Antes de mais nada, alguns sites estão com uma sinopse completamente errônea falando que "Medo Profundo - O Segundo Ataque" se passa no Brasil, mais precisamente em Recife, e em momento algum temos isso no filme, já logo de cara nos situando na Península de Yucatán, no México, pois a trama trabalha um cemitério maia, ou seja, nada a ver com Brasil. Agora dito isso, contamos praticamente tudo o que se precisa saber sobre a trama do filme, que além de mostrar uma cidade maia submersa, vemos alguns tubarões brancos bem monstruosos, labirintos claustrofóbicos, mas que infelizmente falham na forma de criar a falta de ar, pois a câmera tentou pegar muito da reação das garotas e ao redor, e o filme não deu essa imersão como poderia. Ou seja, é um filme raso de ideias, que trabalha a tensão de fuga, mas que não causa a tensão como deveria causar, e o resultado é de alguns sustos em cenas que o bicho aparece do nada, e alguns momentos tão falsos que dá vontade de rir, pois tentar furar um tubarão com um dente guardado sabe-se lá onde é algo que só rindo em quem acreditar ser verdade.
A trama segue a aventura de mergulho de quatro adolescentes enquanto exploram uma cidade maia submersa. Uma vez lá dentro, a empolgação das jovens se transforma em um choque de terror quando descobrem que as ruínas submersas são um campo de caça para os grandes e mortais tubarões brancos. Com seus suprimentos de ar diminuindo constantemente, as amigas devem navegar pelo labirinto subaquático de cavernas claustrofóbicas e túneis sinistros em busca de uma saída do inferno aquático.
Uma continuação seguir na mão do mesmo diretor sempre tem vantagens e desvantagens que necessitam ser pesadas para ver se compensa ou não sair do papel, a principal vantagem é que geralmente já se conhece tudo o que aconteceu antes e dá para seguir um caminho traçado bem mais fácil, porém quando não temos os mesmos personagens (ou melhor até temos os tubarões, que podem ser semelhantes!) ficamos com um gostinho de reprise mudando apenas a localidade, e é exatamente o que ocorreu aqui com o diretor e roteirista Johannes Roberts, pois ele entregou basicamente a mesma ideia desesperadora de garotas fugindo do ataque de tubarões assassinos, só que ao invés de ser numa jaula no meio do mar, aqui temos túneis maias para dar o tom, e nada além disso, ou seja, praticamente vemos o mesmo filme com mais personagens para serem comidos, e quem ficou feliz com isso foram os tubarões digitais (que aqui ficaram bem realistas!), e mais ninguém, pois garanto que dei uns pulos em algumas cenas que surgem do nada, mas como história ficou bem mais rasa, passando longe dos 47 metros de profundidade sem jaulas que o título original diz.
Sobre o elenco, quem ficar na dúvida de quem irá morrer, e quem irá viver certamente nunca assistiu a um filme de terror com assassinos, mas ainda assim sem dar spoilers irei dar uma ajudinha, pois praticamente nem temos como olhar as expressões das garotas com as máscaras, apenas ouvir seus gritos desesperados e seus pezinhos balançantes (até claro chegarmos nas cenas finais, aonde não tem mais ar nos cilindros, então as jovens partem pra famosa apneia). Sophie Nélisse inicialmente parecia tão inexpressiva com sua Mia, quase uma garotinha de menos de 15 anos na escola, para depois se soltar completamente no mergulho e ficar com frases densas, e isso é até engraçado de ver, como se o filme passasse alguns anos até elas chegarem no local de mergulho, e diria que a jovem se saiu bem com o que fez, claro que exagerando em algumas caras e bocas, mas nada de muito impressionante. Corine Foxx até tenta se impor como uma daquelas garotas fortonas, que não tem medo de nada, que é cheia de ginga e malícias com sua Sasha, mas na hora do desespero, a gritaria é igual para todas, e a jovem até que brincou bem, sua boneca chacoalhou bastante no ar, e ela até ficou interessante de ver, mas também fez o básico apenas. A filha de Sylvester Stallone, Sistine Rose Stallone, estreando em longas mostrou a loucura tradicional do pai com sua Nicole, e chega a ser divertido o que ocorre com ela, pois mereceu sendo tão burra e desesperada. Brianne Tju pareceu esperta com sua Alexa, entregando cenas como uma mestra do mergulho, mas o desespero também não lhe ajudou, e suas cenas finais foram meio que exageradas também, ou seja, poderia ter moderado um pouco para emocionar de forma a ficar mais bacana de ver. Agora quanto aos demais, todos foram razoáveis, tirando claro os tubarões, que foram incríveis.
Já que comecei a falar dos peixões, posso dizer com toda certeza que a computação gráfica caprichou e muito no design dos tubarões brancos da trama, com muitos detalhes, com uma voracidade impressionante, e principalmente nas mortes, pois são realmente bem violentas, ou seja, acabamos assustando e muito com suas aparições, pois vem em direção a câmera sem dar tempo de olharmos para eles, e isso foi um grande acerto do filme. E claro, posso dizer também que a equipe foi bem precisa nas construções aquáticas, para criar os labirintos com uma precisão bem imponente para que as jovens nadassem bastante, e o realismo funcionasse, e dessa forma o filme acaba tendo um conteúdo visual ao menos digno, que certamente também deu muito trabalho para a equipe de fotografia, pois vemos águas turvas em diversos momentos, movimentos bruscos, e muita movimentação fora de padrão, o que faz com que as iluminações ficassem oscilantes, e por diversas vezes até difícil de ver, ou seja, poderiam ter melhorado isso.
Enfim, é um filme passatempo, daqueles que veríamos numa sessão da tarde chuvosa para rir dos personagens morrendo comidos pelos tubarões após suas burrices, mas que não temos nem como esperar qualquer história mais profunda, muito menos atuações dignas de ficarmos impressionados com qualquer coisa. E sendo assim, quem for conferir sem pretensão alguma pode até ter uma boa sessão, mas certamente não dá para recomendar como filme mesmo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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