Acho engraçado quando surgem alguns filmes sem ter passado quase o trailer nos filmes anteriores, e dessa forma acabamos sendo surpreendidos por histórias que apenas vemos algum detalhe na sinopse ou em outras críticas espalhadas pela internet, e a animação alemã "Voando Alto" foi um desses que acabou surgindo meio que de repente por não termos tantos filmes novos do estilo passando durante as férias, ou seja, fui ao cinema ver o longa sem saber o que esperar, e o resultado foi um bom misto de sensações, pois o filme é bem desenhado cenograficamente (embora tenha uns bichos bem estranhos - afinal andorinhas parecem mais bonitas na vida real do que esse bicho meio esquisito que temos no longa), possui diversas histórias bem contundentes e polêmicas para uma animação, e entrega algo bem feito, mas com possui tantos recortes e tantas cenas quebradas que o resultado final parece ser um misto de muitas tentativas de algo sem muito sucesso. E sendo assim, não tem a cara de que irá empolgar nem os pequenos, nem os mais velhos, ficando bem no meio termo, mas ao menos não é uma bomba completa.
O pequeno Manou passou sua vida inteira acreditando que era uma gaivota, quando na realidade ele é filho de um casal de andorinhas. Enquanto tenta aprender a voar, ele percebe que nunca será capaz de alçar grandes voos e foge de casa. Mas quando os animais correm perigo de vida devido a uma nova ameaça, só ele será capaz de salvar o dia.
O trabalho feito pelo diretor Christian Haas em sua estreia na direção, depois de passar por diversos longas em funções de efeitos especiais, é bem interessante de ser acompanhado, principalmente por saber colocar as polêmicas bem inseridas na trama sem pesar tanto a mão, e o resultado disso acaba fluindo, porém ele ficou muito em cima do muro de como desenvolver sua história, de modo que a todo momento parece trabalhar uma nova esquete de algum desenho infantil para a TV, que precisa ter fechamentos para comerciais, e isso não é algo que agrade muito de ver, mas longe de tudo acabar sendo uma tremenda bomba, o resultado acaba envolvendo quem for conferir, e a trama deslancha mesmo sem emocionar muito, e assim a trama encaixa como foi proposta, e o diálogo com o espectador fica ao menos bom.
Sobre os personagens, é bem bacana ver a desenvoltura do protagonista Manou, embora não seja meio esquisito e não tenha um carisma maior, mas seus atos soam singelos e envolvem dentro do que se propõe, de modo que talvez pudessem ter encontrado algo mais emocionante para suas vivências, que resultariam em um filme mais pegado no romance que no miolo acaba agradando, mas ao tentar focar no conceito familiar acabam ligeiramente perdidos de elos. A andorinha Kalifa tem um estilo doce e bem gostoso de acompanhar, e merecia ter até mais destaque do que sendo apenas da metade para o fim, pois seus elos soam interessantes e agradáveis de ver, além de ter um envolvimento romantizado junto com a voz da dubladora perfeito para o filme, e isso resulta em algo bem bacana de ver. Quanto aos demais personagens, temos Luc o irmão gaivota do protagonista bem divertido, mas que não chama tanta atenção, temos o dodô Parcival que tenta ser um elo cômico na trama mas não empolga e até mesmo os dois Yusuf e Poncho tentam botar um elo aventureiro divertido sem muito sucesso, e assim o único chamariz mais forte tenta ser o pai do protagonista, que tem uma voz forte, mas não tem tanto impacto (talvez na versão americana com Willem Dafoe o estilo tenha sido mais duro!).
O visual criado pela Luxx Film que é nova no mercado foi digamos chamativo, pois temos uma orla bem bonita, cheia de detalhes artísticos bem encaixados, e primorosamente os voos acabam tendo um estilo cheio de ambientações, o que é raro vermos em filmes que não entregam tantas texturas, e dessa forma acabamos viajando junto dos passarinhos por onde eles passam, com destaque para a cena da corrida, aonde vemos ambientes incríveis que poderiam ter sido melhor utilizados, não apenas sendo um elo. Ou seja, talvez com uma história um pouco melhor o resultado do trabalho do estúdio de animação seria fantástico de ver na telona, pois mesmo o filme não vindo em 3D, temos uma perspectiva de câmera incrível, que certamente se for convertido para as mídias digitais depois, o pessoal que gosta da tecnologia acabará se divertindo bastante com o resultado.
O longa conta com boas canções, e até tem um momento de composição entre todos os passarinhos, que acaba envolvendo bastante com a canção da protagonista, só é uma pena que não consegui achar ela na internet para compartilhar com vocês, mas quem achar, fique a vontade para postar nos comentários, que subo para o texto.
Enfim, é um filme bem feitinho, que aparenta ter uma proposta maior fora dos cinemas, e que pode chamar a atenção dessa forma, mas para aqueles que forem aos cinemas levar os pequenos para conferir a trama talvez fiquem um pouco decepcionados com o que verão na telona, pois falta algo para empolgar realmente, e o resultado soa apenas bonitinho. Sendo assim recomendo ele apenas para quem tiver com crianças um pouco maiores que gostem de ver boas imagens bonitas, mas sem procurar muita história para se envolver, afinal não é isso que o longa entrega de forma alguma. Bem é isso pessoal, esse foi apenas o primeiro filme dessa semana, que tem mais boas estreias, e volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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