Quando um filme possui uma essência violenta que funciona para algo nem temos o que reclamar, mas quando ele é feito meio que sem propósitos, tipo apenas para mostrar brigas e tudo mais, acabamos mais reclamando do que ficando felizes com o resultado, e no longa "Implacável" da Netflix vemos basicamente uma pessoa que vai presa não injustamente, mas por estar fazendo algo errado e desejar vingança de todas as formas possíveis quando teve a oportunidade, ou seja, vemos o cara apanhar muito na prisão, e ao conseguir fugir ficar contando sua história dentro de um bar até conseguir sua vingança completa. Não digo que seja um filme com falhas, pois praticamente a trama funciona no que se propõe, mas falta um algo a mais na história para envolver realmente e funcionar, já que mesmo nos atos mais fortes a trama não encontra um fluxo de história para contar ficando fraco de atos em si.
O longa nos conta que Cain Burgess é um criminoso que recebe uma licença para sair da prisão. Ele acaba encarando esse momento como uma oportunidade para encontrar as pessoas que o tornaram um assassino cruel e se vingar delas.
Você pega e vai dar uma olhada na filmografia do diretor Jesse V. Johnson e no mesmo instante descobre o motivo do filme ter tanta pancadaria bem coreografada: o cara foi dublê metade da vida e a outra metade entre uma direção e outra foi diretor de dublês, ou seja, é o estilo que gosta de fazer, e sabe fazer bem, de modo que seu filme funciona bem dentro dessa proposta falhando em ter uma história mais desenvolvida, pois mesmo o cara tendo seus motivos para se vingar, o filme ficar somente ali no bar com ele contando tudo o que viveu na prisão, suas diversas horas de preparação para apanhar e não sentir dor, enquanto esperava o grande causador não é algo que empolgue o público, e muito menos faça com que esse fique esperando algo a mais acontecer, afinal sabemos bem o que ele espera, e o que vai rolar mais pra frente, e dessa forma não temos um deslanchar das coisas. Ou seja, é um filme simples demais, com uma trama direta e nada mais.
Quanto das atuações, Scott Adkins, que é lutador e também dublê, além claro de ator, aqui mostrou bem suas especialidades, e com uma desenvoltura melhor lutando do que atuando (mesmo fazendo diversas caras e bocas com uma maquiagem bem de impacto), ele conseguiu chamar a atenção, sendo bem colocado nos diversos atos funcionais da trama, mas sem mostrar nada muito grandioso nos diálogos (afinal isso não está também no roteiro), mas longe de ser algo ruim, trabalhou seu filme como um protagonista deve fazer, chamando a responsabilidade, e mantendo a câmera nele, e nesse conceito funcionou. Agora quanto os demais, diria que todos foram bons sacos de pancadas e ouvidos conscientes para ficarem sentadinhos escutando toda a ladainha do protagonista, o que não rolaria de forma alguma em lugar algum na vida real já que qualquer maluco tacaria uma caneca no cara, ou já partiria pro embate afinal estavam em bem maioria, ou seja, não consigo destacar ninguém, pois todos soaram bem bobos, mas ao menos é divertido ver o medo na cara do único que se acha demais ali, que é o menorzinho Thomas Turgoose com seu Tune.
O conceito visual da trama é bem simples, contando com uma prisão sem nenhum detalhe extra, aonde o protagonista briga bastante, e um bar aonde ele fica parado quase 90% do filme contando sua história na prisão, e no final parte pra porrada também, ou seja, apenas tiveram trabalho de fazer claro os instrumentos de pancadaria de um tipo de material mais forte para quebrar e não machucar tanto os atores, e claro a equipe de maquiagem trabalhar com muito sangue para que as cenas ficassem o máximo reais possíveis, e nada além disso.
Enfim, é um filme feito sob uma única proposta, pancadaria sem história e que convence da forma que é entregue, ou seja, nada saindo do eixo, mas também nada sendo colocado para discussões. Diria que é o famoso filme que quem gosta de lutas acaba vendo pelas brigas e depois de uns dois ou três dias nem lembra que viu e vai ver novamente para ver as brigas da mesma forma, que não chegamos nem a torcer pelo protagonista ou por alguém, ou seja, fraco demais para envolver, mas que não é ruim, ficando bem como algo mediano de atitudes, e que quem conferir também não terá muito o que reclamar (a não ser que veja esperando alguma história, aí a reclamação come solta!). Sendo assim, fica a minha recomendação de ver somente se você gosta de longas de lutas, senão dá pra pular tranquilamente. Fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
2 comentários:
É só pancadaria e nada mais.
Olá Alexandre... mas tem filmes que as pancadarias até valem algo, o que não é o caso aqui né... Abraços!!
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...