Sempre que vejo anúncio de filmes apelativos já vou preparado para tudo, e quem for corajoso suficiente para encarar "Os Parças 2" deve ir com a mente aberta para ver escatologias, muito besteirol, e principalmente coisas sem nexo algum, afinal o primeiro filme já foi dessa forma, então não daria para esperar nada diferente. Ou seja, ele nos lembra outros filmes que trabalhavam bagunças desorganizadas, mas que quando encaixadas dentro da proposta funcionam, e até conseguem em algumas cenas tamanha a apelação, fazem o público rir, e sendo assim posso colocar ele até como mais comédia que outros que não conseguiram esse feitio. Claro que não é daqueles filmes que você irá rir tanto, nem vai sair recomendando como a melhor obra do mundo, mas confesso que já vi muita coisa pior nessa vida, e sendo assim, diria que a ideia nos remete ao que "Os Trapalhões" faziam em seus filmes, que ia completamente diferente de seu programa onde boas esquetes funcionavam, mas que apelando para tentar formar um filme desandava bem, e aqui acontece algo bem semelhante, porém muito mais apelativo.
O longa nos conta que após saber que China deixou a cadeia e está em busca de vingança, Romeu (Bruno de Luca) precisa conseguir dinheiro para deixar o país o quanto antes. Para tanto, Toin (Tom Cavalcante), Ray Van (Whindersson Nunes) e Pilôra (Tirulipa) juntam forças para reformar uma colônia de férias, de forma a atrair jovens de todo tipo. Quando o empreendimento enfim começa a funcionar, eles logo passam a competir com uma colônia vizinha, bem mais requintada.
É nítido ver o estilo da diretora Cris D'Amato no filme, pois depois de fazer longas cômicos mais clássicos como "S.O.S. Mulheres ao Mar", ela desandou para o lado mais apelativo como vimos em "Eu Fico Loko" e "É Fada", e aqui ela basicamente entra para o time de quem quer usar de dinâmicas fáceis para fazer o público rir. Claro que isso é algo que muitos gostam, e o Youtube está cheio de vídeos apelativos, cheios de bobeira e tudo mais, mas juntar a apelação completa para funcionar em um longa, já é outro processo. O bacana de ver a trama é o formato dela, que brinca com dinâmicas jovens de competições, shows musicais, e claro ceninhas básicas de romance, para que não ficassem só dependendo das escatologias e bagunças do trio principal, e assim o resultado ao menos fica de fácil venda. Ou seja, volto a frisar que não é um filme que você verá algo brilhante, cenas bem feitas e tudo mais, mas ao menos a diretora se esforçou para não entregar uma bomba completa.
Quanto das atuações, se é que dá para chamar assim a bagunça desenfreada que todos fizeram na produção, diria que todos se divertiram fazendo suas cenas, pois era nítida a face alegre deles no filme, e sendo assim o resultado ao menos com muito exagero funcionou. Como bem sabemos os shows individuais de cada um é completamente diferente do que tentam trabalhar aqui para criar seus personagens, e ao ver Tom Cavalcante com seu Toin, vemos meio que uma mistura de seus diversos personagens, o que meio que gera uma certa confusão, ou seja, poderia ser menos bagunçado. Whindersson Nunes tenta fazer algo meio que fora de controle com seu Ray Van, e acaba entregando um personagem bobo, exagerado, mas ao menos gritou pouco, pois no primeiro filme parecia estar ligado no 220. Tirulipa já pelo contrário só grita com seu Pilôra, soando genérico demais para empolgar, mas não atrapalha ao menos. Bruno de Luca já é praticamente um objeto cênico com seu Romeu, pois se no primeiro filme dependiam dele para o andamento, aqui quase desaparece em cena. Mariana Santos que é bem acostumada com comédia, aqui soube ser o elo mais calmo da trama com sua Denise, e o personagem acaba agradando bastante com bons olhares e funcionando bastante. Quanto dos jovens, todos brincam bastante em cena, mas o destaque recai bem para Leo Cidade como seu Pedro, o cantor da turma e também o encrenqueiro, e usando ele como base, o filme teve sua funcionalidade.
No conceito visual, a trama inicia bem requintada com um hotel bem luxuoso, aonde as cenas mais toscas e jogadas ocorrem com a abertura do filme, mas depois ao ir para o acampamento, a equipe de arte precisou e muito de criatividade para montar algo bizarro de estrutura caindo aos pedaços, e que junto das piadas nojentas da trama, funcionassem para ser algo extremamente destrutivo, ou seja, tiveram de destruir tudo para que o filme funcionasse, e o resultado chega a ser de nível bem alto de zona completa, ou seja, um grande acerto. Do outro lado tivemos um acampamento bonitinho, organizado, mas sem muitos detalhes, afinal quase tudo ocorre no meio do caminho, com festas, fogueiras, competições e tudo mais que um filme de acampamento deve ter.
Enfim, como disse no começo, o longa passa longe de ser bom, mas também passa bem longe da bomba que imaginava ser pelo trailer, praticamente repetindo o que o primeiro filme fez, e inclusive darei a mesma nota, mas ao menos o filme tirou algumas risadas do público presente na sala, e isso já posso dizer que ao menos é um acerto, então quem tiver com coragem, pode ir que não vai ser algo tão ruim de conferir. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas já vou para outra sessão, então abraços e até mais tarde com outro texto.
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