Confesso que são raros os filmes que vejo na Netflix que falo que funcionariam nos cinemas, e certamente "Mistério no Mediterrâneo" é um deles por ter uma proposta bacana, por encontrar estilos tradicionais dos filmes de investigação, e também ter o ar cômico bem presente comum nos longas com Adam Sandler, de modo que tudo acaba funcionando bem, tendo suas devidas partes moldadas com satisfatórias cenas de ação e encaixando as dinâmicas numa produção enorme bem trabalhada que agrada com conteúdo para brincarmos de adivinhar quem é o misterioso assassino, quais suas motivações, e tudo mais. Ou seja, um filme que é bem montado, que diverte, e que tem em seu eixo um bom estilo, tendo um resultado simples, porém bem efetivo em cima de cenas que contém mistério e tudo mais para segurar o público do começo ao fim contando com uma boa história também.
Nick Spitz é um policial que há tempos tenta se tornar detetive, mas nunca consegue passar na prova para o cargo. Envergonhado, ele diz para sua esposa que trabalha na função, pedindo ao melhor amigo que o ajude nesta mentira. Um dia, ao chegar em casa, Nick é cobrado por Audrey sobre a sonhada viagem à Europa, prometida quando eles se casaram, 15 anos atrás. Pressionado, ele diz que já havia arrumado tudo e, assim, os dois partem em viagem. Ainda no avião, Audrey conhece o milionário Charles Cavendish, que os convida para um tour a Mônaco a bordo do navio de seu tio. O casal aceita a oferta, sem imaginar que estaria envolvido com a investigação em torno de um assassinato em pleno alto-mar.
Não posso dizer que conheço o estilo do diretor Kyle Newacheck, pois seus principais produtos foram séries, e dessa forma somente vendo o que fez aqui com o roteiro de James Vanderbilt, famoso por outros grandes roteiros de filmes de mistério, posso dizer que encontrou bem o molde da trama e foi colocando os pontos fortes dentro de cada ato dessa produção gigantesca, cheia de bons elementos, que até poderiam ser mais impactantes caso desejassem, mas que ao escolher usar o estilo em prol dos atos, fez um filme com personagens simples e histórias bem contadas, o que agrada por um lado, mas que não explode por outro, ou seja, um bom filme linear, que tem sim suas atitudes bem trabalhadas, mas que não se verte para nada além do que vemos na tela, e que quem sabe, pode vir a virar uma série, ou até um longa de continuação.
Sobre as atuações, é sempre bem interessante ver os filmes do Adam Sandler por ele sempre parecer ter química com todos, e aqui reencontrando uma de suas grandes parcerias, ele acaba saindo bem a vontade em praticamente todos os momentos, de modo que seu Nick tem os trejeitos completamente tradicionais dele, e consegue entregar boas cenas divertidas, com momentos bem colocados que acabam agradando. Jennifer Aniston sempre agrada com estilo meio jogada, meio boba, mas que parece sempre saber algo a mais, e aqui sua Audrey vindo com esse estilo acabou sendo bem trabalhada, e agrada em diversos momentos. Luke Evans deu um estilo bem colocado e cheio de desenvolturas para seu Charles, que além de trabalhar trejeitos, certamente fará com que todos o acuse de ser o assassino, e assim sendo o resultado dele dentro da trama acaba soando mais interessante ainda pelo jeito que o ator deu ao personagem. Gemma Artenton entregou bem a estrela de cinema, com muita pompa e cheia de estilo, o que acaba sendo até engraçado de ver pela forma mais encontrada de sua Grace, ou seja, agrada bastante também. Dany Boon deu um ar tão misterioso e cheio de personalidade para seu Inspetor de la Croix que soa até engraçado ver num filme assim, parecendo realmente uma trama arquitetada, mas com pitadas cômicas, ou seja, se encaixou perfeitamente no que o longa pedia. Quanto aos demais, todos foram extremamente caricatos, desde o piloto de Fórmula 1 vivido por Luis Gerardo Mendéz, a noiva interesseira vivida por Shioli Kutsuna, o coronel estranho de John Kani, o troglodita russo de Ólafur Darri Ólafsson e até um marajá vivido por Adeel Akhtar conseguiram moldar a trama ao ponto de desconfiarmos de todos, ou seja, uma bela equipe de personagens.
No conceito visual, a trama foi de um luxo imenso, mostrando que a produção não estava para brincadeiras, colocando certamente um orçamento num nível fora do comum, com navios chiques, hotéis em Mônaco, corridas, e até uma ótima perseguição de carros com uma Ferrari, ou seja, altos gastos, mas com muito conceito para que a trama funcionasse com estilo e nos envolvesse completamente dentro da proposta, mostrando algo até bem colocado que não necessariamente estivesse nos lugares, pois muitas cenas se passam em locações fechadas, mas o conceito em si acaba chamando atenção e tudo foi bem além.
Enfim, não é daqueles longas memoráveis, mas que acaba sendo uma boa opção para curtir na Netflix sem muitas pretensões, que agrada bastante, diverte, e claro, funciona como aqueles jogos para tentarmos adivinhar quem é o assassino, que brinca bastante com o público e entrega bons momentos para um bom passatempo em família, que até daria um público razoável nos cinemas, mas que optaram lançar direto no streaming. Sendo assim, recomendo ele para todos, pois não tem nada abusivo, envolve bem, e assim sendo vale passar algumas horinhas conferindo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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