É fácil dizer que "Vai Que Cola 2 - O Começo" é melhor que o primeiro filme, pois lá a bagunça, a gritaria, e os exageros fazem com que qualquer um em bom estado mental sai reclamando do longa, e aqui embora ainda forcem bem a barra, o resultado expõe um pouco melhor as ideias, mostra como todos acabaram se conhecendo em meio a grandes confusões, e mesmo abusando de estilos, o filme tem uma certa fluência, agradando com o que mostra, e digo agradando apenas, pois divertir mesmo passa bem longe, de modo que raramente você consegue rir de alguma situação da trama, tendo um ou outro momento que faz você sorrir da boa sacada, mas que deixaram tudo para as cenas de erros durante os créditos. Ou seja, é um filme razoável, que segue bem a moda, que até lembra mais a série da TV, mas que não diverte pelas situações, como é casual numa boa comédia, ficando algo meio que sem jeito que funciona apenas como um começo mesmo como o nome diz.
A trama nos mostra que muito antes de socializarem quase todos os dias na pensão da Dona Jô, Jéssica, Ferdinando, Máicol sequer se conheciam. Mas Terezinha decide organizar uma grande feijoada no Morro do Cerol, todos eles se encontram pela primeira vez, da maneira mais inusitada possível.
Não vou ficar enfeitando o doce para falar que César Rodrigues, que é o diretor da série e foi o diretor do primeiro filme conseguiu manter a essência que sempre fez, marcou bem os personagens, e principalmente brincou para mostrar como tudo pode ter ocorrido antes deles chegarem na pensão, que é algo que muitos lhe perguntavam na série, mas lá não dava para contar tudo isso, porém a sacada do programa de TV são as boas esquetes rápidas (ou ao menos era quando vi alguns episódios bem no começo!), e aqui isso acaba não acontecendo, pois em um filme a trama tem de se segurar sozinha sem poder ter rápidos momentos espalhados, ou seja, o que ele fez, dividiu o filme em alguns atos separados que são bem conectados entre si, e ali conseguiu encontrar um pouco mais de atitude e bons encaixes, ou seja, o diretor fez o que sabe fazer e entregou um filme de início de franquia realmente, aonde vemos o antes de tudo o que já vimos, embora falte diversão para funcionar realmente como um longa de comédia.
Quanto das atuações, volto a frisar o mesmo que disse no primeiro longa, todos sem exceção foram exagerados, cada um de uma forma diferente, mas ao menos trabalharam seus papeis com bom tom chamando a atenção para o que desejavam, como Marcus Majella com toda a gritaria de seu Ferdinando, Samantha Schmütz tentando ser sensual, mas só pagando de periguete com sua Jéssica, Emiliano D'Ávila forçando a barra para parecer o burro pegador, Cacau Protásio sendo a tradicional dona do morro que grita para conseguir as coisas, e claro, Catarina Abdala brincando e se divertindo bem como Dona Jô (essa aproveitou e muito o filme estampando na cara o sorriso com suas cenas). Fiorella Mattheis tentou não mostrar seus dotes corporais, ficando como homem a maior parte do tempo, mas ao final botou o corpo para jogo com sua Velna. Silvio Guindane forçou trejeitos com seu Lacraia. Enquanto Érico Brás e Fabio Lago tiveram momentos divertidos com seus Afrânio e Tiziu, de modo que valeria ter apostado mais nos personagens, mas aí sairia do eixo da trama.
O contexto visual foi bem trabalhado para mostrar o Méier, o bailão da comunidade, e alguns momentos dentro de ambientes marcados como a casa da Dona Jô que viraria uma pensão no futuro e o bar/cúpula dos mafiosos, mas nada que impressionasse sem ser o colorido visual predominante, e as cenas rápidas bem resolvidas com elementos cênicos corretos para cada ato, ou seja, felizmente não vemos exageros cênicos para forçar nada, meio que funcionando quase como no programa com o cenário giratório.
Enfim, é um filme simples, que não vai impressionar muito, mas que funciona no que se propõe, de mostrar o início do grupo que muitos apenas conheceram na série da Multishow, outros no primeiro filme em 2015, e assim sendo levemente melhor que o longa inicial por não ser tão cheio de gritaria, mas que poderia ser muito melhor se tivessem trabalhado melhor a comicidade ou até mesmo as referências de outros filmes, que aí sim o longa agradaria bem mais a todos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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