Confesso que sou um grande admirador de animações que usam a técnica de stop-motion (ou as famosas massinhas como muitos preferem chamar!), pois é tanto trabalho para que um filme saia do roteiro e vire o que vemos na telona, que temos de apreciar com tanto gosto tudo, mesmo que não seja a trama mais empolgante do mundo. E claro que sabemos que uma das maiores empresas do estilo é a Laika, que sempre entrega filmes com temas bem diversificados, que brincam com a essência geral, e procuram entregar lições morais bem pautadas em seus filmes, ou seja, ver o longa "Link Perdido" é ir muito além da simples história de um aventureiro em busca de encontrar seu monstro para destaque nas capas de jornais, mas sim uma aventura por tantos belos cenários, que construídos um a um, vai nos passando a certeza de que uma equipe imensa soube tirar expressões felizes dos personagens, brincando com uma ideia muito maior e árdua, ou seja, um filme simples de ideia, mas que envolve e soa gracioso pelas boas sacadas, e mesmo não sendo algo incrível de acompanhar, agrada pelo feitio em si.
O longa nos conta que Sir Lionel Frost se considera o melhor investigador de mitos e monstros do mundo. O problema é que nenhum dos seus colegas o leva a sério. Sua última chance para ganhar seu respeito é provar a existência de um ancestral primitivo do homem, conhecido como o link perdido.
Após ter feito um terror em formato de animação em sua estreia ("Paranorman"), o diretor Chris Butler agora vem com uma aventura levemente pautada em nuances mais duras, com algumas severas críticas no miolo, mas nada que seja assustador para as crianças que forem conferir, e claro que ainda usando da técnica de stop-motion, ele soube brincar com os elementos disponíveis, criando vários tipos de movimentos que dificilmente veríamos na técnica, e ousando bastante na história, para que tivéssemos uma trama cheia de momentos descontraídos, e bem ricos de ambientes, afinal uma animação tem de prezar por estilo e classe além de uma boa história, e aqui optou pelo ambiente em si, pelos personagens mais imponentes, e deixou de lado a criatividade e o carisma, de modo que se pararmos para analisar, nesses dois últimos anos já tivemos duas outras histórias sobre o pé grande ("PéPequeno" e "Abominável"), ou seja, está na moda criar em cima desses bichões que tanto intrigam o imaginário humano, e dessa forma o que vemos aqui é algo mais próprio de um Sherlock Holmes, que pode vir a ter continuações investigativas bem bacanas com o personagem grandalhão e o misterioso investigador de mitos. Ou seja, ele meio que fez uma história simples e bem desenhada, que pode ser a abertura de uma franquia, mas que por ser estranho demais, aparentemente não pegou, já que ao menos por aqui a sala estava levemente vazia de espectadores, veremos mais pra frente o que vai rolar.
Sobre os personagens e a dublagem, conseguiram colocar boas piadas interessantes no miolo, fazendo com que tanto Lionel Frost quanto Link fossem bem bacanas e interessantes de acompanhar durante a aventura toda, exageraram um pouco nos trejeitos do bichão falando meio com um estilo meio bobo, mas que por ser dublado por Zach Galifianakis no original também não deve ser algo tão comum, então foram bem, e Frost teve uma boa imponência de voz também na versão nacional, criando um carisma meio bruto, o que é bacana de ver. Adelina, a personagem feminina da trama tem ares fortes, e não entrega a mocinha casual de uma animação, o que é bem bacana de ver para dar o ar tradicional de mulher indefesa, e seu estilo mesmo rebuscado acaba agradando bastante. Não diria que os vilões sejam exagerados, mas foram fortes de ações, e isso fez com que o filme ficasse levemente tenso, mas ao menos não assustará tanto os pequeninos, mesmo que o rumo da história seja meio que mudado próximo ao final com uma escolha levemente tensa.
E claro que falando em texturas, por estarmos falando de massinhas, não vamos ver nada surpreendente, mas souberam desenhar cenários bem amplos, personagens com leveza nos movimentos, e cores bem colocadas embora de forma estranha, pois ainda não me senti a vontade com os narizes dos personagens parecendo meio que fora de linhas, mas acredito que tenha sido proposital por algum motivo não explicado na trama, ou seja, é um filme bem feito no conceito visual, com muitos desenvolvimentos de ação, bons personagens figurativos, e uma cadeia de situações bem proposital que deve ter dado um trabalho imenso para todos os frames, e quem conferir o trabalho da empresa Laika no youtube verá o imenso trabalho que dá para fazer pouquíssimas cenas, ou seja, um filme que envolve sem ser muito elaborado.
Enfim, não posso dizer que esperava muito do filme, pois estaria mentindo, afinal fui conferir ele já imaginando algo simples de essência, mas bem elaborado, e foi exatamente o que me foi entregue, então apenas recomendo ele para quem gosta do estilo stop-motion para se agradar com a técnica, afinal o filme não convence como uma animação familiar divertida, nem como algo mais pesado para adultos como foi o longa anterior do diretor, e sendo assim, o resultado agrada, mas não atinge nada que vá muito além de uma conferida apenas. Bem é isso pessoal, encerro aqui as estreias do cinema dessa semana, mas volto em breve com textos do streaming, então abraços e até logo mais.
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