Sabemos que atualmente os roteiristas andam com poucas inspirações, então andamos vendo muitas refilmagens de grandes clássicos do cinema, que voltam repaginados para as telonas, e os que mais tem sofrido com essa onda são os longas de terror, mas para o infarto de alguns e alegrias de outros, a nova versão do clássico de Stephen King, "Cemitério Maldito", conseguiu cumprir com sua missão de causar tensão, assustar e arrepiar usando de todas ferramentas clássicas do gênero, como pouca iluminação, coisas nojentas, bichos estranhos, alegorias de espíritos, rituais, e muito mais, de modo que acaba agradando bastante. Claro que poderiam ter ido muito além, colocando mais sangue, mas o tradicional questionamento sempre fica no ar, afinal pra que as pessoas se mudam para casas no meio de florestas abandonadas, porque entram em lugares que não devem, e por ai vai, ou seja, se seguissem a linha não teríamos filmes de terror, mas é assim que gostamos!!! Sendo assim, a trama é bem moldada, e agora que refilmaram ele, mesmo não lembrando muito do original, digo que gostei do que vi agora, e acho que poderiam seguir com uma continuação, pois acho que seria bem interessante de ver!
O longa conta a história do Dr. Louis Creed, que, depois de mudar com sua esposa Rachel e seus dois filhos pequenos de Boston para a área rural do Maine, descobre um misterioso cemitério escondido dentro do bosque próximo à nova casa da família. Quando uma tragédia acontece, Louis pede ajuda ao seu estranho vizinho Jud Crandall, dando início a uma reação em cadeia perigosa que liberta um mal imprevisível com consequências horripilantes.
Os diretores Kevin Kölsch e Dennis Widmyer não são muito famosos, e usaram isso ao seu favor, pois ninguém esperava que levassem um clássico, desse uma repaginada e deixasse parecido com algo que já fizeram, afinal nunca vimos nada deles, e assim sendo com uma câmera densa, quase nas mãos deles, mas com movimentos bem sutis e interessantes posicionamentos, acabaram entregando uma boa densidade cênica, cenas tensas de verem, e diálogos bem encaixados, não parecendo em momento algum artificial, mesmo sendo algo digamos inimaginável de se acontecer realmente. Ou seja, não diria que essa nova versão vire um clássico pelas mãos deles, mas ao menos não decepcionou, indo muito pelo contrário, agradando pelo teor bem feito, e por momentos bem trabalhados deles e dos atores.
Sobre as atuações, fazia tempo que não via um elenco de filme de terror tão bem encaixado, pois praticamente todos que tiveram o protagonismo cênico conseguiu demonstrar expressões tensas, e incorporar atos funcionais de personalidade bem próprios que a trama pedia, de modo que até Jason Clarke que não é comumente visto em longas do gênero, acabou entregando um Dr. Louis bem expressivo, com diversas duvidas na cabeça, e principalmente agindo de acordo com sua dor e desespero, fazendo cenas bem colocadas e agradando muito. Amy Seimetz precisou e muito de um laboratório forte para criar sua Rachel, pois deu um tom tão desestruturado pelo trauma de infância, que realmente chegamos a ficar com dó dela nas suas cenas de desespero emocional, ou seja, foi incrivelmente precisa em trejeitos, nos deixando arrepiados com o que acaba fazendo. John Lithgow veio bem colocado como Jud, o vizinho, servindo bem como apresentador do cemitério, e com estilo e uma boa entrega, o experiente ator foi sutil, bem agradável, e teve cenas fortes bem feitas. Agora sem dúvida alguma quem deu um show no segundo ato foi Jeté Laurence com sua Ellie, incorporando trejeitos que chegam a arrepiar só de lembrar, ou seja, foi incrível demais ver cada ato seu. Quanto aos demais, vale destaque para Obssa Ahmed como Victor, pela entrega bem tensa e expressiva que fez, e claro para o gatinho Church, mas esse faz parte da equipe de arte, então vou falar mais abaixo.
No conceito artístico acabaram escolhendo uma boa locação no meio de uma floresta densa, capricharam na cenografia, nos elementos alegóricos bem colocados para cada momento, como máscaras, pás, cruzes, e sem dúvida alguma entregaram toda responsabilidade nas mãos da equipe de maquiagem que deu um show com muita terra, sangue bem colocado (ainda que eu ache que poderiam ter caprichado mais na cena mais forte do filme, mas dispensaram em outras), e principalmente nos figurinos pós-morte, que foram bem feitos, e ajudaram na incorporação dos personagens. O gatinho embora seja computacional na maior parte das cenas foi bem trabalhado, e chega a ser horrendo em diversos atos, o que acaba chamando muita atenção. Quanto da fotografia, diria que souberam usar bons efeitos de fumaça, criaram ambientes escuros bem trabalhados para serem vistos, e com uma boa técnica de movimentação conseguiram dar sombras densas bem dinâmicas para Dr bons sustos.
Enfim, tivemos uma refilmagem digna de representar o clássico nos cinemas atualmente, que não sobrepõem tudo o que foi visto no passado, sendo um bom presente para aqueles que gostam do gênero verem esse, e claro rever o antigo, mas certamente poderiam ter ousado mais para impactar mais, pois seria totalmente aceitável. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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