Se tem uma coisa que alguns produtores precisam aprender é que quando uma franquia encerrou, ela deve ficar encerrada, ou se for fazer algo, que reinicie do começo, mudando tudo, tendo uma nova história, um envolvimento completo e tudo mais, não que apenas se jogue na tela, e seja feliz, pois ficou parecendo que "MIB - Homens De Preto - Internacional" foi uma tentativa de continuarem a franquia, sem os protagonistas conhecidos, mas que para isso precisavam colocar mais ações, mais movimentações, e claro, um grande nome que chamasse público, pois só assim conseguiriam manter o timing (além claro da tentativa empoderada do momento, de colocar uma mulher para a ação!), ou seja, tudo montado para funcionar, mas infelizmente não funcionou, ficando algo simples demais, quase sem atitude alguma, que até serve para passarmos um bom tempinho se divertindo com a proposta nova, mas que corre demais, e não entrega nada que a franquia costumeiramente prezava. Sendo assim, terão aqueles que só irão pelo ator, outros para ver como uma mulher foi encaixada nesse mundo machista dos agentes especiais, mas o que muitos esperavam de ver, que era a história de uma das franquias mais gostosas de ver, que chegou até virar desenho animado, essa ficou bem em segundo plano.
A sinopse nos conta que quando criança, Molly presenciou a abordagem de dois agentes do MIB aos seus pais, apagando a memória deles acerca da súbita aparição de um ser extraterrestre. Como estava escondida, a garota não foi atingida pela ação. Obcecada pelos mistérios do universo, ela cresceu com o sonho de ingressar no MIB. Após muita pesquisa, ela consegue descobrir a sede da agência e lá se candidata a uma vaga, sendo aceita por O. Ainda em experiência, e agora renomeada como agente M, ela é enviada a Londres para investigar algo estranho que tem ocorrido na agência local. É quando conhece o agente H, de grande renome pelos seus feitos no passado, mas uma certa arrogância e displicência na execução do trabalho.
Acho que o diretor F. Gary Gray precisa voltar para suas origens, de filmes com uma pegada mais forte, cheia de desenvolturas impactantes, e parar de cair em continuações de franquias que não levam tanto ao estouro, senão apenas o ganhar muitos dólares de cachê e talvez ouvir o barulho das reclamações da crítica, pois aqui ele praticamente caiu de paraquedas em algo que era ainda muito discutido, que chegaram a pensar em um crossover com "Anjos da Lei", que não sabiam se ia continuar ou recomeçar, ou seja, pegaram uma bomba já armada e tacaram em suas mãos, e como bem sabemos, não funciona fazer algo desse estilo. Dessa forma ele até tentou trabalhar a situação, e com um orçamento digamos até que bem alto de 150 milhões de dólares, contornar toda essa loucura que provavelmente deve ter ficado o roteiro, e montou um longa que dá para curtir, que envolve uma boa ação, cenas bem cheias de efeitos, e que acabam tendo uma boa interação ao menos entre os protagonistas, mas que falha grosseiramente em ter algo mais substancioso para que a franquia volte a ser boa, muito menos um recomeço decente para algo que foi incrível no passado, de modo que vemos tudo, e saímos da sessão com algo apenas básico.
Sobre as interpretações, diria que todos foram convocados por um único motivo, são bons atores, estão na moda, e certamente trarão público para as sessões, pois nenhum deles tem perfil para algo que envolvesse uma agência secreta (ops, tirando Liam Neeson), e consequentemente vemos um agente que foi colocado para ir para a balada somente levar aliens para beber, ser galanteador, e atirar um pouco, além claro de lutar corpo a corpo também, sendo assim, Chris Hemsworth entrega algo que casualmente parece não ser um papel que ele pegaria facilmente, mas que a ideia de se divertir com seu agente H, acaba sendo bacana, e ele ao menos passou um bom tempo, e não diria que fez mal o papel, só não foi nada desenvolvido para um futuro, e o resultado, sabemos bem, amanhã nem lembrará que fez esse papel. Tessa Thompson é uma atriz que possui estilo, e isso já vimos em outros filmes seus, e aqui ela trabalhou sua agente M de uma forma coerente e bem colocada, que até poderia render outros frutos (quem sabe não empolgam e continuem a franquia com ela!), mas sua personagem sempre fica atrás de tudo, e isso ofusca um pouco seu brilho, mas acabamos não vendo nem metade do que poderia fazer, e assim sendo não empolga. Emma Thompson certamente entrou na trama achando que teria um papel importante, mas sua agente O aparece no começo e no fim do longa somente, não tendo qualquer envolvimento forte, nem intrigante que desse o tom grandioso dela, mas também não chega a ser ruim, pois chama a atenção ao menos. Liam Neeson sabe encontrar disposição até para aparecer em filme que lhe colocam poucas cenas, e aqui como agente T, ele entrega bons olhares colocados, chama o envolvimento e desenvolve cada momento que aparece, afinal, ele sabe se dar bem com o estilo de agentes secretos, e talvez se colocassem mais a responsabilidade em cima dele, o filme andaria melhor, mas não era o momento. Quanto aos demais, daria somente um leve e rápido destaque para Rebecca Ferguson como a alienígena mafiosa Riza, que só sabemos disso pelas falas, pois aparece nem 5 minutos em cena, e para o certinho agente C, vivido por Rafe Spall, pois de resto, é melhor ignorar.
Agora se tem algo que sempre vale na franquia, e que aqui ao menos não desprezaram foi o conceito de muitas armas imponentes, carrões turbinados, e até uma supermoto, que usaram para mostrar a valorização do orçamento, e que embora não tenha cenas impressionantes, o resultado visual acaba agradando e montando algo bem próximo do estilo que vimos nos outros filmes. Claro que desejávamos ver mais aliens, e mais cenas de tiroteio, mas o resultado geral funciona bem, e com uma qualidade interessante de efeitos, vemos tudo agradar com simplicidade, ou seja, a equipe de arte ao menos estudou bem os outros filmes para não fazer feio. Quanto do 3D, assim como vem acontecendo com muitos outros filmes, o resultado é bem básico, tendo uma ou outra cena em perspectiva, movimentando ambientes em detalhes, mas nada que faça valer o uso da tecnologia, e que como bem sabemos por ser um filme que mexe com coisas estranhas, poderíamos certamente ver algo a mais nesse conceito.
Enfim, volto a frisar que não é um filme ruim, mas que passa bem longe de ser algo que impressione, e que vendo em casa até pode ser um bom passatempo, ou seja, é daqueles filmes medianos que muitos vão no cinema, e saem desapontados por não verem algo a mais, uma ação desenfreada, uma história que faça pensar, ou algo do estilo, e sendo assim, acabo recomendando ele como um passatempo também. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços, e até logo mais.
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