É até estranho ver o tanto de longas de terror que a Netflix lança, claro que muitos bem ruins, mas acho que a plataforma encontrou um gênero que não consegue tanto mercado para ser lançado nos cinemas comerciais, e que aqui consegue ao menos ser visto por um bom número de pessoas, e claro ter também muitas reclamações por alguns filmes serem bem fracos, mas isso faz parte. Digo isso, pois nos últimos dias a plataforma tem me indicado diversos filmes novos do gênero, e claro que vou conferindo eles conforme vai sobrando o tempo, e eis que hoje resolvi dar a chance para o espanhol "Influência", que até tem uma pegada tensa interessante, uma ambientação bem montada, algumas cenas fortes, mas que falta ainda aquele detalhe que faz o público ficar com medo de algo, ou que gere um incomodo maior, e aqui tudo é muito direcionado sem causar, o que acabou deixando a trama levemente fraca de atitudes. Ou seja, é um filme bem feitinho, que tem alguns furos gritantes nas cenas finais (que para variar resolveram fazer tudo nos minutos finais acontecer, e com isso os erros apareceram com tudo!), mas que consegue fazer com que prestássemos atenção do começo ao fim, e isso é algo que funciona, então longe de ser uma bomba imensa, a ideia até que agrada.
O longa nos mostra que Alicia retorna à mansão sinistra da qual fugiu quando criança - uma casa que nunca teve uma infância feliz - agora transformada em uma jovem mãe. Acompanhada por seu marido e sua filha de nove anos, Nora, Alicia procura reconstruir sua vida enquanto é forçada a enfrentar um passado que ela pensava ter sido enterrado e um corpo que resiste à morte: o de Victoria, a matriarca possessiva da família, que entrou em coma profundo e sobrevive conectado a uma máquina, e pela qual a pequena Nora sente um fascínio doentio.
Diria que a estreia do diretor e roteirista espanhol Denis Rovira Van Boekholt em longas, após curtas bem elogiados e premiados, foi algo que pecou um pouco pelo excesso, pois a sua história tem uma pegada tensa bem colocada para funcionar, de problemas familiares tensos, e ainda envolvendo bruxaria no meio sempre dá bons resultados, mas para ir mais além acredito que o filme poderia ter revelado o problema do avô mais cedo, pois aí o filme teria um vértice mais bem trabalhado, e tudo faria um pouco mais de sentido, além de algumas cenas também mostradas em outra ordem. Ou seja, o filme tem toda a trama funcional bem filmada e com ares incríveis, mas a montagem em si acabou pecando e não atingindo todo o eixo que poderia, de modo que vemos o longa, viramos as caras em alguns momentos fortes, e sentimos toda a tensão passada, mas ao final nem sabemos se o longa realmente causou algo em nós, e isso é falhar em conceito. Porém diria que se o diretor melhorar bem pouco, certamente seu próximo filme já será incrivelmente forte e tenso, pois vai arrumar esses leves defeitos com certeza.
Sobre as atuações, diria que arrumaram uma garotinha estranha demais, pois os trejeitos de Claudia Placer com sua Nora não demonstravam nenhum sentimento verdadeiro, ficando parecendo que ela estava incomodada com algo, ou faltou explicar melhor o que ela deveria passar, de modo que seus atos falharam mais do que agradaram. Manuela Vellés entregou uma Alicia bem trabalhada, que só de olhar para ela sabíamos da quantidade de traumas que sofreu quando mais jovem, e que nas cenas finais então entrou num desespero tão forte que mostrou personalidade e imponência em todos os atos, ou seja, atuou muito bem para o papel que lhe foi dado, e com isso chamou a atenção. Maggie Civantos deu para sua Sara algumas boas nuances e soube chamar atenção para envolver em seus poucos atos, mas talvez um algo a mais como fez a irmã chamaria mais a responsabilidade, parecendo afoita demais para tudo o que estava acontecendo, ou seja, poderia ter ido além. Alain Hernández até entregou uma certa personalidade para seu Mikel, porém o filme nem pediria tanto um personagem masculino na trama, tirando uma única cena ao final, e com isso ele pareceu bem descolado em todos os atos, ou seja, talvez se a trama ficasse só com o clã feminino o resultado seria até melhor de ver. E falando em clã feminino, temos claro de pontuar Emma Suárez que passou praticamente o longa inteiro na cama com sua Victoria, mas quando precisou mostrar atitude fez com tudo, e isso deu um ótimo tom para as cenas que fez. Quanto dos demais, vale apenas um leve destaque para a garotinha Daniela Rubio com sua Luna, mais pelo tom imponente cheio de atitude, que talvez se ela fosse a jovem Nora, acredito que chamaria muito mais atenção para o filme, pois a garota foi muito bem.
No conceito artístico é fato que filmes com casas assombradas, ou com algum problema envolvendo mortes e bruxarias sempre dão um show visual, e aqui a equipe de arte trabalhou incrivelmente bem, criando diversos ambientes escuros, com objetos feios, muito pó para todo lado, papeis de parede com símbolos estranhos, e claro uma decoração de hospital bem destruído para o quarto da matriarca em coma, aonde as luzes piscantes e todo o ruído da respiração através de máquinas deram o tom correto para que o filme funcionasse demais visualmente, ou seja, capricharam no gasto do orçamento para algo incrível.
Enfim, é um filme muito bom de essência, com uma tensão no ar do começo ao fim, mas que não atingiu o objetivo de causar muito no público, de modo que vemos o filme tranquilamente ficando com nojo ou temor em apenas alguns atos, mas que muitos que são fãs do gênero não irão ficar muito contentes com o resultado completo, de modo que poderiam ter ido muito além, e assim sendo fica a minha recomendação apenas para quem gosta do estilo, mas não liga para furos e falhas. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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