Se pararmos para pensar na ideia formatada de "Predadores Assassinos" iremos com toda certeza reclamar de quão absurdo pode ser de jacarés gigantescos invadirem uma casa e saírem malucos comendo o que vier na sua frente, mas se analisarmos bem como são os pântanos nos EUA, e as fazendas de criação desses animais que só numa leve pesquisa na internet você encontra, a situação começa a ficar bem mais tensa, pois tudo pode ser bem real ali, e se tivessem dado uma leve melhorada nos efeitos da tempestade, e de algumas devorações que ocorrem, certamente seria daqueles filmes que ficaríamos muito tempo pensando se é uma boa opção um leve passeio por aquelas regiões. Ou seja, é um filme que tem um tema estranho, que ocorrem situações bem malucas, mas que causa uma tensão bem forte, e que principalmente por acontecer cenas rápidas de lugares inesperados, acabamos pulando na poltrona e o resultado acaba funcionando, embora pudessem ter desenvolvido bem mais coisas além do que é mostrado apenas.
A sinopse nos conta que quando um enorme furacão atinge sua cidade natal na Flórida, Haley ignora as ordens das autoridades para deixar a cidade e vai em busca de seu pai desaparecido. Ao encontrá-lo gravemente ferido, os dois ficam presos na inundação.
Enquanto o tempo passa, Haley e seu pai descobrem que o aumento do nível da água é o menor dos seus problemas.
É engraçado ver que o diretor Alexandre Aja, que tem no currículo vários filmes de tensão e terror, alguns inclusive com outros animais, não quis enrolação, então seu filme tem apenas 86 minutos que são suficientes para causar uma tensão imensa, muitas mortes e decapitações, ou seja, ele pegou um roteiro simples e efetivo, e colocou pra jogo logo de cara com tudo ocorrendo, sem muitas preocupações com dramaticidades e afins, deixando que isso rolasse no meio do caminho nos flashbacks, e que até poderiam ser minimizados, afinal a vida pessoal da família ali é o de menos, ou seja, nem seria necessário falar sobre as separações, os treinos da garota e tudo mais, pois só serviu para mostrar que é determinada, e que nada bem, de resto, é enfeite de doce. Sendo assim, eliminando esse momento familiar que o filme trás para encher um pouco a trama, no restante do tempo tivemos os jacarés bem nervosos e desesperados por comida, fazendo movimentações bem fortes, a tempestade intensa, e claro muito desespero também por parte dos protagonistas (tirando o cachorro, que certamente por não ver nada dos seres digitais, estava super de boa apenas com cara triste por ter se molhado na chuva!). Ou seja, o diretor entregou algo bem montado, que consegue funcionar dentro do que previa, e que com uma produção de Sam Raimi, acabou transformando algo simples em algo bem maior na telona.
Sobre as atuações, diria que Kaya Scodelario se entregou bem no papel, fazendo com que sua Haley fosse daquelas mulheres determinadas em conseguir o que deseja (no caso se salvar dos jacarés!), e que com olhares bem fortes e sabendo exercer bem o desespero nas cenas mais tensas, fizeram com que ela ficasse com um impacto até maior do que o esperado, e isso é bacana de ver, ou seja, a atriz que praticamente só tinha feito longas de aventura juvenil, se mostrou apta para dramas mais internos e acaba agradando bastante com tudo o que faz aqui. Barry Pepper também foi bem coeso nas expressões que deu para seu Dave, entregando atitude e bons momentos de desespero, o que é raro de ver em homens, mas aqui a dor foi um ponto positivo a mais, ou seja, se encontrou com o que a trama pedia. Quanto aos demais diria que todos foram meio que enfeites cênicos que nem precisariam estar no longa, ou se necessitavam talvez pudessem aparecer mais, porém nenhum atrapalhou em nada, servindo para mostrar alguns elementos a mais como pessoas que furtam coisas no meio de desastres, policiais bobos que não reparam ao redor, e até a irmã que não consegue ajudar em nada, ou seja, elementos cênicos alegóricos que não merecem destaque algum.
No conceito visual, acabaram brincando com locações bem sujas, como um porão extremamente abandonado, aonde o encanamento predomina, e por ser ao lado de um lago, os jacarés usaram ali de ninho (aliás senti falta de ver os jacarezinhos famintos atacando ao sair dos ovos!), além disso tivemos poucos momentos nas ruas alagadas, alguns atos de vandalismo em uma loja de conveniência e o início meio que jogado em uma piscina de universidade, ou seja, um filme bem barato de orçamento, aonde a equipe priorizou trabalhar os efeitos dos animais de uma maneira até que bem coerente, pois mesmo tendo defeitos, o resultado tanto do movimento dos bichões quanto da tempestade monstruosa que ocorre do lado de fora da casa foram bem feitos. Outro ótimo detalhe, é que mesmo o filme sendo bem escuro, a fotografia conseguiu imagens bem iluminadas que mesmo soando falsas (afinal os protagonistas estão com lanterninhas bem pequenas para toda a luz que tem lá embaixo da casa!), acabaram agradando de certa forma.
Enfim, um filme que vai fazer com que muitos pulem nas poltronas mesmo nas cenas sem jacarés (fui pego logo no começo com algo inesperado!), que quem gosta de filmes de tensão com animais irá curtir bastante mesmo com leves defeitos, ou seja, até poderiam ter ido mais a fundo na história de onde vieram os jacarés, nos problemas da pequena cidade com seu dique prestes a explodir em qualquer tempestade, que certamente teríamos um filme ainda mais forte, mas aí precisaria de mais história, mais orçamento, mais tudo, e não era essa a proposta, então vamos deixar assim que já vai agradar o pessoal, e recomendo ele dessa forma também. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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