Certamente quando o diretor estava fazendo um documentário e viu crianças brincando com animais selvagens lhe veio a ideia maravilhosa de criar um longa sobre essa interação, porém nem sempre de boas ideias saem bons filmes, e aqui em "A Menina e o Leão" o resultado completo acaba sendo bem fraco de história, mais pelas relações familiares sem muita sintonia do que pela relação carismática entre a atriz e um leão de verdade que muitos até irão pensar ser computação, mas não, a jovem conviveu 3 anos com o leão para gravar as cenas, e a convivência deles se mantém até hoje após as filmagens. Ou seja, é bonito de ver pelas imagens, e funciona para dar consciência de um crime legalizado que ocorre na África, aonde fazendas criam animais selvagens para serem vendidos para abate por caçadores de troféus, ou seja, algo muito triste de se ver, e se talvez a trama tocasse só nisso, o filme seria bem melhor, mas ao juntar com historinhas familiares acabou desandando um pouco.
O longa nos conta que Mia, de dez anos de idade, tem sua vida virada de cabeça para baixo quando sua família decide deixar Londres para administrar uma fazenda de leões na África. Quando nasce um lindo leão branco, Charlie, Mia encontra a felicidade mais uma vez e desenvolve um vínculo especial com o filhote.
Quando Charlie chega aos três anos, a vida de Mia é abalada mais uma vez quando ela descobre um segredo perturbador mantido por seu pai. Atormentada pelo pensamento de que Charlie poderia estar em perigo, Mia decide fugir com ele. Os dois amigos partem em uma incrível jornada pela savana sul-africana em busca de outra terra onde Charlie possa viver sua vida em liberdade.
O diretor Gilles de Maistre foi bem coerente no estilo de filmagem, trabalhando com boas tomadas estilo documentários de TV, mas encontrando bons filtros e situações colocadas para ir acompanhando o crescimento do leão e a convivência dele com a garotinha, de modo que tudo parece bem colocado, mas ao seguir duas linhas bem diferentes, seu resultado aparentou meio jogado, o que não é muito legal de ver, mas por ter feito boas dinâmicas, boas cenas, e até ter entregue uma forma de conscientização, o resultado da trama final acaba valendo, mostrando a tentativa de algo maior que não foi alcançado.
Para falar das atuações, que certamente não é o melhor do filme, temos de falar da coragem de Daniah De Villiers como Mia, pois conviveu 3 anos com o leão Thor desde filhote para acostumar o leão e ele não a ferir, tanto que criou um vinculo tão bacana que ela continua indo visitar ele, e só isso já mostra uma personalidade ímpar da atriz, mas claro que com um bicho daquele tamanho a jovem não conseguiu ser muito expressiva, e suas cenas parecem sempre desesperadoras, mas nada que tenha atrapalhado tanto o resultado final, ao menos para seus momentos. Mélanie Laurent fez de sua Alice praticamente um enfeite cênico, e se não aparecesse nas cenas, nem sentiríamos sua falta. Langley Kirkwood teve momentos fortes com seu John, mas o personagem não é impactante como o texto pedia, e sendo assim seu resultado oscila demais. Ryan Mac Lennan até nos entregou um Mick bem alocado, mas acaba saindo muito pela tangente não dando um contexto completo na história, e seu "problema" é revelado apenas no final quando nem mais lembramos ou queremos saber dele, ou seja, jogado também.
Agora sem dúvida o que faz valer ver o filme foi às belíssimas paisagens da savana africana, com muitos animais, locações bem imponentes, e uma fotografia de tirar o chapéu com tons amarelados e muita simbologia por trás da lenda contada coMo história de ninar na trama, e certamente valeria um longa melhor para mostrar isso.
Enfim, um filme com muitos erros, mas que agrada visualmente, e passa uma bela historia de amizade entre um humano e um animal, mas principalmente mostrando o quanto humanos podem ser péssimos animais com suas atitudes, ou seja, um filme de conscientização, que poderia ser melhor aproveitado e trabalhado, mas que não foi tão efetivo como poderia. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos.
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