Certamente a vontade de muitos é a de ter uma máquina do tempo e voltar para determinada época para fazer algo, e conferir "Zumbilândia - Atire Duas Vezes" é quase como entrar na máquina e ver novamente o longa que vimos em 2009, melhorado em alguns detalhes de explosões, com mais sangue, mais boas sacadas, novamente ótimas montagens de letreiros passeando pela tela com as regras dos personagens em português (que bate uma felicidade imensa!!), e com boas atuações, afinal o elenco é estrelado, e só isso já se faz valer a conferida, pois o filme diverte bastante, entrega o estilo de filmes de zumbi que estamos acostumados a ver, porém infelizmente não temos absolutamente nada de novidade em cena, tirando o fato de irem para alguns locais interessantes como a Casa Branca com vários elementos dos presidentes americanos, depois as sacadas com Elvis, até chegarmos no reduto paz e amor. Ou seja, temos o mesmo filme em locações diferentes, e isso é bom para funcionar como algo nostálgico, mas que muitos irão reclamar pela falta de ousadia do diretor de criar algo indo além, e assim certamente veremos opiniões bem divergentes dos que vão amar se divertir com tudo, e daqueles que vão reclamar de tudo, e no caso o Coelho, que reclamou de não ver nada novo, mas riu à beça e se divertiu com o que viu, então recomenda o filme.
O longa nos conta que anos depois de se unirem para atravessar o início da epidemia zumbi nos Estados Unidos, Columbus, Tallahassee, Wichita e Little Rock seguem buscando novos lugares para habitação e sobrevivência. Quando decidem ir até a Casa Branca, acabam encontrando outros sobreviventes e percebem que novos rumos podem ser explorados.
Tenho certeza que assim como os fãs que desejavam ver a continuação do filme logo depois que estreou em 2009, o diretor Ruben Fleischer também teve esse mesmo desejo, mas que provavelmente por algum motivo não conseguiram tirar do papel as ideias, e agora 10 anos depois conseguir juntar o mesmo elenco, trabalhar praticamente as mesmas sátiras, e conseguir entregar uma trama divertida certamente faz com que o filme seja agradável e siga a linha de entrega correta que foi planejado lá trás, ou seja, o diretor não quis ser criativo, não era essa a função aqui, mas certamente pegar a ideia, trabalhar ela para os anos atuais, e quem sabe seguir em frente, e o acerto foi muito bom, pois vemos que o diretor ainda tem a mesma pegada, trabalha cada momento com as ideias de família mesmo que foi o que acabou ficando do primeiro longa, e a todo momento procura algo preparado para brincar com a ideia dos filmes de zumbi, dos filmes atuais que deram certo, e mais do que uma paródia dos diversos filmes/séries de zumbi, a trama tem ritmo, e faz com que os 99 minutos passem voando. Ou seja, a sacada foi fazer o filme voltar a toda e talvez ganhar uma continuação mais breve, pois funcionar para os fãs que ficaram loucos com a trama lá em 2009, garanto que funcionou, agora é levar o filme para outro patamar, pois dá para fazer acontecer.
Com um elenco muito coeso, vemos que os 10 anos foram bons para todos, pois não só cresceram profissionalmente como encontraram estilos tão bem precisos para melhorar muito cada momento dialogado seu, pois se o primeiro filme prezou mais pelos tiros e sacadas leves, aqui o humor ácido vem com tudo, e todos sem exceção souberam dominar os trejeitos para que ficasse o mais natural possível. Woody Harrelson entrega seu Tallahassee com total desenvoltura, cheio de movimentos mais durões, mas com o estilo próprio seu que já vimos em tantos outros filmes, e seus atos cabisbaixos sempre que tem de pegar o carro que odeia é demais. Jesse Eisenberg era apenas um jovem quase que sem nome em 2009, e de lá para cá foi indicado a diversos prêmios, teve grandiosos protagonismos, e melhorou demais no conceito interpretativo, tanto que mesmo fazendo papel de bobão com seu Columbus, vemos ele pronto para cada ato, devolvendo tiradas rápidas e agradando na medida com cada trejeito bem encontrado. O mesmo também podemos dizer de Emma Stone que na época era apenas uma jovem de 21 anos, praticamente estreando nos cinemas, e agora já com seu Oscar na prateleira, com protagonismo em cima de protagonismo, mas sem deixar o queixo empinar, veio com sua Wichita imponente, cheia de atitudes, e principalmente com um sarcasmo de nível altíssimo para cada cena sua, encontrando dinâmicas e agradando demais. E o que falar então de Abigail Breslin que tinha apenas 13 anos na época, mas já vinha de uma indicação ao Oscar, e sabia ser bem coesa com os momentos, e aqui já completamente diferente, com outra personalidade entrega sua Little Rock como o elo da trama, dando bons olhares, mas fugindo bem de lado, ou seja, não decolou como poderia, e talvez precisasse de um empurrãozinho maior. As diversas participações do elenco de apoio foram bem divertidas também, principalmente com Rosario Dawson como Nevada, Luke Wilson com sua rápida participação como Albuquerque e Thomas Middleditch como Flagstaff que trabalhou muito bem seus trejeitos semelhantes dos protagonistas. Agora quanto Zoey Deutch com sua Madison, a vontade é a mesma de Tallahassee e Wichita, de pegar e dar um tiro de tão absurda de trejeitos que a jovem faz.
A equipe de arte novamente deu um show com cenários pós-apocalípticos bem encaixados, tudo bem destruído pelos zumbis, pois se lá em 2009 apenas tinha começado a epidemia, aqui tudo já foi morto e jogado pelos cantos, então com boas armas, boas lutas corpo a corpo, diversas sacadas de cenas explicativas, e principalmente locações bem pensadas para funcionar fizeram com que o filme tivesse cores bem fortes para um terror, mas como de praxe escuras para uma comédia, misturando tudo para que a diversão não forçasse a barra e ainda tivesse a tensão no ar, de modo que vemos um hotel com tantos elementos bem feitos de Elvis, temos uma Casa Branca recheada de referências dos ex-presidentes, e principalmente o acampamento imenso da Babilônia cheia de detalhes hippies bem colocados, e no meio do caminho um road-movie funcional, ou seja, perfeição pura, além de ótimos figurinos sujos e zumbis bem imponentes maquiados para envolver mesmo. Além disso, tivemos uma computação incrivelmente precisa para trabalhar os letreiros do filme com as regras do protagonista aparecendo, se movimentando e dando as nuances certas em nossa língua, para não ficar algo jogado, mas sim pronto para agradar mesmo.
O filme contém uma trilha sonora de primeira linha, com canções fortes de rock que envolvem a todos, e mesmo nos atos orquestrados tudo é bem colocado para dar um ritmo envolvente certeiro como o filme pedia, e claro que deixo aqui tanto a trilha com as músicas, quanto as orquestradas compostas diretamente para o filme, então aproveitem bem.
Enfim, é um filme bem bacana, com uma pegada incrivelmente forte e bem colocada, que está longe de ser algo que vá impressionar quem não for fã do original, mas que mesmo quem for conferir esse sem ver o primeiro acabará entrando no clima e passará a se divertir com tudo o que é entregue, e dessa forma, vendo sem muitas expectativas o longa funciona bastante, então vá e dê boas risadas com todas as boas sacadas colocadas na trama. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje com a única estreia que veio para o interior nos cinemas, mas volto em breve com mais textos do streaming, então abraços e até logo mais.
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