Chega a ser até difícil falar algo de "Ambiente Familiar", pois ainda estou meio que sem saber aonde o diretor desejava chegar, e mesmo lendo a sinopse agora o resultado conseguiu ficar ainda mais fora de eixo do que pensava, afinal temos um filme denso, com uma fotografia até que bem trabalhada, mas que não atinge ápices, oscilando sempre entre o passado tenso dos jovens e seus momentos meio que largados no presente, sem nada que chegue muito além, e isso fez com que o filme que tem apenas 93 minutos parecesse estar passando por horas na sala, tanto que algumas pessoas saíram, depois olhei as horas e vi que tinha passado apenas 30 minutos, passou mais um tempo, olhei novamente e só tinha ido mais 30 minutos, ou seja, arrastado demais para uma trama que quisesse chegar a algum lugar. E dessa forma o filme só se faz valer pela técnica em si, que entregou uma fotografia bem colocada com ângulos chamativos e nada mais.
O filme apresenta três amigos que por diferentes situações da vida se uniram e passaram a se considerar família. A história apresenta Alex, Fagner e Diogenes, com idas ao passado de cada um, mostrando os problemas familiares que enfrentaram, enquanto no presente eles se resolvem com suas trajetórias.
A partir dos flashbacks de suas vidas, como por exemplo, uma infância turbulenta e cheia de dificuldades, o espectador pode perceber a cronologia de vida dos três personagens e o motivo deles estarem unidos hoje.
Diria que em sua estreia como diretor de longas, Torquato Joel quis enfeitar demais todos os momentos de cada um dos jovens e com isso se alongou demais na essência, pois para mostrar que ambos os amigos tiveram uma infância bem semelhante cheia de momentos conturbados, ele acabou trabalhando as essências e enrolando demais, de forma que um ou outro quadrante caberia para todas as cenas e funcionaria para um elo maior, para aí talvez desenvolver o presente deles de uma maneira com mais virtudes, e talvez resolver seus problemas. Não digo que o que ele fez seja algo totalmente ruim, pois o filme embora truncado tem seus momentos que dão um certo tênue, que ficamos pensando o que pode acontecer, mas faltou uma certa experiência maior para fechar esses elos, e assim sendo o filme não flui.
Não vou falar sobre as atuações individuais, pois todos sem exceção falharam muito no processo, talvez pela falta de um roteiro melhor pontuado, ou talvez por uma direção mais efetiva, mas em momento algum vemos os jovens se expressando de uma forma imponente, não vemos eles terem qualquer destaque, nem nada, parecendo estar andando a esmo pelos cenários, fazendo caras e bocas, e mesmo os garotinhos se perderam em cena, ou seja, é melhor deixar de lado a culpa da atuação dos atores, e culpar o diretor.
O trabalho da equipe de arte também foi simples, porém mais detalhado, trabalhando com casas antigas, labirintos cênicos, cachoeiras, praias e muitos adereços simples de infância misturando com objetos religiosos que deram o tom para alguns atos da trama, ou seja, elaboraram uma cortina de ideias para ser trabalhada no roteiro, mas não se efetivou como poderia. Além disso, o ponto mais alto do filme ficou a cargo da fotografia que brincou muito com sombras e luzes fortes de contraluz para realçar alguns momentos, além de diversas cenas serem trabalhadas em um quadro menor para diferenciar o presente do passado, e essa formatação deu algo a mais para o filme, que pelo menos fez com que agradasse ao mostrar técnica que certamente poderia ter ajudado o longa a ir bem mais além.
Enfim, é um filme bem fraco, que até tentou passar algo (se lermos a sinopse antes e irmos preparados para ver o que desejavam passar - mas ainda assim é bem difícil) e não conseguiu, mas que mostrou técnica dos envolvidos, que se melhor usada numa proposta mais condizente certamente irá ser perfeita de ver. Sendo assim, não tenho como recomendar o longa para ninguém, pois a trama não funciona. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, então abraços e até logo mais.
PS: a nota vai apenas para a fotografia, senão seria menor.
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