Chega a ser até engraçado conferir um filme que conhecemos uma parte da história, afinal já vimos em tantos outros filmes que mesmo quem não for extremamente religioso sabe o que acontece em cada uma das cenas, mas que por adicionar outros momentos que só os mais fanáticos pela história sabem acaba resultando em algo bem interessante de conferir, e com essa premissa o longa russo "Barrabás" consegue ser bem elaborado de ideias, possui uma cenografia simples, mas coesa com o tema, e até entrega uma certa personalidade, porém o ritmo peca demais, quase sendo daquelas histórias que alguém fala respirando para que a outra entenda perfeitamente cada momento, e isso não é bacana de ver no cinema, ainda mais com uma dublagem bem ruim de vozes, e assim sendo, vemos o filme captando bem a essência, gostando dos atos, mas certamente segurando para não dormir e perder alguma parte, pois é bem fácil disso acontecer. Ou seja, diria que foi uma data meio errada para estrear o longa, que talvez na época da Páscoa caísse melhor para o público-alvo conferir, mas que passa sua mensagem, e sai como um filme razoavelmente fraco que poderia ir para rumos melhores, e só.
O longa nos mostra a história de Jesus Cristo de Nazaré, o conhecido filho de Deus, sua crucificação, morte e ressurreição contada pelo ponto de vista de Barrabás, um bandido preso e condenado a morte na mesma época que Cristo, que é solto por conta da tradição da soltura de um preso na Festa da Libertação e acaba escapando da cruz.
Não lembro de nenhum filme russo que tenha vindo para cá que tenha tido algum grande mérito, que tenha surpreendido ou coisa do tipo, pois sempre entregam o básico em suas histórias, ou revolucionam demais com alguma tecnologia que no final das contas acaba soando mais estranho do que funcional, e aqui o resultado do filme do diretor Evgeniy Emelin não foi muito diferente, pois ele até tentou trabalhar bem a história cristã, colocou vários dos personagens que conhecemos bem de outras filmes, mas não soube encontrar um bom rumo para que tudo ficasse interessante de conferir, de tal forma que vemos um rumo para ser trabalhado, mas que durante o filme parecem rodar tanto para não focar tanto em Jesus, ou melhor, para não mostrar tanto a história da forma que já vimos, que ele acaba se perdendo um pouco, entregando situações calmas que certamente em algo mais real seria diferente. Ou seja, não podemos dizer que seja uma trama ruim, pois ela é bem elaborada, tem uma formatação bem colocada, mas não atinge praticamente ninguém, de modo que quem for esperando muito para a trama certamente sairá da sessão desapontado.
Sobre as atuações não vou ficar falando muito por dois motivos principais, os créditos sobe em russo (e não faço a mínima ideia de como ler aquilo), e na ficha do longa temos os atores sem seus personagens, ou seja, vamos falar apenas de Pavel Kraynov que soube ser simples com seu Barrabás, direto com olhares bem trabalhados, e que ao final já estávamos tão acostumados com seu semblante que tudo o que faz nos convence, e assim sendo, caiu bem para o personagem e fez os atos de uma forma bem colocada. Quanto dos demais, diria que todos entregaram cenas curiosas, desde a jovem que faz Judite desesperada demais, quase vista como uma maluca, até um Melchior conselheiro que quase surge nas cenas, ou seja, fizeram seus papeis com atitude, mas sem chamar muita atenção pela atuação em si.
Visualmente temos até um longa com uma cenografia bem trabalhada, toda cheia de detalhes nos ambientes por onde passa, com uma crucificação bem feita, com paisagens rochosas interessantes, e até momentos mais simples que poderiam ter ido além como nas cenas com os romanos e sacerdotes que sabíamos ser bem mais ricos, mas nada que desaponte muito, valendo a intenção ao menos.
Enfim, é um filme simples demais dentro do tema, que até vai funcionar para quem quiser conhecer algo a mais do momento da crucificação, e o que rolou no meio do caminho (não sei se essa parte existe na Bíblia ou em algo do tipo, mas quem souber se quiser comentar fique à vontade para acrescentar nos comentários!), mas que não vai ser nada chamativo demais, e muito menos cativará quem não for extremamente religioso, e sendo assim, recomendo ele somente para esse público. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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