Costumo dizer que alguns pecam pelo excesso, e certamente o que vemos no novo "A Família Addams" é a tentativa de mostrar técnicas e desenvolturas completas com tantas boas sacadas que talvez se o filme inteiro fosse uns 3 ou 4 episódios o resultado agradaria bem mais. Não digo que tenha ficado ruim, muito pelo contrário a trama soa bem bacana, inteligente e divertida na medida, mas tentaram colocar tanta coisa em um único filme de 87 minutos que acabamos não curtindo cada momento, e isso é algo que incomoda um pouco, porém tirando esse detalhe, vemos diversos bons momentos, ironias bem trabalhadas, e principalmente uma animação bem desenvolvida, ou seja, um filme completo que vale a diversão.
A sinopse nos conta que para ir de mal a pior, a Família Addams precisa se preparar para receber uma visita de parentes ainda mais arrepiantes. Mas a misteriosa mansão deles parece estar com os dias de maldade contados.
Os diretores Greg Tiernan e Conrad Vernon após entregarem o polêmico "Festa da Salsicha", nos entregam agora uma reformulação completa do clã assustador que Charles Addams criou em seus quadrinhos, e sabiamente eles fizeram o longa ironizando bem essa moda de programas de reforma, juntamente com a ideia de formação de personalidade das crianças, que hoje cada vez mais não seguem tradições familiares. Ou seja, com uma modelagem interessante, com personagens dinâmicos, e sem destruir o que vimos no original de 1991, acabaram criando uma animação gostosa de conferir, mas que talvez em outro formato de mais episódios agradasse um pouco mais, pois conheceríamos o começo da família, depois veríamos os problemas com os vizinhos, para aí sim irmos para uma reunião familiar bem trabalhada, sem atropelos e sobrando espaço para todos se desenvolverem.
Dito isso da trama, posso afirmar que os personagens foram muito bem pensados, criados em formatos inusitados meio que disformes, e com uma desenvoltura melhor que a outra, fazendo com que criássemos um carisma muito forte com cada um, mas principalmente com Wandinha e Parker por sua amizade inusitada que cheia de boas referências e sacadas nos divertem e empolgam. Na sequência temos as ótimas interpretações musicais por parte do mordomo Tropeço, que dá o tom e o ritmo da trama além de incorporar ótimos trejeitos de má vontade. Até chegarmos nós anfitriões Gomez e Mortícia que nos remetem de cara ao original, com um romance incrível, olhares e claro o ar paternal invertido bem trabalhado. Além da vilã que saiu do programa de arquitetura da TV com ares mais malucos possíveis, também tivemos a boa interação entre o jovem Feioso cheio das artimanhas de guerra e o Tio Chico maluco. Ou seja, ótimos personagens que agradam demais.
O visual da trama também teve um tom bacana não muito escuro, com tons pastéis interessantes para a família, em contraponto com o da cidade inteiramente decorada e colorida, aonde vemos uma personalidade bem bonita, cheia de elementos usáveis em cada canto que olhamos, de modo que como disse valeria ter mais tempo de tela ou ser feito mais episódios. Quanto do 3D da trama, posso dizer que é algo completamente desnecessário, tendo uma ou outra cena brincando com armas dos protagonistas, mas sem nenhuma profundidade imponente, e nem servindo para dar formato para os personagens serviu, ou seja, vá conferir em 2D que é mais econômico e não fará falta.
Enfim, foi feito jus ao original, entregaram ótimas sacadas bem colocadas para cada momento, e o resultado final impressiona, ou seja, vale a conferida mesmo que de forma corrida demais, e sendo assim vamos esperar quem sabe uma série bacana dos personagens. Bem é isso pessoal, fico por aqui, mas volto logo mais com mais um texto, então abraços e até breve.
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