Vamos lá, temos bichões imensos bem trabalhados, interessantes, cheios de poder lutando entre si, e que dizem servir para harmonização dos ecossistemas da Terra, pronto, "Godzilla 2 - Rei Dos Monstros" deveria ter focado completamente nisso, com a doutora e os outros soltando, e acabou, de modo que teríamos batalhas incríveis, reintegrações, muitos efeitos e tudo mais, mas...... resolveram colocar humanos com seus sentimentalismos no miolo, pessoas boas, pessoas más, gente se sacrificando, correndo feito bobos com tudo desabando em suas cabeças, com explosões atômicas devastadoras e todos olhando do lado, e muito mais que nem em filme de brucutus no meio da guerra vi tanta coisa falsa junta por metro quadrado. Ou seja, a ideologia do filme em si é bem bacana, os efeitos, barulhos e monstros criados também, mas exageraram na humanização no meio da trama, de modo que sem ela o filme valeria uma nota imensa, mas com ela, a nota vai bem pra baixo, mesmo sendo um filme bem legal de curtir por toda mitologia passada.
A história acompanha os esforços heroicos da agência cripto-zoológica Monarch à medida que seus membros enfrentam uma sequência de monstros gigantescos, incluindo o poderoso Godzilla, que luta contra Mothra, Rodan e seu arqui-inimigo de três cabeças, King Ghidorah. Quando estas criaturas milenares – que se acreditava serem mitos – ressurgem, elas lutam pela supremacia, colocando em risco a existência da humanidade.
Diria que a ideia formatada em cima dos longas japoneses nessa continuação foi bem trabalhada como fã-service, pois muitos apaixonados pelas lendas dos monstrengos que possuem lutas épicas foram bem representados e se empolgam muito com o que é mostrado pelo diretor Michael Dougherty, e ele sabiamente criou um daqueles filmes que tudo sem exceção é destruído, voando pedaços para todos os lados, muitas explosões, e brigas imensas, com bichos luminosos, incandescentes, com muitos raios e tudo mais, porém ao colocar um grupo de humanos seguindo, e tentando se comunicar com os bichões, o resultado vira quase uma comédia pronta para rirmos de situações absurdas, pois até poderiam ter o tal aparelho no melhor estilo de se comunicar com baleias, e tudo mais, mas ficasse nisso, não colocasse o mote familiar no meio, as brigas políticas e militares entre os pró-monstrengos vs os matem-monstrengos, e tudo mais, que aí o filme desandou muito e raspa a trave de ficar inconveniente, o que não agrada tanto. Ou seja, pesando a balança para os dois lados, o resultado de impacto ganha um pouco mais do que os humanos atrapalharam o resultado final, e sendo assim diria que o diretor fez bem com a equipe artística e computacional, para termos um longa bom ao menos.
Sinceramente minha vontade é nem falar dos atores, pois ao meu ver foram completamente desnecessários para o filme, mesmo que muitos tenham feito boas expressões, então vou dar rápidos destaques para Vera Farmiga com sua Dra. Emma, que faz caras sentimentais bem colocadas, se demonstra preocupada com a Terra, logo mais está desesperada pela família, e oscila bastante de temperamento, ou seja, faz de tudo na telona. Ken Watanabe agora mais sério com seu Dr. Serizawa do que no primeiro filme, ainda se mostra um apaixonado pelo grande Gojira, e se entrega completamente ao personagem, agradando um pouco mais do que no filme anterior. Millie Bobby Brown entrega uma Madisson ousada, cheia de vontades, mas que exagera demais nos trejeitos, de modo que desejava ser mais protagonista que os próprios bichões. E só, pois o restante é exagero em cima de exagero.
Agora a melhor parte do longa certamente ficou a cargo da equipe de computação gráfica, tanto que esperando a cena pós-crédito vemos tantos nomes que há momentos que a tela parece um emaranhado de pessoas, e certamente deu muito trabalho para fazer cada detalhe da trama, pois cada um dos grandes monstrengos possui estilos de luta diferente, brilhos, iluminações, detalhes de texturas, e ao colocar eles misturados a cidades, barcos, aviões e tudo mais, a equipe precisou desenvolver muito cada elo, cada paisagem, e ir criando muito de acordo com a mitologia dos personagens, e claro, usando como base muitos dos filmes japoneses de antigamente, que retratavam muito os personagens, ou seja, um show visual bem bonito de ver, cheio de explosões, tiros, rajadas de raios dos bichões, e claro destruição para todos os lados, mostrando o orçamento indo aos montes a cada novo momento. Ou seja, uma direção de arte primorosa de elementos, que mesmo tendo a maior parte feita por computadores, precisou passar muito bem para os atores com o que estavam interagindo, para que ao menos o filme não ficasse tão falso. Um grande detalhe técnico foi a escolha do tom da fotografia, que usou muitas cores escuras para contrastar com os brilhos radioativos dos bichões, pois o filme ficaria exageradamente colorido se deixassem os dias claros, e o resultado foi bem interessante e funcional. Quanto do 3D, assim como ocorreu no primeiro filme, mesmo vendo na melhor sala possível, o efeito é quase nulo de elementos saindo da tela, tendo sim boas profundidades, mas nada que fizesse valer conferir a trama na tecnologia, ou seja, poderiam facilmente ter usado tantas coisas, afinal os bichos cospem fogo, arremessam coisas para todos os lados, temos gelo quebrando, neve, poeira para todo lado, e nada disso foi utilizado para que o 3D ficasse mais agradável, ou seja, economize e veja 2D.
Enfim, um filme que é bacana visualmente, possui uma ideia bem interessante em relação aos ecossistemas sendo recompostos pelos verdadeiros donos da Terra, mas que força muito a barra para empolgar realmente, e dessa forma o longa não convence como poderia, sendo um bom passatempo para curtirmos os diversos bichões, e claro para os fãs de monstrengos japoneses vibrarem com as boas concepções deles, mas o restante do público vê o filme, e sai como se tivesse apenas conferido qualquer outra coisa. Ou seja, agora é esperar a briga entre o gigante verde Godzilla contra o macacão Kong que já está prometida para o ano que vem, ou seja, torcerei mais uma vez que os humanos não atrapalhem os bichos, pois aí pode ser que o filme valha mais a pena. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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