Tem filmes que vamos conferir já sabendo o que esperar, e para aqueles que querem um filme bem levinho, para dar uma relaxada e ver algumas paisagens do safári africano a dica é o filme "Resgate do Coração" que estreou no começo do mês na Netflix, que não vai lhe entregar nenhuma novidade do gênero, nem ter nenhuma surpresa com reviravoltas, pois é o básico filme que trabalha alguma causa, e que envolve por ser bonitinho apenas. Ou seja, podemos dizer que é daqueles filmes que vemos de forma despretensiosa, para ver alguns elefantes, que vamos ver algum romance, algumas mudanças de vida casuais, e pronto, fim de filme. Claro que a trama tem um deslanchar singelo, que funciona para tentar vender a boa imagem de santuários animais na África, mas poderiam ter ido além com algo a mais com algum tipo de dramaticidade, algum conflito para que o filme ficasse mais denso, mas nem isso tentaram, ou melhor, colocaram dois conflitos tão jogadinhos de lado, que nem dá para contar. Mas como disse, serve como um passatempo.
O longa nos conta que o filho de Kate Conrad vai fazer faculdade fora de Manhattan, e ela prepara uma segunda lua de mel para ela e o marido. Só que, em vez agradecer, ele termina o relacionamento. Kate resolve, então, partir para a África sozinha. Durante um desvio pela Zâmbia, ela ajuda seu piloto, Derek Holliston, a resgatar um bebê elefante órfão. Os dois permanecem cuidando dele em um santuário de elefantes local, e Kate decide ficar para o Natal. Com um novo amor no horizonte, será que ela voltará para casa ou prolongará a aventura pela vida toda?
É até engraçado ver a filmografia do diretor Ernie Barbarash, pois em seu começo só fez filmes violentos, mas de uns anos pra cá caiu para o lado de filmes envolvendo Natal, romances e está se saindo bem, pois ele consegue criar dinâmicas bem trabalhadas de câmeras para envolver o público da mesma forma que criaria em um filme mais tenso, e assim mesmo sendo algo bem leve, o filme te transporta para as situações, e aqui é quase como se sentíssemos os personagens alimentando os elefantes, saindo com eles, e vivendo ali naquele lugar lindo de ver estrelas, ou seja, ele fez algo bem básico com minúcias bem feitas, aonde cada ato por mais comum e clichê que seja, acaba saindo na medida certa. Claro que ele poderia deixar o filme com uns 20 a 30 minutos a menos, tirando algumas cenas não tão necessárias para a produção, mas aí não nos envolveríamos com o resultado total, ou seja, valeu a pena deixarem no corte final tudo. Ou seja, pela falta de mais conflitos (afinal os dois colocados são muito fracos), o filme acaba soando meio bobinho demais, e raspa de não parecer um filme, mas sim uma propaganda dos santuários de animais na África (da mesma forma que ocorreu no meio do ano com "A Menina e o Leão"), mas por ser mais organizado, o resultado final acaba agradando bem.
Sobre as atuações, é bem bacana a química entre os personagens principais, e claro arrumaram uns elefantes bem carismáticos, ou seja, funcionaram muito bem dentro da proposta, e o resultado expressivo dos principais agrada bastante. Kristin Davis entregou uma Kate tão empolgada em estar na produção, que seus sentimentos transparecem muito bem, e isso é muito bom de ver, pois vemos olhos marejados de uma forma real, o que é bem raro. Rob Lowe anda meio sumido do cinema, mas mostra que mesmo já com uma idade avançada ainda tem estilo de galã com seu Derek, chamando bem atenção na emoção que passa de uma maneira bem leve e sem apelação, ou seja, foi bem também. Fezile Mpela trouxe para seu Jonathan leveza nos atos, e passou sinceridade no que fez, não chamando atenção, mas não falhando em nada também. Quanto dos demais, o resultado ficou um pouco estranho, pois mesmo aparecendo pouco, o jovem que é filho real do protagonista John Owen Lowe ficou meio como um pianista de enfeite em cena com seu Drew, de modo que pareceu jogado no filme, mas como não era muito importante, não atrapalhou em nada, e Colin Moss conseguiu aparecer menos ainda, e ainda ser seco demais, ou seja, era melhor nem ter aparecido.
Sem dúvida alguma o ponto mais positivo da trama é o ambiente visual, afinal na savana africana montada sempre para ser bem vista (pois ninguém mostra em um filme os bichos se digladiando, se matando para comer, outros morrendo de fome e calor, fora as cidades destruídas com fome e tudo mais) a beleza cênica envolve a todos, com tons laranjas maravilhosos, um acampamento bem bonito, toda a montagem simples do santuário, mas com detalhes precisos para envolver, as grandes mamadeiras para os elefantes, e claro as pinturas, ou seja, um design de produção impecável para vender a imagem da trama, e funciona.
Enfim, um filme simples, que entrega o que propôs de vender a defesa animal, e ser feliz fazendo o que gosta, e não ter uma vida rebuscada com algo grande e triste, e nada mais, servindo para relaxar, passar um tempo tranquilo na TV, vendo belas imagens, e que até poderia ter ousado mais com alguns conflitos mais fortes, mas como não era essa a proposta, nem tentaram, e sendo assim, vale a conferida sem muitas pretensões. E eu fico por aqui, pois nem tem muito do que falar da trama, então abraços e até logo mais.
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