Diria que quem assistiu qualquer um dos filmes do Rambo sabe exatamente o que vai acontecer em cada momento dos demais filmes da série, e isso não é ruim, pois acaba sendo uma marca, que mesmo forçando a amizade com ideias bobas demais (motes sempre bem inspiradores para que o protagonista se vingue de alguém, ou saia em busca de salvar algum tipo de prisioneiro), o resultado sempre acaba fluindo de forma tão divertida e marcante que acabamos nos empolgando e quase até aplaudindo as múltiplas facadas e armadilhas que acaba aprontando nos encerramentos. Ou seja, se você esperava qualquer outra coisa de "Rambo: Até o Fim" certamente irá se decepcionar, mas felizmente o público fã da saga irá conferir cada momento lento e cheio de diálogos (que sabemos serem completamente desnecessários para tudo na trama, afinal o que vai valer será a pancadaria final) esperando friamente para o grande desenrolar final aonde cada detalhe extremamente violento irá fazer com que qualquer vilão pense duas vezes antes de mexer com o grandalhão, mas não terá nem tempo de pensar mesmo, pois antes disso sua cabeça estará picada ou explodida no chão.
O filme nos mostra que o tempo passou para Rambo, que agora vive recluso em um rancho na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Sua vida marcada por lutas violentas ficou para trás, mas deixou marcas irreparáveis. No entanto, quando uma jovem amiga da família é sequestrada, Rambo precisará confrontar seu passado e reviver suas habilidades de combate para enfrentar um dos mais perigosos cartéis mexicanos. A busca logo se transforma em uma violenta caçada por justiça, onde nenhum criminoso será perdoado.
Chega a ser engraçado o que o diretor Adrian Grunberg tentou fazer com o longa, criando vértices dramatizados no início, trabalhando diálogos cheios de sentimentos, e até vários planos e contraplanos mostrando a "desenvoltura interpretativa" de Stallone, mas a todo momento já fica bem claro o que veremos na sequência: a tradicional burrada que alguém faz para morrer ou ser capturado ou qualquer outra coisa do tipo, para que o grandalhão com problemas mentais de guerra saia fazendo sua vingança com as próprias mãos, que aqui até usa alguns tiros explosivos fortes, mas que cria tantas armadilhas brutais que em alguns momentos me senti vendo os bastidores de "Jogos Mortais" mostrando como as armadilhas foram criadas. Ou seja, o diretor brincou um pouco com o estilo, mas deixou levar pela essência da série que era o que realmente o público queria ver, só faltando colocar o personagem com a tradicional faixa vermelha na cabeça, e um corte de cabelo mais revoltado, que aí seria completo. E dessa forma o filme demora um pouco para engrenar, mas quando começa vai pra cima e com muitos efeitos práticos (quando não se usa tanto a computação gráfica), o resultado visual impressiona bem e diverte bastante quem gosta de um longa bem sanguinolento.
Sobre as atuações, diria que a saga inteira é muito barata nesse quesito, pois exige somente de Stallone, que entrega sempre os olhares ao vento, os trejeitos marcados pela sua raiva, muito suor e sangue para seu Rambo que até apanha bem (aliás após apanhar por alguns chutes parece que foi pego por algo de uns 2 dias batendo pelo inchaço!), mas quando bate, vai com tudo, e é isso o que queríamos ver dele. E quanto aos demais, aparecem, entregam uma ou outra fala desnecessária, algum olhar jogado, e sai de cena, como acontece com a garota Yvette Monreal com sua Gabrielle bem fraquinha de expressões, que até torcemos para apanhar pela burrice estampada na cara. Vemos também a personalidade jogada de Paz Vega com sua Carmen que poderia nem existir na trama, mas que fez o que pode de uma maneira quase absurda. E quanto os vilões, diria que Óscar Jaenada e Sergio Perís-Mencheta fizeram quase esquetes cartunescas exageradas de líderes mafiosos bem bobos e jogados, que até tentam fazer cara de mal, impõem suas atitudes, e acabam tendo cenas bem fracas para nem lembrarmos deles, ou seja, estavam ali apenas para apanhar mesmo.
No conceito visual o longa é simples, cheio de efeitos práticos em muitos momentos, mas também usando muita computação para algumas cenas absurdas (e outras que nem precisaria estar no longa - como a abertura!), mas de certa forma o rancho aonde vive Rambo é bem tramado, os túneis funcionaram muito bem para as cenas finais, as cenas no México acabaram exageradas e sem muita imponência, mostrando que a equipe de arte foi contratada realmente para as cenas com as armadilhas, que aí vemos quase uma mistura de "Jogos Mortais" com os brutalities do jogo "Mortal Kombat", que acabaram dando ritmo e bons elos para o fechamento do longa, e assim sendo, o resultado aparece. A fotografia, assim como os demais longas da série, ficou quase todo o tempo entre o sépia bem amarelado e o mais puxado para o verde para dar o ar de combate de guerra, e assim a dinâmica funciona encaixando algo mais próximo do que os fãs gostariam de ver.
Enfim, o longa passa muito longe de ser perfeito, demora um certo tempo até engrenar, mas fecha de maneira honrosa a franquia (que agora sim acredito que não virão com um sexto longa!), e sendo assim quem gostava dos longas antigos acabará se divertindo bem, mesmo que o filme não seja uma grandiosa obra do cinema mundial. Ou seja, recomendo o filme para aqueles que sempre foram fãs dos filmes de Rambo, do contrário, certamente achará mil coisas para reclamar, principalmente nos diversos momentos com furos e erros de continuidade que são incontáveis. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, agradecendo claro o pessoal da Difusora FM pela super pré-estreia lotada de ouvintes, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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