O longa nos mostra que sempre envolvida em uma série de trabalhos humanitários e causas sociais, Isabelle atua como professora de francês para imigrantes. Ao descobrir que seus alunos, na realidade, precisam de uma licença de habilitação, ela decide ajudá-los a passar na prova. Ao mesmo tempo, precisa lidar com a própria família que reivindica mais atenção.
O diretor e roteirista Gilles Legrand encontrou uma forma bem colocada para representar dois dos problemas que muitos encontram na França atual, a da grande quantidade de refugiados e imigrantes cheios de problemas particulares, mas que principalmente precisam aprender a língua e encontrar trabalho, e ainda mostrar que a ajuda nunca é demais, e se bem feita sempre volta como algo bom para a pessoa, algo que muitos acusam os franceses de não olharem nem para o lado. Ou seja, com dois motes bem fortes, encontrar comicidade bem trabalhada, dramaticidade no limite, e ainda emocionar é algo que poucos conseguem, e Legrand foi por caminhos bem colocados, sem muita força, mas que acaba agradando, não criando nem um longa forçado demais, nem um filme emocionante, sendo na medida simples e correta, o que acaba sendo o problema, pois talvez uma ousadia a mais chamaria a atenção e resultaria em um filme mais forte e interessante ao invés do simples feito aqui. Não digo que tenha sido falho, apenas poderiam ter ido mais longe com tudo o que tinham nas mãos.
Quanto das atuações, encontraram bons personagens para cada tipo de imigrante ou refugiado, criando claro diversos clichês, mas pelo menos todos se esforçaram bem para mostrar bons trejeitos, divertir e agradar na medida certa, sem que tenhamos que destacar nenhum. Mas agora falando dos protagonistas, certamente a melhor escolha foi Agnès Jaoui para o papel de Isabelle, pois a atriz sempre se entrega bem, tem o carisma necessário, e ainda conseguiu passar uma verdade para a personagem, criando bons vínculos, de modo que mesmo mostrando desespero em certas cenas acabasse resultando em algo bacana de ver. Alban Ivanov entregou o instrutor Attila de uma maneira bem exagerada, mas que coube bem no que o papel pedia, de modo que resulta em algo coerente ao menos. Claire Sermonne inicialmente parecia levemente forçada para sua Elke, mas com o deslanchar da trama acaba mudando o eixo e entrega bons momentos, com olhares sinceros e interessantes de ver. Foi bem engraçado ver o desespero de Tim Seyfi como Ajdin em cima de todo o conflito com a esposa, mas assim como todos, sempre achamos estranho quem ajuda muito. Quanto aos demais familiares, meio que desnecessário, embora a vozinha seja bem bacana e mostre de onde veio toda essa vontade da protagonista de querer ajudar cada vez mais.
A equipe de arte fez o básico e simples de modo que tudo se encaixadas dentro da proposta, não exagerando em momentos, mas colocando bastante conteúdo para que cada elemento cênico representasse algo, passando desde bons figurinos para representar os diversos países, passando pela forma de estudar e mostrar como são as provas de transito na França, até mostrar a casa dos protagonistas cheia de cultura, e sem exageros, ou seja, o simples bem feito.
Enfim, o longa passa bem longe da perfeição, mas também passa bem longe de ser algo ruim de ver, de modo que funcionam dentro da proposta e usando do próprio nome, entrega boas intenções para o filme, mas nem sempre boas intenções funcionam para todos, assim como vemos no próprio filme. Sendo assim, recomendo ele como um divertido passatempo que agrada, mas para quem esperar um pouco mais dele acabará se decepcionando um pouco por não atingir um ápice maior. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas já vou para mais uma sessão, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...