitas cenas de voo, foi o 3D, pois até temos algumas cenas bem imersivas e com uma profundidade de ambiente incrível para podermos ver tudo ao redor sem perder nada, mas talvez pudessem ter brincado bem mais com o ambiente para frente da tela, porém não é nada que atrapalhe o resultado final, afinal o longa se vale sozinho sem precisar de firulas.
Com toda certeza por ser um musical, o filme nos entrega ótimas canções que já vimos na animação, incrementada de novas compostas exclusivamente para o filme, e todas foram muito bem cantadas pelos protagonistas, sem forçar trejeitos, nem ficar exagerado como algo da Broadway, mas sim fluindo como um filme realmente deve ser, e claro que para quem quiser ouvir todas, aqui vai o link.
Enfim, estava praticamente sem nenhuma expectativa do longa, e posso dizer que saí maravilhado com cada momento entregue, de modo que recomendo ele com toda certeza para todos, e provavelmente volte para conferir a trama dublada (algo que não costumo fazer, mas que por ser um filme que vi na minha infância, tenho mais remetimento às canções dubladas, tirando claro "A Whole New World, que tocou muito nas rádios na versão original), ou seja, um filme mágico, cheio de boas aventuras, que vai agradar desde os mais velhos que viram há 27 anos atrás a animação e querem ver como tudo ficou, quanto as crianças mais novas que forem se divertir com uma boa trama colorida e cheia de coisas divertidas, ou seja, um programa para toda família. Bem é isso pessoal, agora a torcida é para que o próximo live-action da Disney venha com todo esse impacto também, afinal será a representação do meu primeiro filme visto nos cinemas, e minha expectativa está muito alta, então a reza está alta, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos dessa semana, então abraços e até logo mais.
O longa nos conta que Aladdin é um jovem ladrão que vive de pequenos roubos em Agrabah. Um dia, ele ajuda uma jovem a recuperar um valioso bracelete, sem saber que ela na verdade é a princesa Jasmine. Aladdin logo fica interessado nela, que diz ser a criada da princesa. Ao visitá-la em pleno palácio e descobrir sua identidade, ele é capturado por Jafar, o grão-vizir do sultanato, que deseja que ele recupere uma lâmpada mágica, onde habita um gênio capaz de conceder três desejos ao seu dono.
A principal característica do cinema de Guy Ritchie é fazer de seus filmes algo que prenda a atenção do público sem precisar ficar enrolando, desenvolvendo as situações com muita dinâmica e criatividade, ousando até onde casualmente outros diretores não se colocariam em risco, e mesmo quem nunca viu um longa seu, conseguirá reparar que a nova forma visual da trama acaba empolgando até mais do que o original clássico de 1992, parecendo até em alguns momentos algo semelhante ao jogo de videogame, mas claro deixando toda a emoção subverter em densidade dentro da trama. Ou seja, vemos na telona praticamente tudo o que desejávamos rever da animação, fluindo com um bom ritmo, e ainda sendo incorporado muita coisa nova para que o filme não ficasse apenas como uma homenagem revisitada, mas sim uma trama viva bem colocada, com atos funcionais e principalmente estilo Broadway como um musical não cansativo, e sendo assim, se derem mais algum clássico da Disney para que Guy refilme, posso dizer que irei acreditar muito no que virá, pois ele reviveu o longa.
Incrivelmente, todos do elenco em exceção sofreram duras críticas antes do lançamento do filme, tendo alguns sofrido até mesmo ao serem contratados, ou seja, o pessoal anda reclamão demais para com os pobres atores escolhidos para alguns papeis clássicos, e dito isso, felizmente todos se deram tão bem com seus personagens, que chega a ser até difícil imaginar outros fazendo o papel, pois agradaram demais em tudo, ou seja, parabéns pro elenco completo. Dito isso, temos de começar falando claro da maior polêmica azul que um filme já sofreu, e não pela cor, mas sim pela falta dela, pois no pôster, e em diversos materiais de divulgação, inicialmente colocaram Will Smith fazendo a versão humana do Gênio, o que deixou o pessoal revoltadíssimo, afinal na animação mesmo nos momentos em que aparece para outras pessoas, ele se manteve sempre azul, e aqui se transforma em um humano, mas isso é um mero detalhe da produção, pois funciona bem essa ideia dele descolorido, e azul também agrada bastante, porém o grande destaque é que Will como sendo um grande cantor e dançarino encontrou facetas tão bem colocadas para seus momentos, incorporando bons movimentos, entregando dinâmicas e sarcasmos para vários atos, que o resultado empolga demais, e assim sendo nem vemos outro grande ator pegando o papel de maneira tão genial. O jovem ator Mena Massoud deu uma perspectiva bem encontrada para seu Aladdin, trabalhando de forma humilde de trejeitos, sabendo encontrar expressividades diferenciadas para cada momento, e principalmente sendo muito ágil nos movimentos de precisão de forma que como disse no começo, chega a parecer o jogo de videogame do Super Nintendo que jogamos nos anos 90, e isso fez dele um grande acerto para o longa também, além claro de cantar muito bem. Certamente outra que sofreu duras críticas por não ser uma egípcia interpretando uma princesa do deserto foi Naomi Scott, mas a cantora e atriz se saiu tão bem com sua Jasmine, entregando empoderamento feminino que tanto as mulheres andam gostando de ver nas telonas, incorporando situações bem encaixadas para a personagem, e dando um tom tão bem colocado, que afinal conseguimos enxergar nela a identidade bem moldada que a personagem necessitava, ou seja, outro soco nos críticos. Outro que não sofreu críticas no começo, mas que muitos não levaram fé após os primeiros trailers foi Marwan Kenzari como Jafar, afinal o grande vilão do longa aparentou simples demais nos momentos rápidos mostrados, porém com muita imposição, cenas fortes e olhares bem penetrantes de magia, o jovem ator acaba convencendo bastante, impondo medo e certamente fazendo com que o público fique bravo com seus atos, o que deve sempre ser feito por vilões, e assim acertando bastante. Quanto aos demais, a maioria tem poucas cenas bem encaixadas, mas três atores tiveram bons destaques agradando bastante com seus personagens: Nasim Pedrad como Dalia, Navid Negahban como Sultão e Numan Acar como Hakin.
Dentro do conceito artístico, o longa foi a produção da Disney mais cara nos últimos anos, afinal tem muita, mas põe muita cenografia em jogo, de forma que não sei se arrumaram uma Agrabah própria para filmar, ou se foram tão perfeccionistas ao ponto de criar uma cidade cenográfica tão bem feita, cheia de construções bem colocadas, um palácio luxuosíssimo, mas sem dúvida a cena mais cara ficou a cargo da chegada do Príncipe Ali na cidade, aonde uma caravana no melhor estilo de Bollywood foi montada com uma encenação magistral cheia de detalhes, ou seja, a equipe de arte gastou muito do orçamento para cada ato ficar tão semelhante ao original que chega a arrepiar, além claro das boas computações e texturas, afinal tivemos um tigre maravilhoso, o macaco Abu perfeito em todos os atos de roubo e de envolvimento, e claro o papagaio Iago cheio de boas performances, criando um filme realmente mágico visualmente. Os tons e cores também deram um charme a mais para a produção, pois em cada ato misturavam brilhos dourados com tons escuros, outras vezes cenas bem coloridas se contrapondo aos tons escuros do ambiente, e claro as cenas tensas do vilão sempre recheadas de impacto com vermelhos bem fortes, ou seja, tudo completamente bem pensado para até o tom de azul do gênio fazer parte dos atos. Agora um dos pontos que poderiam ter melhorado um pouco mais afinal temos muitas cenas de voo, foi o 3D, pois até temos algumas cenas bem imersivas e com uma profundidade de ambiente incrível para podermos ver tudo ao redor sem perder nada, mas talvez pudessem ter brincado bem mais com o ambiente para frente da tela, porém não é nada que atrapalhe o resultado final, afinal o longa se vale sozinho sem precisar de firulas.
Com toda certeza por ser um musical, o filme nos entrega ótimas canções que já vimos na animação, incrementada de novas compostas exclusivamente para o filme, e todas foram muito bem cantadas pelos protagonistas, sem forçar trejeitos, nem ficar exagerado como algo da Broadway, mas sim fluindo como um filme realmente deve ser, e claro que para quem quiser ouvir todas, aqui vai o link.
Enfim, estava praticamente sem nenhuma expectativa do longa, e posso dizer que saí maravilhado com cada momento entregue, de modo que recomendo ele com toda certeza para todos, e provavelmente volte para conferir a trama dublada (algo que não costumo fazer, mas que por ser um filme que vi na minha infância, tenho mais remetimento às canções dubladas, tirando claro "A Whole New World, que tocou muito nas rádios na versão original), ou seja, um filme mágico, cheio de boas aventuras, que vai agradar desde os mais velhos que viram há 27 anos atrás a animação e querem ver como tudo ficou, quanto as crianças mais novas que forem se divertir com uma boa trama colorida e cheia de coisas divertidas, ou seja, um programa para toda família. Bem é isso pessoal, agora a torcida é para que o próximo live-action da Disney venha com todo esse impacto também, afinal será a representação do meu primeiro filme visto nos cinemas, e minha expectativa está muito alta, então a reza está alta, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos dessa semana, então abraços e até logo mais.
quinta-feira, 23 de maio de 2019
Netflix - Resgate em Malibu (Malibu Rescue)
Pense em um filme bem bobinho! Certamente você não chegará nem perto do que o longa da Netflix, "Resgate Em Malibu" entregará para quem for corajoso de assistir! Aí você deve estar perguntando por quais motivos acabei assistindo esse longa, e a resposta foi tempo, pois ao ver apenas 69 minutos, praia e comédia, imaginei que fosse ser ao menos um passatempo rápido e divertido, mas não, a trama entregou algo mais infantil e bobo que "Diário de Um Banana" numa versão praia, ou seja, um filme bem fraco, sem atitude alguma, que mostra alguns jovens que não moram na praia tentando ser os melhores salva-vidas de Malibu, ou seja, disputas bobinhas, rivalidades infantis, e o pior: descobri que ainda irá virar uma série da Netflix, sendo o filme apenas um piloto, e por isso ser meio que jogado, ou seja, vou evitar a fadiga e dizer logo de cara: fujam pras colinas ao invés de conferir isso.
A sinopse é bem simples e nos diz que em apuros por aprontar demais, Tyler é forçado a passar o verão treinando em um programa de salva-vidas de elite para adolescentes.
Não vou ficar me alongando, pois se já tinha achado tudo bem fraco, com sensações de um curto filme de sessão da tarde, com situações jogadas para entreter os pequenos que gostam de filminhos de férias com adolescentes tentando superar obstáculos, rivais, e tudo mais com gritaria e ações fracas, após descobrir que era apenas um chamariz para uma série, conseguiu me decepcionar mais ainda, pois acredito que dificilmente a trama se sustentaria para tanto, ou seja, o diretor Savage Steve Holland que já é bem acostumado com animações adolescentes, trouxe em sua bagagem o que esses pequenos gostam de ver nas telas, e talvez até consiga amarrar um certo grupo em cima de sua história, mas em momento algum ele tenta esconder o estilo, exagerando em trejeitos forçados, situações bobas dignas de pena, e acertando somente ao final quando faz referência clara a maior série de praia de Malibu, com a tradicional corrida dos salva-vidas com suas boias, ou seja, super original.
Quanto das atuações, mesmo antes de saber que a trama viraria uma série, é fácil notar o estilo de cada um dos atores/personagens buscando ter seu carisma para chamar atenção, e isso é algo clássico de séries para manter as devidas torcidas, ou seja, fizeram suas cenas de maneira casual, com sacadas razoáveis, mas em momento algum despontando algo que realmente chamasse a atenção por um bom motivo, ou seja, soaram fracos também. Ricardo Hurtado até possui certos trejeitos de galã mirim com seu Tyler, mas faz tudo de uma maneira tão básica que chega a dar raiva, ou seja, até pode ser que mais para frente faça algum papel de renome, e desponte, mas só o tempo para saber. JT Neal já faz o rival Brody, e mede forças a todo momento, além de entregar alguns trejeitos fora do eixo, ou seja, fraco também. E dentre os demais, vale certos destaques não tão negativos para Alkoya Brunson com o sempre sorridente Eric, a chefe da equipe que bem bonitinha e atrapalhada interpretada por Jackie Jacobson, e o maluco do ônibus Vooch interpretado por Jeremy Howard, do resto é triste demais tudo o que fazem.
A trama possui um visual tradicional do estilo, uma praia, diversas atividades, uma casa com uma mãe youtuber, um padrasto certinho, uma meia-irmã exagerada, várias pessoas na praia fazendo figuração, roupas coloridas, um ônibus velho, ou seja, nada de chamativo para mostrar qualquer representação fora do comum, e isso não é ruim, mas também não é bom, pois mostra que a equipe não quis ousar por referências, trabalhar situações mais fortes, deixando apenas para o final a lá "SOS Malibu".
Enfim, felizmente o longa só possui 69 minutos, então não diria que perdi tanto tempo da minha vida, mas certamente a trama tem seu público, pois enquanto buscava trailer e sinopse para colocar aqui no site, vi algumas pessoas falando que adorou e tudo mais, ou seja, recomendaria ele somente para aqueles que tiverem crianças no meio do caminho querendo fugir dos desenhos, e longe de filmes mais fortes, pois não dá para ver em outra idade. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
A sinopse é bem simples e nos diz que em apuros por aprontar demais, Tyler é forçado a passar o verão treinando em um programa de salva-vidas de elite para adolescentes.
Não vou ficar me alongando, pois se já tinha achado tudo bem fraco, com sensações de um curto filme de sessão da tarde, com situações jogadas para entreter os pequenos que gostam de filminhos de férias com adolescentes tentando superar obstáculos, rivais, e tudo mais com gritaria e ações fracas, após descobrir que era apenas um chamariz para uma série, conseguiu me decepcionar mais ainda, pois acredito que dificilmente a trama se sustentaria para tanto, ou seja, o diretor Savage Steve Holland que já é bem acostumado com animações adolescentes, trouxe em sua bagagem o que esses pequenos gostam de ver nas telas, e talvez até consiga amarrar um certo grupo em cima de sua história, mas em momento algum ele tenta esconder o estilo, exagerando em trejeitos forçados, situações bobas dignas de pena, e acertando somente ao final quando faz referência clara a maior série de praia de Malibu, com a tradicional corrida dos salva-vidas com suas boias, ou seja, super original.
Quanto das atuações, mesmo antes de saber que a trama viraria uma série, é fácil notar o estilo de cada um dos atores/personagens buscando ter seu carisma para chamar atenção, e isso é algo clássico de séries para manter as devidas torcidas, ou seja, fizeram suas cenas de maneira casual, com sacadas razoáveis, mas em momento algum despontando algo que realmente chamasse a atenção por um bom motivo, ou seja, soaram fracos também. Ricardo Hurtado até possui certos trejeitos de galã mirim com seu Tyler, mas faz tudo de uma maneira tão básica que chega a dar raiva, ou seja, até pode ser que mais para frente faça algum papel de renome, e desponte, mas só o tempo para saber. JT Neal já faz o rival Brody, e mede forças a todo momento, além de entregar alguns trejeitos fora do eixo, ou seja, fraco também. E dentre os demais, vale certos destaques não tão negativos para Alkoya Brunson com o sempre sorridente Eric, a chefe da equipe que bem bonitinha e atrapalhada interpretada por Jackie Jacobson, e o maluco do ônibus Vooch interpretado por Jeremy Howard, do resto é triste demais tudo o que fazem.
A trama possui um visual tradicional do estilo, uma praia, diversas atividades, uma casa com uma mãe youtuber, um padrasto certinho, uma meia-irmã exagerada, várias pessoas na praia fazendo figuração, roupas coloridas, um ônibus velho, ou seja, nada de chamativo para mostrar qualquer representação fora do comum, e isso não é ruim, mas também não é bom, pois mostra que a equipe não quis ousar por referências, trabalhar situações mais fortes, deixando apenas para o final a lá "SOS Malibu".
Enfim, felizmente o longa só possui 69 minutos, então não diria que perdi tanto tempo da minha vida, mas certamente a trama tem seu público, pois enquanto buscava trailer e sinopse para colocar aqui no site, vi algumas pessoas falando que adorou e tudo mais, ou seja, recomendaria ele somente para aqueles que tiverem crianças no meio do caminho querendo fugir dos desenhos, e longe de filmes mais fortes, pois não dá para ver em outra idade. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
terça-feira, 21 de maio de 2019
A Sombra do Pai
Já vi muitos filmes estranhos de terror, alguns psicológicos tensos, outros que apenas trabalham a tensão e não atingem nada, e alguns que até nos causam sensações ruins, mas para que isso ocorra o diretor tem de ser muito bom na essência para converter o estilo em algo que vá além do visual entregue, e se a diretora Gabriela Amaral entregou no ano passado um filmaço tenso, cheio de impacto e que prendeu do começo ao fim com "Animal Cordial", agora em seu novo longa "A Sombra do Pai", o resultado não vai tão bem, e chega a ser desanimador em diversos momentos, ou seja, poderia ter impactado mais, e encontrado vértices mais duros para que o filme empolgasse e causasse algo a mais, mas gira, gira e não anda, de modo que me vi olhando num filme de 92 minutos, 4 a 5 vezes no relógio, e como costumo dizer, em filmes que necessito ver o tempo passado, certamente o resultado não foi o esperado.
O filme conta a história de um pai e uma filha que não conseguem se comunicar. Órfã de mãe, Dalva (9 anos) vê o seu pai, o pedreiro Jorge, ser consumido pela tristeza após perder o melhor amigo. Dalva acredita ter poderes sobrenaturais e ser capaz de trazer a mãe de volta à vida. À medida que Jorge se torna mais ausente – e eventualmente perigoso –, resta a Dalva a esperança de que talvez sua mãe possa voltar.
O estilo da diretora é bem preciso no que desejava mostrar, mas conceitualmente a trama parece girar em círculos sem ter muito um mote mais desenvolvido, ficando jogado demais para um longa de bruxaria/ocultismo, e incisivo demais para um terror psicológico, de modo que a solidão da garota, misturada com o envolvimento em magia oculta resulta em uma trama que até podemos considerar um terror razoável, porém ficou parecendo a todo momento que Gabriela Amaral desejava algo a mais para seu filme e não conseguia impor, brincando com filmes antigos, trabalhando com os ensejos estranhos da garota, da tia, do pai, do personagem eletricista, de modo que tudo vai acontecendo e criando mais um vértice sem fechar qualquer outro, e com isso o resultado soa frouxo, o que não é bacana de ver, nem chama atenção para algo mais impactante. Ou seja, ao final até temos um pouco mais de cenas tensas bem colocadas, que até destoam completamente do início e do miolo do filme, mas aí já era tarde demais para resolver, e assim sendo, acabamos ou dormindo com o filme, ou ficando irritado olhando para as horas.
Sobre as atuações, mesmo sendo um filme bem esquisito, todos os atores se empenharam em fazer o que lhe foi determinado, tendo claro o destaque para a jovem Nina Medeiros, que encontrou trejeitos fortes para sua Dalva, criando situações que só de olhar para suas expressões já causa uma certa tensão, e se o filme fosse melhor determinado certamente ficaríamos arrepiados com cada uma de suas cenas, o que não ocorre infelizmente, mas mesmo assim a jovem pode ser promissora se seguir essa linha de terror, afinal já fez no ano passado outro papel menos tenso, mas numa produção bem feita do estilo também. Julio Machado também entregou expressões bem estranhas, aparentando estar meio em dúvida de qual linha seguir para com seu personagem, de modo que Jorge aparenta ficar maluco com a depressão da perda do amigo, fica doente com o corte, e a verdadeira silhueta pode até ser vista como a garotinha determina: "meu pai está virando um zumbi!", e é isso o que vemos na tela. A atriz Luciana Paes já virou peça chave nos longas da diretora, e aqui embora sua personagem Cristina apareça em cenas meio que fora do eixo da trama, o resultado chama bem a atenção pelas expressões que faz, parecendo estar sempre assustada, ou com os pés atrás com relação aos outros elos da família. Agora quanto aos demais, diria que apareceram pouco para chama atenção, tendo leve destaque a outra garotinha, feita por Clara Moura, que também aparentou estar pronta para cenas tensas de terror.
A equipe de arte foi bem precisa nas locações de acordo com o que o filme necessitava, entregando uma casa de família bem pobre, mas com elementos tradicionais para que tudo ficasse bem encaixado, como a solidão da garota, os elementos cênicos propícios para as magias da garota, os elementos do cadáver da mãe, e até mesmo as situações envolvendo tudo o que ocorria no quintal da casa foram bem pensados para representar a trama, enquanto na obra, os elementos já foram mais puxados para um terror violento, com um personagem aparente de tensão como o eletricista, e diversos momentos bem coerentes para que o filme tivesse a densidade certa. Porém poderiam ter abusado um pouco mais de tudo se o roteiro não tivesse sido abrangente demais.
Enfim, é um filme simples, que é até bem feito, mas que teve muitas propostas sem direcionamento, e falta um acerto mais preciso para que o terror causasse realmente mais tensão ao invés de estranhamento, que também é um estilo do gênero, porém para funcionar nesse, precisaria ir mais a fundo. Sendo assim, não recomendo ele, mas certamente terá quem goste, pois não é algo 100% ruim. Bem é isso pessoal, encerro aqui a semana nos cinemas, mas volto em breve com mais textos, afinal ainda tenho muitos na minha lista do streaming, então abraços e até logo mais.
O filme conta a história de um pai e uma filha que não conseguem se comunicar. Órfã de mãe, Dalva (9 anos) vê o seu pai, o pedreiro Jorge, ser consumido pela tristeza após perder o melhor amigo. Dalva acredita ter poderes sobrenaturais e ser capaz de trazer a mãe de volta à vida. À medida que Jorge se torna mais ausente – e eventualmente perigoso –, resta a Dalva a esperança de que talvez sua mãe possa voltar.
O estilo da diretora é bem preciso no que desejava mostrar, mas conceitualmente a trama parece girar em círculos sem ter muito um mote mais desenvolvido, ficando jogado demais para um longa de bruxaria/ocultismo, e incisivo demais para um terror psicológico, de modo que a solidão da garota, misturada com o envolvimento em magia oculta resulta em uma trama que até podemos considerar um terror razoável, porém ficou parecendo a todo momento que Gabriela Amaral desejava algo a mais para seu filme e não conseguia impor, brincando com filmes antigos, trabalhando com os ensejos estranhos da garota, da tia, do pai, do personagem eletricista, de modo que tudo vai acontecendo e criando mais um vértice sem fechar qualquer outro, e com isso o resultado soa frouxo, o que não é bacana de ver, nem chama atenção para algo mais impactante. Ou seja, ao final até temos um pouco mais de cenas tensas bem colocadas, que até destoam completamente do início e do miolo do filme, mas aí já era tarde demais para resolver, e assim sendo, acabamos ou dormindo com o filme, ou ficando irritado olhando para as horas.
Sobre as atuações, mesmo sendo um filme bem esquisito, todos os atores se empenharam em fazer o que lhe foi determinado, tendo claro o destaque para a jovem Nina Medeiros, que encontrou trejeitos fortes para sua Dalva, criando situações que só de olhar para suas expressões já causa uma certa tensão, e se o filme fosse melhor determinado certamente ficaríamos arrepiados com cada uma de suas cenas, o que não ocorre infelizmente, mas mesmo assim a jovem pode ser promissora se seguir essa linha de terror, afinal já fez no ano passado outro papel menos tenso, mas numa produção bem feita do estilo também. Julio Machado também entregou expressões bem estranhas, aparentando estar meio em dúvida de qual linha seguir para com seu personagem, de modo que Jorge aparenta ficar maluco com a depressão da perda do amigo, fica doente com o corte, e a verdadeira silhueta pode até ser vista como a garotinha determina: "meu pai está virando um zumbi!", e é isso o que vemos na tela. A atriz Luciana Paes já virou peça chave nos longas da diretora, e aqui embora sua personagem Cristina apareça em cenas meio que fora do eixo da trama, o resultado chama bem a atenção pelas expressões que faz, parecendo estar sempre assustada, ou com os pés atrás com relação aos outros elos da família. Agora quanto aos demais, diria que apareceram pouco para chama atenção, tendo leve destaque a outra garotinha, feita por Clara Moura, que também aparentou estar pronta para cenas tensas de terror.
A equipe de arte foi bem precisa nas locações de acordo com o que o filme necessitava, entregando uma casa de família bem pobre, mas com elementos tradicionais para que tudo ficasse bem encaixado, como a solidão da garota, os elementos cênicos propícios para as magias da garota, os elementos do cadáver da mãe, e até mesmo as situações envolvendo tudo o que ocorria no quintal da casa foram bem pensados para representar a trama, enquanto na obra, os elementos já foram mais puxados para um terror violento, com um personagem aparente de tensão como o eletricista, e diversos momentos bem coerentes para que o filme tivesse a densidade certa. Porém poderiam ter abusado um pouco mais de tudo se o roteiro não tivesse sido abrangente demais.
Enfim, é um filme simples, que é até bem feito, mas que teve muitas propostas sem direcionamento, e falta um acerto mais preciso para que o terror causasse realmente mais tensão ao invés de estranhamento, que também é um estilo do gênero, porém para funcionar nesse, precisaria ir mais a fundo. Sendo assim, não recomendo ele, mas certamente terá quem goste, pois não é algo 100% ruim. Bem é isso pessoal, encerro aqui a semana nos cinemas, mas volto em breve com mais textos, afinal ainda tenho muitos na minha lista do streaming, então abraços e até logo mais.
segunda-feira, 20 de maio de 2019
Hellboy
Sério! Não esperava me divertir com algo tão tosco como esse novo "Hellboy", que praticamente mistura continuação com um reinício da série, e possui todos elementos possíveis para odiarmos e amarmos ele na mesma proporção, ou seja, um filme com uma desenvoltura tão cheia de efeitos toscos, um roteiro bizarro, elementos cênicos voando para todos os lados, escatologias e pedaços de pessoas sendo estraçalhadas em primeiro plano, diversos furos na história, e tudo mais que você conseguir imaginar, porém funciona tão bem para quem gosta da junção de tudo isso, que de tão ruim que poderia ficar, acabamos nos divertindo e gostando do resultado mostrado, ou seja, um filme que vai muito além do imaginável, que muitos irão reclamar (aliás a maioria dos críticos está executando o longa com facadas diretamente no peito!), mas que para esse Coelho que vos digita, foi a diversão necessária para fechar o final de semana, sendo daqueles filmes que quem gosta de um longa para maiores cheio de destruição, bem forte de violência, e que não se limita para ficar correto irá amar. Ou seja, só vá conferir se você se enquadrar nesse grupo, senão a chance de nem esperar o encontro final é bem alto, quanto mais esperar pelas duas cenas pós-créditos que dão toda a ideia de para onde a franquia deve seguir caso os produtores malucos resolvam fazer mais filmes do diabão.
A sinopse nos conta que ao chegar à Terra ainda criança, após ser invocado por um feiticeiro contratado pelo governo nazista, Hellboy foi criado como um filho por Trevor Bruttenholm, um professor que estava no local no momento em que emergiu do inferno. Já adulto, Hellboy se torna um aliado dos humanos na batalha contra monstros de todo tipo. Quando a poderosa feiticeira Nimue, também conhecida como a Rainha Sangrenta, insinua seu retorno, ele logo é convocado para enfrentá-la.
Praticamente você precisa esquecer de tudo o que aconteceu no passado para ver esse novo filme, porém você necessitará lembrar de muitas coisas para ver esse novo filme, ou seja, só com essa frase já deixarei você completamente confuso com o que o diretor Neil Marshall fez com seu novo longa, pois mesmo sendo um reboot da franquia que rolou com dois longas em 2004 e 2008, a trama se prende a algumas histórias de personagens, que muitos já haviam visto nos quadrinhos, outros porém somente viram parcialmente nas histórias dos longas, ou seja, ele faz a famosa mistura que inicialmente nos deixa perdidos, porém depois até esquecemos do restante e passamos a assimilar como o que está sendo mostrado aqui apenas, ou seja, se você gostava das coisas que rolavam por lá, aqui terá de mudar de opinião para gostar, senão a chance é reclamar de tudo. Dito isso, Neil conseguiu criar uma história bem bagunçada de elementos, que por vezes ficamos perdidos, mas o diretor por ter se perdido também coloca lembretes, memórias e tudo mais, para que você se conecte com a trama, e o resultado disso mostra que se perderam muito na criação de um novo filme, porém mesmo com toda a bagunça, o diretor foi esperto o suficiente para criar tantos monstrengos estranhos, tantas cenas fortes de destruição (algumas bem nojentas!), tanta violência gratuita, que quase vimos um longa realmente baseado em quadrinhos violentos (que é o que Hellboy foi concebido realmente!), ou seja, se desligarmos um pouco o senso de crítica por uma história bem feitinha, acabaremos adorando o que é mostrado na tela.
Agora sem dúvida alguma o que mais ouvimos de críticas ao filme foi o excesso de personagens com alguma participação importante na trama, pois sem tempo para desenvolver cada um, alguns simplesmente surgem do nada e temos de induzir de onde vieram, e isso acaba sendo uma falha gigante, que pode atrapalhar quem gosta de seguir um filme nos mínimos detalhes, portanto uma grande ajuda é você tentar focar apenas no protagonista e na vilã, deixando que o restante faça parte apenas de conexões que possam vir a ser usadas mais para frente. Dito isso, David Harbour deu trejeitos bem mais mal-encarados para seu Hellboy, enquanto tínhamos no passado um Ron Perlman mais carismático e até engraçado, mostrando que a nova franquia ainda possui piadinhas, mas aqui o papo é sério e de impacto, e talvez sem esse carisma o diabão do bem vá precisar de um pouco mais de ajuda para chamar o público para acompanhar sua trama, pois ele até faz bons trejeitos, luta bem, mas parece sempre estar mal-humorado com algo, e isso não é legal de ver em um protagonista, ou seja, você até se conecta à ele, mas não passa a gostar tão facilmente. Milla Jovovich fez uma vilã bem interessante com sua Nimue, mas foi usada tão pouco, que até chegar nela e seus olhares penetrantes, quase esquecemos da personagem, ou seja, foi bem, mas não como poderia. Sasha Lane faz bem o papel de Alice, e incorpora bons momentos como uma vidente com poderes ganhos das fadas, e com uma boa conexão com o protagonista certamente vai acabar caindo bem se houver mais longas da franquia, pois a jovem tem uma boa dinâmica. O mesmo posso dizer de Daniel Dae Kim, que surge de uma forma meio estranha como um policial da M11, mas com boas jogadas junto do protagonista, seu Daimio acaba funcionando e agradando bastante. Ian McShane também tem bons momentos como o pai do diabão, Broom, e acaba tendo histórias demais contadas para chegar até onde deve, e com isso até cansa algumas falas suas, mas o ator sabe fazer bons trejeitos rápidos, e isso acerta no que deve. Quanto aos demais, como disse no começo do parágrafo, opte por não se preocupar, senão a chance de ficar procurando quem é Baba Yaga, Gruagach, entre outros é de se perder facilmente, só digo que a maquiagem digital de criação desses personagens foi algo bem bacana de ver na telona.
No conceito visual, tivemos muitos efeitos computacionais, diversos bichões esquisitos, muita ambientação densa, armas impactantes, pessoas sendo picadas/rasgadas em pedaço em primeiro plano, corpos explodindo, membros voando, muito sangue, muitos líquidos estranhos, ou seja, um pacote completo para que o filme funcionasse muito em 3D, porém não foi lançado na tecnologia (ao menos na pré-estreia que conferi), e com tanto material visual, a equipe ainda foi brincar com a lenda de Excalibur, ou seja, a equipe de arte teve de ser brilhante para conseguir entregar tanto material solicitado para ela, pois mesmo quase tudo sendo computação gráfica, tudo necessitava ser criado para funcionar nas gravações, ou seja, um trabalho bem árduo. A fotografia por ser um filme das trevas, com um diabo alaranjado gigante, focou praticamente todo em tons pretos para dar contraste, e muito fogo, muito laranja, muito vermelho para o sangue voar melhor, e tudo mais que desse tensão, não tendo praticamente nenhuma cena de alívio neutralizador.
Enfim, um filme que tinha tudo para ser uma tremenda bomba, mas que acho que fui com tão baixas expectativas para conferir ele, que acabei me divertindo demais com tudo, e acredito que quem for dessa forma, sabendo apenas o que vai encontrar como disse nos parágrafos acima, certamente também irá curtir bastante a trama, ou seja, só recomendo o filme para aqueles que gostem de muita bagunça visual, muita violência explícita na telona, e só, se você não se enquadra nesse perfil procure outros longas, pois certamente irá odiar cada minuto de projeção. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com a última estreia da semana nos cinemas, então abraços e até logo mais.
A sinopse nos conta que ao chegar à Terra ainda criança, após ser invocado por um feiticeiro contratado pelo governo nazista, Hellboy foi criado como um filho por Trevor Bruttenholm, um professor que estava no local no momento em que emergiu do inferno. Já adulto, Hellboy se torna um aliado dos humanos na batalha contra monstros de todo tipo. Quando a poderosa feiticeira Nimue, também conhecida como a Rainha Sangrenta, insinua seu retorno, ele logo é convocado para enfrentá-la.
Praticamente você precisa esquecer de tudo o que aconteceu no passado para ver esse novo filme, porém você necessitará lembrar de muitas coisas para ver esse novo filme, ou seja, só com essa frase já deixarei você completamente confuso com o que o diretor Neil Marshall fez com seu novo longa, pois mesmo sendo um reboot da franquia que rolou com dois longas em 2004 e 2008, a trama se prende a algumas histórias de personagens, que muitos já haviam visto nos quadrinhos, outros porém somente viram parcialmente nas histórias dos longas, ou seja, ele faz a famosa mistura que inicialmente nos deixa perdidos, porém depois até esquecemos do restante e passamos a assimilar como o que está sendo mostrado aqui apenas, ou seja, se você gostava das coisas que rolavam por lá, aqui terá de mudar de opinião para gostar, senão a chance é reclamar de tudo. Dito isso, Neil conseguiu criar uma história bem bagunçada de elementos, que por vezes ficamos perdidos, mas o diretor por ter se perdido também coloca lembretes, memórias e tudo mais, para que você se conecte com a trama, e o resultado disso mostra que se perderam muito na criação de um novo filme, porém mesmo com toda a bagunça, o diretor foi esperto o suficiente para criar tantos monstrengos estranhos, tantas cenas fortes de destruição (algumas bem nojentas!), tanta violência gratuita, que quase vimos um longa realmente baseado em quadrinhos violentos (que é o que Hellboy foi concebido realmente!), ou seja, se desligarmos um pouco o senso de crítica por uma história bem feitinha, acabaremos adorando o que é mostrado na tela.
Agora sem dúvida alguma o que mais ouvimos de críticas ao filme foi o excesso de personagens com alguma participação importante na trama, pois sem tempo para desenvolver cada um, alguns simplesmente surgem do nada e temos de induzir de onde vieram, e isso acaba sendo uma falha gigante, que pode atrapalhar quem gosta de seguir um filme nos mínimos detalhes, portanto uma grande ajuda é você tentar focar apenas no protagonista e na vilã, deixando que o restante faça parte apenas de conexões que possam vir a ser usadas mais para frente. Dito isso, David Harbour deu trejeitos bem mais mal-encarados para seu Hellboy, enquanto tínhamos no passado um Ron Perlman mais carismático e até engraçado, mostrando que a nova franquia ainda possui piadinhas, mas aqui o papo é sério e de impacto, e talvez sem esse carisma o diabão do bem vá precisar de um pouco mais de ajuda para chamar o público para acompanhar sua trama, pois ele até faz bons trejeitos, luta bem, mas parece sempre estar mal-humorado com algo, e isso não é legal de ver em um protagonista, ou seja, você até se conecta à ele, mas não passa a gostar tão facilmente. Milla Jovovich fez uma vilã bem interessante com sua Nimue, mas foi usada tão pouco, que até chegar nela e seus olhares penetrantes, quase esquecemos da personagem, ou seja, foi bem, mas não como poderia. Sasha Lane faz bem o papel de Alice, e incorpora bons momentos como uma vidente com poderes ganhos das fadas, e com uma boa conexão com o protagonista certamente vai acabar caindo bem se houver mais longas da franquia, pois a jovem tem uma boa dinâmica. O mesmo posso dizer de Daniel Dae Kim, que surge de uma forma meio estranha como um policial da M11, mas com boas jogadas junto do protagonista, seu Daimio acaba funcionando e agradando bastante. Ian McShane também tem bons momentos como o pai do diabão, Broom, e acaba tendo histórias demais contadas para chegar até onde deve, e com isso até cansa algumas falas suas, mas o ator sabe fazer bons trejeitos rápidos, e isso acerta no que deve. Quanto aos demais, como disse no começo do parágrafo, opte por não se preocupar, senão a chance de ficar procurando quem é Baba Yaga, Gruagach, entre outros é de se perder facilmente, só digo que a maquiagem digital de criação desses personagens foi algo bem bacana de ver na telona.
No conceito visual, tivemos muitos efeitos computacionais, diversos bichões esquisitos, muita ambientação densa, armas impactantes, pessoas sendo picadas/rasgadas em pedaço em primeiro plano, corpos explodindo, membros voando, muito sangue, muitos líquidos estranhos, ou seja, um pacote completo para que o filme funcionasse muito em 3D, porém não foi lançado na tecnologia (ao menos na pré-estreia que conferi), e com tanto material visual, a equipe ainda foi brincar com a lenda de Excalibur, ou seja, a equipe de arte teve de ser brilhante para conseguir entregar tanto material solicitado para ela, pois mesmo quase tudo sendo computação gráfica, tudo necessitava ser criado para funcionar nas gravações, ou seja, um trabalho bem árduo. A fotografia por ser um filme das trevas, com um diabo alaranjado gigante, focou praticamente todo em tons pretos para dar contraste, e muito fogo, muito laranja, muito vermelho para o sangue voar melhor, e tudo mais que desse tensão, não tendo praticamente nenhuma cena de alívio neutralizador.
Enfim, um filme que tinha tudo para ser uma tremenda bomba, mas que acho que fui com tão baixas expectativas para conferir ele, que acabei me divertindo demais com tudo, e acredito que quem for dessa forma, sabendo apenas o que vai encontrar como disse nos parágrafos acima, certamente também irá curtir bastante a trama, ou seja, só recomendo o filme para aqueles que gostem de muita bagunça visual, muita violência explícita na telona, e só, se você não se enquadra nesse perfil procure outros longas, pois certamente irá odiar cada minuto de projeção. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com a última estreia da semana nos cinemas, então abraços e até logo mais.
domingo, 19 de maio de 2019
Kardec
Sabemos o quanto o cinema nacional costuma pecar com biografias, geralmente exagerando em tons, mostrando coisas fora de eixo, outrora indo por fluxos que apenas valorizam o homenageado, sem trabalhar também parâmetros sobre os egos, e tudo mais que pessoas comuns costumam ter quando crescem, mas isso hoje foi deposto com "Kardec", pois trabalharam bem para representar Hypolite Leon Denizard Rivail, que foi um mentor, ou melhor, um professor cético que buscou métodos para representar tudo o que lia e ouvia de médiuns para criar o que se tornou a doutrina espírita através de seus livros, iniciando com "O Livro Dos Espíritos", depois "O Livro Dos Médiuns", e seguiu afora vindo com outros escritores. Porém aqui o longa se ateve no começo da carreira, mostrando sua briga com a norma escolar de colocar religião no meio do ensino das escolas, vai por mostrar a febre das mesas voadoras na França dos anos 1800, e depois segue já pela apresentação dos espíritos para o professor e sua saga em escrever, editar e enviar seus livros para o mundo afora, e sendo tanta história para contar, o problema ficou com o ritmo para isso, que foi calmo demais, que dentro de uma cenografia de época lindíssima, acaba cansando mais do que empolgando ou emocionando, e assim sendo, só quem realmente se interessar pela proposta acabará conseguindo gostar do resultado, do contrário o sono virá bem forte. Ou seja, poderiam ter trabalhado com mais forca na ação de desenvolvimento, e menos nos conceitos, pois talvez atingisse um público mais abrangente, embora a sala estivesse bem cheia, e como já disse outras vezes, esse nicho espírita tem tudo para entregar longas de sucesso no país.
O longa nos mostra a jornada de Allan Kardec, nascido Hypolite Leon Denizard Rivail, desde quando trabalhava como educador em Paris até iniciar seu processo de codificação do espiritismo ao lado de sua esposa Amélie-Gabrielle Boudet.
O diretor Wagner de Assis estourou em 2010 com "Nosso Lar", e aqui voltando a trabalhar com a base espírita ele acerta mais uma vez, nem tanto pela filosofia e si, mas sim por priorizar a arte em cima da história, e criar um longa de época incrivelmente bem trabalhado pela direção de arte, que se esforçou para que cada detalhe da França dos anos 1800 fosse bem representada, para que fosse mostrado toda a perseguição que a doutrina teve da Igreja Católica, que chegou a acusar as médiuns de bruxas e desejar queimá-las, e principalmente representar as formas de escrita, os encontros, e tudo mais, ou seja, o diretor foi preciso nas escolhas, não exagerou em efeitos como fez em 2010, e com muita sabedoria entregou algo bem roteirizado junto dele e de L.G. Bayão, em cima da obra biográfica de Kardec escrita por Marcel Souto Maior, ou seja, toda uma bela base criada, moldada e entregue com muita personalidade e estilo, só errando um pouco no ritmo que poderia ser um pouco menos cansativo.
Sobre as interpretações, diria que escolheram todos com muito discernimento para que as representações não ficassem caricatas, e o acerto foi preciso, pois diferente do que costuma acontecer em longas de época, aonde tudo parece ser uma novelona, aqui é fácil enxergar a obra como cinema, e isso é agradável principalmente pelas boas interpretações dos artistas, em destaque claro dos dois protagonistas, afinal Leonardo Medeiros se doou por completo com trejeitos cheios de classe, imponência de voz, e com olhares bem coerentes para cada momento acabou demonstrando um Kardec humano, pronto para desafios, e mais do que isso, tendo defeitos apontados, e resolvidos na telona, sem ocultar praticamente nada, ou seja, um acerto de personificação e de atuação. Da mesma forma Sandra Corveloni se doou como esposa, companheira de respostas das cartas e com muito envolvimento fez de sua Amélie-Gabrielle uma mulher exemplar bem simples e expressiva. Quanto aos demais, diria que cada um teve sua grandiosa importância para a trama, desde as jovens médiuns interpretadas por Letícia Braga e Jullia Svacinna, Guida Viana como uma médium mais imponente, e até Genézio de Barros como Padre Boutin.
Agora algo que tem de ser muito aplaudido é sem dúvida a equipe de arte completa, que encontrou locações primorosas para representar a França da época, trabalhou cada cenário como algo único e envolvente, trabalhou os diversos objetos cênicos bem alegóricos para cada momento, obteve figurinos de época precisos para cada ato da trama, e acertou em minúcias para que o filme tivesse a densidade correta agradando como um grandioso filme de grandes estúdios, ou seja, com um orçamento não tão alto fizeram muito milagre, e acertaram demais. Quanto da fotografia também posso dizer que ficou incrível, com muitas cenas somente iluminadas por velas, outras com luzes de contra fortes para dar preenchimento, mas principalmente mantendo o marrom é o vermelho de base em cima de tons amarelados fizeram com que a época tivesse uma classe a mais.
Enfim, um filme artisticamente perfeito, com uma história boa, atuações precisas, e uma direção maestros que só faltou melhorar a dinâmica rítmica para que o filme ficasse perfeito, mas que vale a recomendação mesmo assim para que muitos conheçam um pouco mais da formação de base da doutrina espírita como conhecemos hoje, pois é um estudo bem bacana que tem um grande número de adeptos, e certamente esses irão gostar muito do que verão na telona. Bem é isso, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
O longa nos mostra a jornada de Allan Kardec, nascido Hypolite Leon Denizard Rivail, desde quando trabalhava como educador em Paris até iniciar seu processo de codificação do espiritismo ao lado de sua esposa Amélie-Gabrielle Boudet.
O diretor Wagner de Assis estourou em 2010 com "Nosso Lar", e aqui voltando a trabalhar com a base espírita ele acerta mais uma vez, nem tanto pela filosofia e si, mas sim por priorizar a arte em cima da história, e criar um longa de época incrivelmente bem trabalhado pela direção de arte, que se esforçou para que cada detalhe da França dos anos 1800 fosse bem representada, para que fosse mostrado toda a perseguição que a doutrina teve da Igreja Católica, que chegou a acusar as médiuns de bruxas e desejar queimá-las, e principalmente representar as formas de escrita, os encontros, e tudo mais, ou seja, o diretor foi preciso nas escolhas, não exagerou em efeitos como fez em 2010, e com muita sabedoria entregou algo bem roteirizado junto dele e de L.G. Bayão, em cima da obra biográfica de Kardec escrita por Marcel Souto Maior, ou seja, toda uma bela base criada, moldada e entregue com muita personalidade e estilo, só errando um pouco no ritmo que poderia ser um pouco menos cansativo.
Sobre as interpretações, diria que escolheram todos com muito discernimento para que as representações não ficassem caricatas, e o acerto foi preciso, pois diferente do que costuma acontecer em longas de época, aonde tudo parece ser uma novelona, aqui é fácil enxergar a obra como cinema, e isso é agradável principalmente pelas boas interpretações dos artistas, em destaque claro dos dois protagonistas, afinal Leonardo Medeiros se doou por completo com trejeitos cheios de classe, imponência de voz, e com olhares bem coerentes para cada momento acabou demonstrando um Kardec humano, pronto para desafios, e mais do que isso, tendo defeitos apontados, e resolvidos na telona, sem ocultar praticamente nada, ou seja, um acerto de personificação e de atuação. Da mesma forma Sandra Corveloni se doou como esposa, companheira de respostas das cartas e com muito envolvimento fez de sua Amélie-Gabrielle uma mulher exemplar bem simples e expressiva. Quanto aos demais, diria que cada um teve sua grandiosa importância para a trama, desde as jovens médiuns interpretadas por Letícia Braga e Jullia Svacinna, Guida Viana como uma médium mais imponente, e até Genézio de Barros como Padre Boutin.
Agora algo que tem de ser muito aplaudido é sem dúvida a equipe de arte completa, que encontrou locações primorosas para representar a França da época, trabalhou cada cenário como algo único e envolvente, trabalhou os diversos objetos cênicos bem alegóricos para cada momento, obteve figurinos de época precisos para cada ato da trama, e acertou em minúcias para que o filme tivesse a densidade correta agradando como um grandioso filme de grandes estúdios, ou seja, com um orçamento não tão alto fizeram muito milagre, e acertaram demais. Quanto da fotografia também posso dizer que ficou incrível, com muitas cenas somente iluminadas por velas, outras com luzes de contra fortes para dar preenchimento, mas principalmente mantendo o marrom é o vermelho de base em cima de tons amarelados fizeram com que a época tivesse uma classe a mais.
Enfim, um filme artisticamente perfeito, com uma história boa, atuações precisas, e uma direção maestros que só faltou melhorar a dinâmica rítmica para que o filme ficasse perfeito, mas que vale a recomendação mesmo assim para que muitos conheçam um pouco mais da formação de base da doutrina espírita como conhecemos hoje, pois é um estudo bem bacana que tem um grande número de adeptos, e certamente esses irão gostar muito do que verão na telona. Bem é isso, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
Netflix - A Gente Se Vê Ontem (See You Yesterday)
Chega a ser engraçado quando vemos que um tipo de filme começa a surgir com tanta frequência, e parece que esse ano é o ano da volta no tempo, aonde diversos filmes tem aparecido com ideias boas, mostrando que a ciência em si talvez possa um dia nos permear com essa tecnologia para que possamos corrigir algum erro ou tragédia no passado, tentando claro usar das tradicionais regras de não atrapalhar o fluxo temporal se comunicando com você mesmo, ou seja, algo bem difícil que sempre costuma dar muita confusão nos filmes. E eis que já é o segundo nesse ano que a Netflix nos entrega, tendo agora um apoio um pouco maior já que "A Gente Se Vê Ontem" tem a produção de Spike Lee, e só isso já gabarita o longa para que muitos fiquem interessados na possibilidade do filme ser interessante. E vos digo que a trama tem bem seu charme, possui bons momentos, mas não atinge nenhum ápice mais forte fora do tradicional, parecendo ser quase uma cópia de outros filmes, porém colocando racismo e crimes contra negros jogados ao vento, ou seja, a trama poderia ter ido além do simples, mas optou por ficar apenas no giro do tempo, e na mensagem social, o que acaba soando pouco demais para um filme, e singelo demais para tecnologia e envolvimento cultural.
A trama nos mostra que sendo melhores amigos na escola e prodígios em ciências, C.J. e Sebastian passam o dia trabalhando em sua mais nova invenção: mochilas que são máquinas do tempo! Mas quando o irmão mais velho de C.J. morre durante um encontro com a polícia, a jovem dupla resolve usar os aparelhos ainda não terminados em uma tentativa desesperada de salvá-lo.
O diretor estreante em longas Stefon Bristol já tinha rodado a sua história como curta-metragem em 2017, e ao mostrar todo o cunho social em cima da trama para o rei dos longas de cunho social Spike Lee, conseguiu o apadrinhamento para transformar a história de um simples curta para um longa mais amplo e cheio de detalhes, e dessa forma simples, porém com uma produção mais ampla, ele conseguiu criar algumas situações que digamos funcionaram bem, pois a trama vem com várias diferenças culturais já enraizadas, primeiro uma jovem cientista negra, que só de juntar as três palavras arrepia muitos rebeldes por aí afora, e só isso já faz o filme ser algo que chame a atenção, porém o diretor ao amplificar a história não ampliou muito as ideias, e seu filme parece um curta repetido em looping sem muito a apresentar, o que é uma pena, pois a história em si poderia ser mudada, criar outros vértices, mas acaba soando sempre como cópia de outros longas do estilo, que arrumam uma coisa, mas estragam outras, e sucessivamente vão revertendo e mudando. Ou seja, temos um filme interessante, mas que não vai muito além, embora cause desespero, pois ao final já estava reclamando com a TV falando para a menina fazer a coisa certa, ou seja, me fez ficar envolvido, e puto com o final que não foi o que esperava, mas foi uma escolha.
Os jovens atores Eden Duncan-Smith e Dante Crichlow foram bem colocados como C.J. e Sebastian, trabalhando olhares bem concisos de grandes amigos, encontrando trejeitos para buscarem seus anseios, e mesmo nos momentos mais desesperados foram coesos para não transparecer falsidade na forma de atuar, e isso mostra que estavam bem satisfeitos com o roteiro, e por já terem feito o curta, já sabiam bem aonde se entregar, ou seja, foram bem no que foi proposto, mas não avançaram para nada mais forte. Quanto aos demais atores, vale apenas alguns leves destaque para Astro (sim, aquele jovem rapper que vimos no X-Factor em 2011 se tornou ator!!) como Calvin que tem bons olhares para com sua irmã, mas serviu mais como referência ao descaso policial, de modo que seus trejeitos e diálogos nem foi muito usado. E como destaque negativo posso dar para Johnathan Nieves como Eduardo, um jovem que tenta ser menos bobo o tempo inteiro na tela.
Visualmente a trama também é bem simples, mas usa bastante da tecnologia, com mochilas cheias de elementos coloridos mexendo, óculos de realidade virtual sendo usado para manipular os testes, e ambientes claro recheados de pessoas, afinal o cunho social do produtor precisava ser mostrado com os guetos em festa, em revolta, e apenas casualmente vivendo suas vidas, de modo que o filme nem precisaria abordar tanto isso, mas foi colocado para realçar. Com efeitos especiais simples, para não custar um orçamento muito alto, tivemos alguns momentos até que levemente engraçados, mas interessantes de ver, mostrando quase um trabalho de faculdade, e com isso o resultado da fotografia acaba ficando bem bacana e cheio de símbolos bem colocados.
Enfim, é um filme que poderia ter ido bem além, mas que funciona de forma representativa maior do que é passado, e mostra o mais tradicional problema das viagens no tempo, o de bagunçar a linha e tudo dar errado. Vale uma leve conferida, para quem estiver querendo algo leve e rápido, mas não é daqueles que vai incrementar nada em sua vida. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
A trama nos mostra que sendo melhores amigos na escola e prodígios em ciências, C.J. e Sebastian passam o dia trabalhando em sua mais nova invenção: mochilas que são máquinas do tempo! Mas quando o irmão mais velho de C.J. morre durante um encontro com a polícia, a jovem dupla resolve usar os aparelhos ainda não terminados em uma tentativa desesperada de salvá-lo.
O diretor estreante em longas Stefon Bristol já tinha rodado a sua história como curta-metragem em 2017, e ao mostrar todo o cunho social em cima da trama para o rei dos longas de cunho social Spike Lee, conseguiu o apadrinhamento para transformar a história de um simples curta para um longa mais amplo e cheio de detalhes, e dessa forma simples, porém com uma produção mais ampla, ele conseguiu criar algumas situações que digamos funcionaram bem, pois a trama vem com várias diferenças culturais já enraizadas, primeiro uma jovem cientista negra, que só de juntar as três palavras arrepia muitos rebeldes por aí afora, e só isso já faz o filme ser algo que chame a atenção, porém o diretor ao amplificar a história não ampliou muito as ideias, e seu filme parece um curta repetido em looping sem muito a apresentar, o que é uma pena, pois a história em si poderia ser mudada, criar outros vértices, mas acaba soando sempre como cópia de outros longas do estilo, que arrumam uma coisa, mas estragam outras, e sucessivamente vão revertendo e mudando. Ou seja, temos um filme interessante, mas que não vai muito além, embora cause desespero, pois ao final já estava reclamando com a TV falando para a menina fazer a coisa certa, ou seja, me fez ficar envolvido, e puto com o final que não foi o que esperava, mas foi uma escolha.
Os jovens atores Eden Duncan-Smith e Dante Crichlow foram bem colocados como C.J. e Sebastian, trabalhando olhares bem concisos de grandes amigos, encontrando trejeitos para buscarem seus anseios, e mesmo nos momentos mais desesperados foram coesos para não transparecer falsidade na forma de atuar, e isso mostra que estavam bem satisfeitos com o roteiro, e por já terem feito o curta, já sabiam bem aonde se entregar, ou seja, foram bem no que foi proposto, mas não avançaram para nada mais forte. Quanto aos demais atores, vale apenas alguns leves destaque para Astro (sim, aquele jovem rapper que vimos no X-Factor em 2011 se tornou ator!!) como Calvin que tem bons olhares para com sua irmã, mas serviu mais como referência ao descaso policial, de modo que seus trejeitos e diálogos nem foi muito usado. E como destaque negativo posso dar para Johnathan Nieves como Eduardo, um jovem que tenta ser menos bobo o tempo inteiro na tela.
Visualmente a trama também é bem simples, mas usa bastante da tecnologia, com mochilas cheias de elementos coloridos mexendo, óculos de realidade virtual sendo usado para manipular os testes, e ambientes claro recheados de pessoas, afinal o cunho social do produtor precisava ser mostrado com os guetos em festa, em revolta, e apenas casualmente vivendo suas vidas, de modo que o filme nem precisaria abordar tanto isso, mas foi colocado para realçar. Com efeitos especiais simples, para não custar um orçamento muito alto, tivemos alguns momentos até que levemente engraçados, mas interessantes de ver, mostrando quase um trabalho de faculdade, e com isso o resultado da fotografia acaba ficando bem bacana e cheio de símbolos bem colocados.
Enfim, é um filme que poderia ter ido bem além, mas que funciona de forma representativa maior do que é passado, e mostra o mais tradicional problema das viagens no tempo, o de bagunçar a linha e tudo dar errado. Vale uma leve conferida, para quem estiver querendo algo leve e rápido, mas não é daqueles que vai incrementar nada em sua vida. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
sábado, 18 de maio de 2019
John Wick 3 - Parabellum (John Wick: Chapter 3 - Parabellum)
Pois bem, geralmente o terceiro capítulo de uma franquia é o fechamento dela, correto? Para os filmes de John Wick, não! Alguns vão falar que isso é um tremendo spoiler de "John Wick 3 - Parabellum", porém não acredito que seja, pois já sabemos que desejavam transformar a franquia em série faz tempo, e talvez por terem filmes de digamos "baixo"(US$55 milhões) orçamento que rendem bem mais do que uma série, então porque não fazer vários filmes e ir lançando nos cinemas? Certamente essa é a mentalidade dos produtores, e agora após conferirmos esse que esperava ser o fechamento da série, com algo pré-moldado para acabar, e deixarem um novo mote para que John continue atirando ficou bem evidente o ensejo deles. Não digo que isso seja ruim, pois como todos sabem, prefiro ver filmes, então irei ficar feliz conferindo a cada dois anos mais ou menos uma nova saga bem trabalhada, coreografada, e que vai nos divertir com muita luta, tiros, e tudo mais que a saga propicia, encontrando sempre um bom começo, meio e fim de episódio, aonde aqui praticamente foi uma extensão do anterior, que quem não viu acabará um pouco perdido, mas que no miolo já estará completamente inserido no que anda ocorrendo. Ou seja, falar que é um filme ruim é algo somente para quem não gosta do estilo, pois claro que desejava um pouco mais de história, mas é tanta ação, tanta coreografia desmedida (na cena dos ataques com cachorros não sei como fizeram para que eles não comessem realmente os figurantes!), que ficamos algumas vezes sem ar, e o resultado, é algo que quem seguir a série completa irá gostar do que verá.
O longa nos mostra que após assassinar o chefe da máfia Santino D'Antonio no Hotel Continental, John Wick passa a ser perseguido pelos membros da Alta Cúpula sob a recompensa de U$14 milhões. Agora, ele precisa unir forças com antigos parceiros que o ajudaram no passado enquanto luta por sua sobrevivência.
O famoso ex-dublê Chad Stahelski que está dirigindo a saga desde o primeiro filme, continua com suas diversas lutas coreografadas, muitos (mas põe muitos nisso) tiros de todo tipo de arma, facadas para todos os lados, cachorros atacando, e claro muita ação para que seu estilo fosse mostrado do começo ao fim, e não digo que o diretor tenha errado, pois claramente fica determinado que ele se entrega ao que sabe fazer, não exigindo grandes atuações expressivas dos seus atores, mas sim que eles coreografem da melhor forma as diversas lutas de mão, que quebrem tudo ao seu redor, e que o filme flua como se fosse uma grande batalha de videogame em busca de um chefão maior para o próximo confronto. Ou seja, se já no segundo filme haviam esquecido de criar diálogos mais contundentes e determinar um seguimento da história, aqui colocaram algo completamente de lado, e deixaram que a ação comesse solta, acertadamente bem colocada como ponto alto da franquia, e assim sendo, quem quiser ver boas lutas e tiros saberá que esse é seu filme, e sempre que for lançado um novo irá aos cinemas conferir. Portanto, até posso falar que possui uma história de fuga do protagonista, tentando salvar sua vida, da caça de todos da Alta Cúpula após cometer um crime em lugar proibido, procurando ajuda dos que lhe devem favores, mas só isso não possui tanto elo para ser uma história bem trabalhada, apenas servindo de base para que o filme não fique frouxo, e assim poderiam ter trabalhado até um pouco mais.
Quanto das atuações, sem dúvida alguma Keanu Reeves pegou esse papel de John Wick lá em 2014 para ser seu maior desafio coreográfico, e não vai abandonar ele de forma alguma, pois o ator que gosta de muito tiro, e muita luta corporal, sempre optando por trabalhar sem dublês, encontrou aqui junto do diretor que já foi dublê também, a chance de poder fazer diversos filmes batendo muito, pulando, se jogando, e claro se machucando também, num resultado preciso e impactante, de forma que nesse novo filme ele se doou tanto que é notável sua cara cansada em determinadas cenas, afinal tiveram algumas lutas de constantes sequências bem fortes, e o resultado é um show no que dependeu dele. Ian McShane nos entrega novamente seu Winston, imponente, determinado, e com bons trejeitos para com os atos que lhe foram solicitados, demonstrando bem mais diálogos para serem usados caso precisassem, mas com uma classe única disponível para cada momento ele se impôs e agradou bastante. Asia Kate Dillon certamente foi a personagem com mais falas no longa como A Juíza, e com interpretações bem fortes, cheias de imposições expressivas, a atriz acaba entregando bons momentos na trama, o que agrada bastante. Halle Berry veio com uma Sofia determinada, que aparentemente só seria mais uma simples e efetiva conversa dura, mas que na sequência quando pega a arma com seu cachorro, ela põe pra jogo muito impacto coreografado e agrada bastante também, ou seja, agradou bastante também indo pelo caminho do protagonista, de modo que suas cenas acabam empolgando na medida certa. Laurence Fishburn já tinha se mostrado perfeito como Bowery King nos outros filmes da série, e aqui ele entregou alguns atos bem colocados, algumas cenas fortes, e até dialogou de maneira contundente com a juíza, mostrando algo a mais. Dentre os demais, todos se doaram um pouco em seus atos, chamando a atenção que devia, mas sem muito impacto, fazendo quase uma figuração de luxo bem trabalhada, e entre eles tivemos os destaques de Anjelica Huston como a Diretora, Lance Redick como Charon e Mark Dacascos como Zero.
Sem dúvida alguma a maior parte do orçamento ficou a cargo da direção de arte, que teve muitos vidros quebrados, motos voando em corridas, armas e mais armas para todo lado, e claro ótimos figurinos de ternos que devem ser a prova de bala, já que muitos tiros nunca acertam os protagonistas. Com cenografias bem moldadas em diversas locações em Nova York e Casablanca, o filme teve nuances mais contrastantes durante a noite, e claro dentro do Hotel Continental que parece ser quase uma miragem, já que lá dentro cabem tantos ambientes diferentes e imensos que nem parece ser apenas aquele miolinho de duas ruas, mas o resultado funciona bem, e isso é o que importa. O longa teve digamos que pouco sangue se comparado com a quantidade de tiros e facadas que é dado, pois poderia ser daqueles que escorreria sangue pela tela, afinal o número de mortos é incontável, mas a fotografia um pouco escura acabou ocultando um pouco disso, e sendo assim o resultado funciona para não deixar o longa mais pesado do que já é.
Enfim, é um filme bem feito, que convence dentro da proposta que se colocou, mas que poderia ter um pouco mais de história, deixando claro que desejavam segurar as pontas para uma continuação. Como disse no começo, quem for preparado para um show de tiros e lutas, e esperando ver muita ação, não irá se desapontar nem um pouco com o resultado final, mas quem for esperando história certamente sairá bem triste da sessão. Sendo assim, recomendo ele com toda certeza para um grupo mais fechado, que irá se divertir a cada cena de pancadaria, pois quem realmente não for fã do estilo deve passar bem longe. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos.
O longa nos mostra que após assassinar o chefe da máfia Santino D'Antonio no Hotel Continental, John Wick passa a ser perseguido pelos membros da Alta Cúpula sob a recompensa de U$14 milhões. Agora, ele precisa unir forças com antigos parceiros que o ajudaram no passado enquanto luta por sua sobrevivência.
O famoso ex-dublê Chad Stahelski que está dirigindo a saga desde o primeiro filme, continua com suas diversas lutas coreografadas, muitos (mas põe muitos nisso) tiros de todo tipo de arma, facadas para todos os lados, cachorros atacando, e claro muita ação para que seu estilo fosse mostrado do começo ao fim, e não digo que o diretor tenha errado, pois claramente fica determinado que ele se entrega ao que sabe fazer, não exigindo grandes atuações expressivas dos seus atores, mas sim que eles coreografem da melhor forma as diversas lutas de mão, que quebrem tudo ao seu redor, e que o filme flua como se fosse uma grande batalha de videogame em busca de um chefão maior para o próximo confronto. Ou seja, se já no segundo filme haviam esquecido de criar diálogos mais contundentes e determinar um seguimento da história, aqui colocaram algo completamente de lado, e deixaram que a ação comesse solta, acertadamente bem colocada como ponto alto da franquia, e assim sendo, quem quiser ver boas lutas e tiros saberá que esse é seu filme, e sempre que for lançado um novo irá aos cinemas conferir. Portanto, até posso falar que possui uma história de fuga do protagonista, tentando salvar sua vida, da caça de todos da Alta Cúpula após cometer um crime em lugar proibido, procurando ajuda dos que lhe devem favores, mas só isso não possui tanto elo para ser uma história bem trabalhada, apenas servindo de base para que o filme não fique frouxo, e assim poderiam ter trabalhado até um pouco mais.
Quanto das atuações, sem dúvida alguma Keanu Reeves pegou esse papel de John Wick lá em 2014 para ser seu maior desafio coreográfico, e não vai abandonar ele de forma alguma, pois o ator que gosta de muito tiro, e muita luta corporal, sempre optando por trabalhar sem dublês, encontrou aqui junto do diretor que já foi dublê também, a chance de poder fazer diversos filmes batendo muito, pulando, se jogando, e claro se machucando também, num resultado preciso e impactante, de forma que nesse novo filme ele se doou tanto que é notável sua cara cansada em determinadas cenas, afinal tiveram algumas lutas de constantes sequências bem fortes, e o resultado é um show no que dependeu dele. Ian McShane nos entrega novamente seu Winston, imponente, determinado, e com bons trejeitos para com os atos que lhe foram solicitados, demonstrando bem mais diálogos para serem usados caso precisassem, mas com uma classe única disponível para cada momento ele se impôs e agradou bastante. Asia Kate Dillon certamente foi a personagem com mais falas no longa como A Juíza, e com interpretações bem fortes, cheias de imposições expressivas, a atriz acaba entregando bons momentos na trama, o que agrada bastante. Halle Berry veio com uma Sofia determinada, que aparentemente só seria mais uma simples e efetiva conversa dura, mas que na sequência quando pega a arma com seu cachorro, ela põe pra jogo muito impacto coreografado e agrada bastante também, ou seja, agradou bastante também indo pelo caminho do protagonista, de modo que suas cenas acabam empolgando na medida certa. Laurence Fishburn já tinha se mostrado perfeito como Bowery King nos outros filmes da série, e aqui ele entregou alguns atos bem colocados, algumas cenas fortes, e até dialogou de maneira contundente com a juíza, mostrando algo a mais. Dentre os demais, todos se doaram um pouco em seus atos, chamando a atenção que devia, mas sem muito impacto, fazendo quase uma figuração de luxo bem trabalhada, e entre eles tivemos os destaques de Anjelica Huston como a Diretora, Lance Redick como Charon e Mark Dacascos como Zero.
Sem dúvida alguma a maior parte do orçamento ficou a cargo da direção de arte, que teve muitos vidros quebrados, motos voando em corridas, armas e mais armas para todo lado, e claro ótimos figurinos de ternos que devem ser a prova de bala, já que muitos tiros nunca acertam os protagonistas. Com cenografias bem moldadas em diversas locações em Nova York e Casablanca, o filme teve nuances mais contrastantes durante a noite, e claro dentro do Hotel Continental que parece ser quase uma miragem, já que lá dentro cabem tantos ambientes diferentes e imensos que nem parece ser apenas aquele miolinho de duas ruas, mas o resultado funciona bem, e isso é o que importa. O longa teve digamos que pouco sangue se comparado com a quantidade de tiros e facadas que é dado, pois poderia ser daqueles que escorreria sangue pela tela, afinal o número de mortos é incontável, mas a fotografia um pouco escura acabou ocultando um pouco disso, e sendo assim o resultado funciona para não deixar o longa mais pesado do que já é.
Enfim, é um filme bem feito, que convence dentro da proposta que se colocou, mas que poderia ter um pouco mais de história, deixando claro que desejavam segurar as pontas para uma continuação. Como disse no começo, quem for preparado para um show de tiros e lutas, e esperando ver muita ação, não irá se desapontar nem um pouco com o resultado final, mas quem for esperando história certamente sairá bem triste da sessão. Sendo assim, recomendo ele com toda certeza para um grupo mais fechado, que irá se divertir a cada cena de pancadaria, pois quem realmente não for fã do estilo deve passar bem longe. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos.