Acho que preciso dar uma mudada na forma de escolha dos longas que a Netflix tem me indicado por seu algoritmo, pois ultimamente tem aparecido algumas coisas ligeiramente estranhas, como foi o caso do longa de ontem, e hoje com esse "Aurora - O Resgate Das Almas", aonde tivemos um filme que até aparentava ter uma proposta bem colocada, numa mistura entre espiritismo e terror, aonde veríamos uma pessoa tentando resgatar corpos contando para as almas perdidas como morreram, descobrindo algo obscuro em um naufrágio, e até aí ia tudo muito bem dentro da sinopse e dentro da ideia da trama que vinha sendo mostrada na TV, mas ao virar completamente a ideia com algo meio fora de eixo com um personagem achado, mudando tudo na forma dos acontecimentos, e principalmente saindo da base sólida de um texto para algo bizarro que muda completamente a ideia, o resultado ficou colocado entre o não entendi nada, e o estranho demais para ter alguma credibilidade, e sendo assim o filme se perde demais no fechamento, sendo até considerável para o que foi proposto de encontrar os corpos, mas basicamente a forma como tudo ocorreu foi tão corrida nas últimas cenas, e tão embaçada no começo, que cheguei a pensar que o longa não teria um fim coerente, mas de repente em 3 minutos finalizaram tudo. Ou seja, embora tenha sido um longa premiado, com uma fotografia e cenografia até bem pautada, a história se perde demais, e o diretor entrega pouco para jogar muito, e assim sendo falha demais.
A sinopse em si é bem simples, e nos conta que após presenciar um naufrágio em frente a sua pousada, uma jovem passa a procurar por sobreviventes, até que os próprios náufragos começam a procurar abrigo em sua casa, aonde somente ela poderá dar o descanso merecido após revelar a verdade sobre os seus destinos trágicos.
O diretor filipino Yam Laranas costuma assumir sempre duas funções principais em seus longas, a de diretor, e a de diretor de fotografia, pois com isso consegue captar essências visuais de uma forma melhor, sem precisar passar a ideia para outras pessoas, e aqui o roteiro que criou junto com seu parceiro de outros longas Gin De Mesa, acaba permeando uma fantasia própria, mas não a atinge, o que é ruim de ver, pois você fica praticamente 80 a 90% do longa esperando que algo aconteça, para que tudo ocorra em minutos no final, parecendo que ele não sabia mais como entregar algo mais criativo, precisava acabar o longa, e jogou na tela, ou seja, faltou um preparo melhor na condução para que o filme não ficasse enrolado durante mais da metade, e assim sendo, mostrou algo que já vi em outros longas do país, e talvez seja até o estilo deles, que é a falta de desenvolvimento intrigante.
Quanto dos atores, diria que a protagonista Anne Curtis foi bem expressiva em diversos atos de sua Leana, se mostrando preocupada tanto com a irmã mais nova, quanto com os atos que vão ocorrendo em sua pousada, porém nas cenas que precisou dialogar um pouco mais com personagens secundários, não conseguiu (por culpa também do roteiro ruim) entregar uma dinâmica mais coerente, e dessa forma ela acaba falhando muito em trejeitos diretos, talvez colocar ela como uma muda sensitiva daria um tom incrível para o mote do filme, e certamente teríamos algo muito melhor no longa. Allan Paule e Marco Gumabao deram personalidades tão fracas para seus Eddie e Ricky, que pareceram ter sido escolhidos entre os primeiros que se ofereceram para os papeis, e isso é ruim de ver, pois os personagens poderiam ter entregue algo a mais para o longa, e não apenas aparecer na tela, ou seja, dispensáveis. Mas para compensar, a jovem Phoebe Villamor merecia muito mais tempo de tela com sua Rita, e talvez se fosse a protagonista da trama entregaria sintonias bem mais encaixadas, pois a jovem logo de cara já se entrega como sensitiva, e com uma dinâmica mais viva acaba sendo um bom elo para com os personagens mortos da trama, ou seja, a jovem se entregou com bons olhares, e na cena que busca informação de quem é o gigante, fez expressões tão graciosas e bem feitas, que acaba chamando a atenção.
O conceito visual da trama até foi bem entregue, com uma pensão meio que fantasmagórica e jogada em uma praia abandonada, personagens bem maquiados (algumas computações bem exageradas, mas que até passa), e um clima coeso de situação semi-apocalíptica, que acabou dando o tom certo para o que o filme desejava mostrar, de modo que o filme poderia rumar bem para diversos lados, que ainda assim agradaria, e mesmo nas cenas de desfecho mostrando o que aconteceu dentro do navio, o resultado acaba chamando atenção, ou seja, a equipe artística embora tenha exagerado muito nos mortos-vivos, conseguiu agradar bastante, trabalhando bem junto com o diretor/fotógrafo para que os tons se encaixassem bem no nível que a trama necessitava.
Enfim, é um filme que tinha potencial, mas que desapontou muito na condução e desandou o resultado final, de modo que até conseguimos assistir a trama, mas não temos algo agradável e funcional dentro de um ritmo que funcione para fechar bem. Ou seja, com o resultado final não tenho como recomendar ele nem para o pessoal que gosta de terror, nem para o pessoal que esperava ver algo do tipo espírita, pois o nome chega a passar essa mensagem, e sendo assim acaba ficando no hall de filmes que ninguém deseja conferir, e não vai ser válido mesmo gastar seu tempo com ele. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...