sábado, 20 de julho de 2019

O Rei Leão em Imax 3D (The Lion King)

Vocês já sentiram o famoso dejavú assistindo algum filme, de parecer já ter visto algo aquilo acontecer só que de outra forma? Pois bem, esse é o sentimento de ver o live-action de "O Rei Leão", que nos entrega praticamente o mesmo filme que vimos em nossa infância, mas agora com um realismo mais técnico e menos fantasioso do que a animação original nos proporcionou há 25 anos atrás, de modo que até nos conectarmos completamente com a trama, já estamos com Simba junto de Timão e Pumba, com tudo inicialmente acontecendo e passando sem que ficássemos presos a cada lance, como se flashes fossem entregando os momentos sem uma história completamente amarrada e temporizada. Ou seja, é um filme bem bonito de ver, nos remete completamente aos documentários da National Geographic com os animais da savana africana, mas certamente o diretor poderia ter ousado um pouco mais para compor a sua própria história, fluindo melhor as cenas, e assim o resultado iria muito além. Não estou dizendo que é ruim o resultado, de forma alguma, é um filme incrível de ver, tudo agrada muito, mas talvez para suprir toda a expectativa que estávamos em relação ao que nos entregaria, desejava um pouco além, e isso é o que acaba acontecendo quando esperamos muito algo, ou seja, vou parar de ser chato e falar que gostei logo de vez, e me preparar para ver a versão nacional em breve, pois aí sim vai remeter todas as canções que cantamos muito.

A sinopse do longa nos mostra que Simba é um jovem leão cujo destino é se tornar o rei da selva. Entretanto, uma armadilha elaborada por seu tio Scar faz com que Mufasa, o atual rei, morra ao tentar salvar o filhote. Consumido pela culpa, Simba deixa o reino rumo a um local distante, onde encontra amigos que o ensinam a mais uma vez ter prazer pela vida.

Diria que o diretor Jon Favreau (que muitos conhecem mais como o Happy Hogan dos filmes do "Homem de Ferro" e agora em "Homem-Aranha: Longe de Casa") foi mais nostálgico do que tudo na criação de seu filme aqui, pois em "Mogli - O Menino Lobo", ele até nos entregou um filme muito semelhante ao original, porém trabalhou as vivências e desenvolveu tudo ao redor, enquanto aqui ele procurou recriar cada cena exatamente igual ao original, apenas tirando o lado fantasioso que os animais não poderiam fazer, como pular em cima de outros animais, dançar, entre outros atos, e foi criando uma desenvoltura mais própria de se ver na vida selvagem, sem exagerar muito, nem forçar a barra, criando apenas as situações, e talvez esse tenha sido o maior problema, pois faltou a história ficar mais abrangente, com tudo acontecendo sem uma dinâmica própria, ou seja, ele fez um filme lindo de se ver, com ótimas dinâmicas entre os personagens, aonde os artistas dubladores puderam dar entonações vibrantes bem colocadas, mas talvez uma sintonia maior de época, com passagens de movimento mais propícias agradasse bem mais, pois rapidamente parece que todo o começo aconteceu em um único dia ou dois no máximo, enquanto nos demais momentos quando a fluidez temporal funciona (quando já está com os seus amigos), o resultado deslancha muito melhor. Ou seja, Favreau foi bem no que quis criar, mas poderia ter ido bem além se desenvolvesse a trama se baseando no clássico, e não copiasse exatamente o que viu de uma outra forma.

Uma das maiores reclamações que ouvíamos após cada lançamento dos trailers estava na expressividade dos animais, pois pontuavam que os animais não poderiam ter os mesmos olhares dos atores que foram usados para captura que resultariam em sínteses estranhas, e hoje após conferir posso dizer que não vi nada problemático em relação a isso, muito pelo contrário, diria que todos sem exceção se entregaram com um primor expressivo vocalmente tão imponente ao ponto dos movimentos acabarem agradando em ótima sintonia, pois vemos leões andando de um lado para o outro como realmente vemos em zoológicos (para demonstrar stress), vemos os bichos se conectando e muito mais, mas principalmente vemos as entonações bem colocadas nas vozes de Donald Glover como Simba adulto, Beyoncé Knowles como Nala adulta, Chiwetel Ejiofor como Scar, James Earl Jones repetindo seu papel como Mufasa (pois foi sua a voz no clássico de 94), e claro que Seth Rogen deu toda sua comicidade para a personalidade de seu Pumba, que juntamente de Billy Eichner como Timão acabaram divertindo demais o público na sala. Ou seja, o elenco foi afiado para cada momento agradando bastante, e mesmo que fossem outros atores, acredito que conseguiriam se impor da mesma forma. Pretendo voltar aqui para falar sobre a versão brasileira que também está criando muita polêmica, então aguardem esse parágrafo aumentar em breve.

O longa é belíssimo visualmente, com um cenário que nem parece ter sido feito por computadores (segundo o diretor apenas uma cena é real - e não consegui identificar ela, se alguém conseguiu, fique a vontade para falar nos comentários), e os animais possuem tantas texturas nas pelagens com muita determinação para o realismo mais preciso, que na briga final chega a ser até difícil identificar quem é quem ali que está batendo ou apanhando, e isso é muito bom de ver, pois mostra o quanto nossa computação gráfica está tão avançada ao ponto de criar tudo num filme, e apenas serem necessárias as vozes dos atores (acredito que muito em breve nem isso irão precisar!), ou seja, a equipe de arte pensou muito bem em cada momento para transformar uma das animações mais lindas da Disney, em um cenário digno de uma série da National Geografic, e com isso a trama acabou ficando bem viva na telona, que vale ser vista lá para realçar ainda mais cada momento. Sobre a fotografia a trama trabalhou com muitos tons, mas principalmente ousou demais em muitas cenas escuras para puxar uma tensão mais forte, e sem destoar em momento algum, acabamos envolvidos para todas as cenas que o diretor desejava se impor com o protagonista e com o antagonista, e o resultado é ótimo, além de muito brilho e desenvoltura nas cenas animadas de Pumba e Timão. E claro, falando do 3D, o resultado em muitas cenas é bem bacana de ver por ter os animais próximos do público, com muita profundidade cênica, mas também não é nada impressionante como poderiam ter ido além, de modo que até recomendo ver com a tecnologia para estar mais próximo dos bichos, e somente isso.

Por ser um longa musical, é claro que tenho de indicar a excelente trilha sonora, que mesmo já conhecendo a maioria das canções, tendo apenas algumas novas, o resultado serve para envolver e ilustrar ainda mais o longa, e sendo assim, aqui vai o link para todos se envolverem com as ótimas composições, muito bem cantadas, e claro também para as orquestradas apenas, que claro, são de Hans Zimmer. Além disso, no conceito sonoro tenho de pontuar as incríveis sonoridades dos bichos, dos ambientes e tudo ao redor que acaba nos envolvendo.

Enfim, é um filme que nos envolve, que nos remete diversos sentimentos, mas que não embarca tão forte como poderia, pois sem a criatividade de inovar, revemos o desenho melhorado em tecnologia e gráficos, com novas dublagens, e algumas bem poucas cenas novas, e assim, o resultado até empolga, vai fazer muitos saírem felizes ou chorando (esperava até bem mais, parecendo que faltou emocionar como o desenho fez) com alguns momentos, mas que vale apenas pelo revival de uma época que não tínhamos muito para ver, e revíamos o longa até a exaustão. Ou seja, recomendo ele com certeza, mas esperava muito mais, principalmente pela expectativa alta que estava desde que falaram que iriam fazer um live-action do desenho, e isso talvez tenha sido o principal motivo de não me apaixonar tanto, afinal como costumo dizer, ver algo com expectativa alta acaba decepcionando um pouco, e aqui garanto que foi bem pouco, pois gostei mais do que tenho coisas para reclamar, recomendado demais para todos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, e também volto aqui para falar quando conferir a versão brasileira da dublagem, então abraços e até logo mais.

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