A única animação que conhecíamos que trabalha bem a mitologia e os costumes chineses a vir para o Brasil era a série "Kung-Fu Panda", e lá tudo foi mais colocado para o estilo americano, afinal o longa pertencia a uma companhia americana, porém hoje posso dizer que vi algo com uma formatação própria para mostrar as culturas deles, porém não trabalharam tanto com a essência, e usando de personagens levemente estranhos, com uma história estranha, e principalmente pela falta de ritmo, acabamos vendo com "Os Brinquedos Mágicos" um filme apenas bem colorido que não tem uma dinâmica muito coesa nos objetivos dos personagens, e que até soa agradável, mas passa bem longe de ser algo que acabamos gostando de ver, e certamente daqui a algum tempo nem lembraremos mais desse filme. Ou seja, até tentaram trabalhar algo bem cheio de detalhes (o que é bom), mas esqueceram que o principal de um filme é a história convencer e divertir quando se tratam de animações, o que aqui passa bem longe.
O longa nos conta que Nathan é um bonequinho de argila feito para a coleção de chá de um tradicional mestre chinês. As obras do Mestre mudam de cor quando o chá quente é despejado sobre elas, seguindo o costume oriental de dispensar o primeiro gole em homenagem a criaturas, mas não é o caso de Nathan. Por ser a única peça da coleção que não muda de cor, ele é muito zombado pela turma. Quando aparece uma chance de ir para o futuro com robô redondinho e descobrir o mistério de sua mudança de cor, Nathan e Futurobô saem em busca de respostas. Nas aventuras do caminho, os dois encontram coisas que não buscavam, como o significado de amor e amizade.
O diretor e roteirista Gary Wang até teve boas ideias para seu longa, criou boas movimentações de personagens, barulhos bacanas do contato dos personagens de argila em contato com as superfícies (o que acaba lembrando um pouco "Gnomeu e Julieta"), mas faltou para ele determinar melhor o que desejava conseguir a partir do estilo e partir para um filme mais cheio de dinâmicas e que acabasse resultando em situações mais divertidas, pois o filme em si tem até uma boa ideia, mas em momento algum temos personagens chaves para sair dos protagonistas, ou personagens que façam o papel de puxar as situações para risadas, de modo que o resultado acaba soando bobo demais e com atitudes sérias demais para uma animação, ou seja, temos um bom filme que falha por não querer divertir os pequenos como poderia, mas que agrada pelas texturas interessantes, e certamente uma melhorada no desenvolvimento envolveria demais a todos.
Já falei um pouco sobre os personagens, mas diria que falta um pouco mais de força nos dois protagonistas, de modo que tanto Nathan quanto Futurobô são levemente fracos de estilo, e suas aventuras acabaram parecendo forçadas, já indo pelo vértice do vilão Raio, esse sim incorporou todo o estilo que um vilão deve ter e não desistiu em momento algum do seu objetivo, indo para cima sem dó nem piedade, e isso é bacana de ver, pois vemos as ações dele acontecer, enquanto os demais parecem quase de enfeite. Os personagens secundários acabaram sendo jogados demais, de modo que os primeiros bonecos até aparecem depois (todos juntos sem nenhuma explicação), mas os animais que os personagens conhecem no meio do caminho simplesmente serviram para mostrar um mapa e nada mais, ou seja, foram também jogados ali apenas para gastar horas de animação, o que não é algo bacana de ver.
Visualmente o longa é bem bonito, com cores vibrantes, personagens com sentidos próprios da mudança de cores, e passagem por muitos ambientes bem colocados para criar as nuances, mas poderiam ter ido além com emoções mais fortes, e acredito que por tudo o que foi mostrado de coisas em primeiro plano, a trama funcionaria bem em 3D caso quisessem entregar dessa forma, pois vemos a todo momento os personagens pulando e jogando algo para frente, ou seja, o resultado funcionaria bem com a tecnologia, e quem sabe chamaria até mais atenção alguns atos.
Enfim, é um filme simples demais de entrega, mas que tinha conteúdo suficiente para cativar e funcionar mais, de modo que quem for conferir até poderá gostar de um ou outro ato, mas dificilmente se lembrará dele depois, pois não tem nada que nos conecte a ele, nem mesmo as mensagens que foram trabalhadas dentro da trama. Sendo assim, não recomendo ele, mesmo que divirta um pouco, pois não chega a ser algo ruim, mas também não empolga para ser chamado de algo bom, ficando bem na classificação mediana. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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