O estilo de filmes de resgate com envolvimento policial de equipes de alto escalão geralmente segue a mesma linha, e costumeiramente empolgam por mostrar boas cenas de tensão, treinamentos fortes, e claro infiltrações de personagens que acabam saindo do eixo, e com o longa da Netflix, "Paskal - Operação Resgate", que foi baseado em uma das grandiosas missões da equipe de elite da Marinha da Malásia, o resultado é bem empolgante, consegue chamar atenção pela técnica, e principalmente mostra que mesmo não sendo um país que faz longas de ação para os cinemas, ousaram bastante, procuraram boas referências em longas americanos, e o resultado funciona. Ou seja, não é um filme que vamos ver coisas diferentes do usual, logo que é revelado quem está por trás de tudo, já ficamos esperando por cenas de luta corporal, mas o resultado visual é bem grandioso, e mostra que o país se quiser abusar nesse estilo de produção tem tudo para dar certo.
Contando com os melhores e mais eficientes membros armados na Malásia, uma unidade de elite da Marinha acaba se envolvendo em uma trama complexa. Quando um de seus membros organiza um audacioso sequestro, os outros ficam à mercê de um futuro incerto que pode acabar trazendo-lhes consequências inimagináveis.
O diretor Adrian Teh foi bem colocado no estilo, e logo de cara vemos em seu estilo as referências de grandes filmes americanos, mostrando situações de treinamentos fortes de equipes, trabalhando assaltos piratas à embarcações, e principalmente colocando com estilo as cenas finais de enfrentamento no meio de uma estação petrolífera com corredores apertados, diversos cômodos para o tradicional esconde-esconde, mas sempre ousando muito em tiros, cenas no escuro, explosões, e claro boas sacadas com os personagens. Claro que o filme não é algo primoroso, pois temos diversas situações casuais comuns de vermos em diversos outros filmes, mas foram tão audaciosos com um orçamento curto, que a cada ato bem trabalhado ficamos atentos para o que poderia acontecer, e se talvez não focassem tanto em trejeitos exagerados dos personagens, desenvolturas forçadas de lutas, e principalmente se encontrassem um estilo direcionado para uma missão ousada, mas sem exageros, certamente diria que o diretor teria sido daqueles para anotar o nome, e ficar esperto com o que poderia fazer no futuro.
Digo facilmente que o exagero das atuações foi um dos pontos mais problemáticos da trama, pois todos não pareciam grandes militares, os trejeitos todos aparentavam estar jogados de lado, e principalmente quando dialogavam pareciam estar perdidos de rumo, mas ao juntarem toda a dinâmica solicitada pelo diretor, os atores se esforçavam (alguns até demais) e entregavam boas cenas. Basicamente o longa fica em cima de Hairul Azreen com seu Arman, que de uma forma bem séria se mostra como um capitão nato e entrega boas performances de comando, e ele ia bem entregando tudo de forma coerente até chegar na penúltima cena que resolve, assim como acontece em longas americanos, partir para uma briga de facas, ao invés de meter um tiro logo certeiro, e tirando esse detalhe, seus atos foram bem colocados. O vértice final ficou bem pautado também em cima de Ammar Alfian com seu Jeb bem imponente, mostrando trejeitos ao estilo de grandes brucutus do cinema americano, e sabendo fazer estilo, o que acaba agradando. Agora sei que os piratas verdadeiros não costumam ser engraçados, fazendo piadinhas e tudo mais, então o exagero que Amerul Affendi fez com seu personagem Rudi, um chefão do crime pirata, foi algo que poderia ser minimizado para parecer mais real. Quanto aos demais, fizeram o básico, apareceram, e mesmo Jasmine Suraya Chin com sua Lily que parecia mero enfeite no começo, acabou sendo usada na trama, mas sem fazer grandes diálogos.
Gostaria de saber o valor do orçamento da produção, pois usaram tantas locações bem colocadas, helicópteros, aviões, barcos e armas que realmente tudo parecia um grande exercício das forças armadas do país, o que chama muita atenção e dá detalhes de estilos e tudo mais, que se não foram auxiliados pelos governantes para poder usar tudo realmente, gastaram horrores para que o filme ficasse grandioso de elementos cênicos, e claro, resultando em um longa nos níveis de grandes blockbusters americanos, ou seja, a equipe de arte mostrou muito serviço para que o filme ficasse chamativo. A fotografia brincou muito com cenas escuras para criar tensão, e deu certo, pois ajudou a conter defeitos, e dar um tom mais dramático para algumas cenas, mas não precisariam usar a todo momento rajadas de tiros para parecer um combate exagerado, o que aparentou meio bobo até, porém não atrapalhou tanto.
Enfim, volto a dizer que está bem longe de ser um filme que vou lembrar daqui alguns dias para ficar sempre recomendando, mas o resultado final mostra que até mesmo países que não possuem tanto costume de cinema de ação conseguem fazer filmes bem feitos do estilo, porque raios ainda ficamos batendo na tecla de comédias novelescas? Pois certamente um filme bem feito desse porte no Brasil, iria ser sucesso e surpreenderia o público, ou seja, vale a dica para vermos e pensarmos no futuro, pois quem sabe melhorando o nosso cinema com coisas mais dinâmicas, possamos aparecer mais lá fora. Agora voltando para o filme da Malásia, recomendo ele para quem gosta do estilo, pois não tendo muita novidade estética, nem do roteiro, quem não for fã irá se cansar. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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