Sempre temos continuações de livros aos montes, porém ultimamente tem sido bem mais raro um filme baseado em algum livro conseguir o sucesso suficiente para ter uma continuação nas telonas, e se em 2017 houve diversos boicotes ao filme "Quatro Vidas de um Cachorro", por algumas pessoas acharem que os animais tinham sido maltratados, algo que foi muito bem explicado depois por ser uma montagem de vídeos, poucas pessoas imaginavam que o segundo livro viraria filme, porém como teve um lucro pequeno, mas razoável, resolveram investir e entregar essa segunda história, chamada de "Juntos Para Sempre", que contém a mesma intensidade, essência e consegue soar bem gostoso, emocionando como o primeiro filme, porém se lá tivemos um foco maior nas vidas do cachorro, aqui a trama foca mais no crescimento da garota, e as encarnações do cachorro que vão tentando seguir ela para que seja bem cuidada. Não digo que o resultado soe perfeito, pois tivemos alguns momentos bem cansativos, mas de modo geral é tão bonitinho ouvir os pensamentos do cachorro, e sua tentativa para que tudo de certo, que acabamos nos emocionando e se envolvendo com a trama, resultando em um filme até mais bacana do que realmente é.
A sinopse nos conta que há amizades que transcendem uma vida. Aqui o adorado cão Bailey descobre o seu novo destino e cria um laço inquebrável que o levará, bem como às pessoas que ama, numa viagem que nunca imaginaram. Bailey tem uma vida boa, na quinta do seu "rapaz", Ethan, e da sua mulher Hannah, no Michigan. Tem até uma nova companheira de brincadeiras, a neta bebé de Ethan e Hannah, CJ. O problema é que a mãe de CJ, Gloria, decide levar CJ para longe. Quando a alma de Bailey se prepara para deixar esta vida e começar uma nova, ele promete a Ethan encontrar a CJ e protegê-la, a qualquer custo.
Chega a ser até interessante ver uma diretora renomada por diversas séries, encarar um longa-metragem tão particular como esse, ainda mais uma continuação, e Gail Mancuso foi precisa nas situações, criando uma trama bem leve e gostosa de acompanhar, usando claro a base do livro de W. Bruce Cameron que também trabalhou na adaptação do roteiro para o filme, ou seja, uma junção bem interessante que acabou resultando em um filme bem dirigido, aonde cada momento flui com muita facilidade e encontra rumos bem coerentes e funcionais, o que acaba agradando bastante. Claro que o filme não é daqueles que vamos colocar entre os melhores, pois possui algumas falhas bem bobas como a química da garota com alguns personagens, a cena do capotamento também é bem jogada, e algumas cenas junto da mãe (que poderiam certamente ter pego uma louca muito melhor!) destoaram da beleza gostosa junto do cachorro, que se limpado desses detalhes, aí sim teríamos um filme incrível. Além de que muitos foram ver pelos cães, e acabaram vendo um drama familiar meio que jogado, ou seja, o filme precisava de uma retocada melhor, mas ainda assim a diretora soube conduzir bem cada momento, utilizar bem os cães treinados, e resultar em um filme fofo e gostoso de ver.
Quanto das atuações, diria que tivemos alguns bons atores encaixados em bons personagens, mas principalmente o elenco canino que foi muito bem escolhido, por serem agradáveis, terem carisma, e incrivelmente se expressarem muito bem para cada momento, fazendo seus devidos truques de forma a mostrarem muito mais do que tudo, além claro da voz de Josh Gad muito bem encaixada no pensamento dos cães, dando um tom sereno e perfeito para cada momento. Já no elenco humano, tivemos Dennis Quaid mais uma vez bem encaixado, agradando bastante nos seus momentos, já que aparece pouco com seu Ethan, mas sempre fazendo o valor da amizade transparecer nos olhares para com seu cão, ou seja, perfeito em tudo. Kathryn Prescott fez bem o papel de CJ adulta, trabalhando com bons olhares, sentimentos e encontrando em seus atos dinâmica para não soar boba demais, o que acaba agradando. Da mesma forma Henry Lau deu um bom tom para seu Trent adulto, não forçando muito a barra, e soando interessante para o papel, mesmo que soubéssemos logo na primeira cena o que acabaria rolando. Os jovens CJ e Trent também foram bem colocados, então temos de parabenizar Abby Ryder Fortson e Ian Chen respectivamente. Agora sem dúvida alguma não sei o que colocaram no roteiro de Betty Gilpin para que sua Glória fosse completamente exagerada de trejeitos, parecendo uma maluca desvairada desde o começo da trama, ou seja, parecia desvairada com cada ato seu, não encaixando nada com nada, e não agradando dessa forma. Quanto os demais foram razoáveis, sem chamar muita atenção, mas também não saindo nada de muito errado.
No conceito visual a trama teve boas passagens pelas cidades, tendo como base praticamente a pequena casa da protagonista, e depois o apartamento do protagonista, e muitos passeios pelas ruas com os cachorros, de modo que não temos um envolvimento maior como tivemos no primeiro filme, voltando para a fazenda somente ao final, mas aqui os elementos cênicos foram bem pouco usados, mais na cena do cachorro gigante na loja de conveniência que foi bem bacana de ver, e um ou outro elemento em alguns dos atos, de modo que a equipe de arte diria que foi bem preguiçosa, mas não chega a atrapalhar felizmente, tendo um resultado visual satisfatório, principalmente junto da fotografia nas cenas no "paraíso" com as mudanças de vida bem encaixadas de um tom incrível de amarelo com o sol de contraluz, ou seja, poderiam ter ousado mais se quisessem nas cenas normais.
Enfim, tivemos um filme com certos erros, mas que por trabalhar bem o contexto de forma bem agradável, acaba emocionando e envolvendo bastante o público, de modo que funciona para o propósito que foi moldado de sabermos que os animais são extremamente inteligentes e conseguem passar verdade em tudo o que fazem, além claro de mexer com o elo espiritual, que aí vamos muito além. Ou seja, vale a recomendação, principalmente para quem gosta de cachorros, e curte uma história mais simples. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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