Um dos estilos que mais são lançados filmes dentro do gênero terror é o famoso jump-scary que nada mais é do que aqueles filmes aonde coisas surgem do nada, pessoas gritam e tudo mais parecendo um grande trem-fantasma daqueles parques de diversão bem fajutos de antigamente, mas quando é bem feito, mesmo usando desse artifício um filme acaba segurando o espectador para ter o algo a mais que tanto esperamos ver. Dito isso, posso afirmar que "A Possessão de Mary" até tentou ser um algo a mais colocando um ator de peso na trama, e uma história de miolo até que razoavelmente convincente com o que é dito logo na abertura escrita, mas o fantasma é tão fraco, o estilo das mortes são tão clichês, a loucura, e tudo mais que nem uma onda imensa para dar uma certa tensão no momento de chuva em alto mar salvaria a trama do desespero que acaba sendo, e assim sendo, o filme não chega a ser uma tremenda bomba, sendo até daqueles que dá para curtir numa sessão da tarde, mas passa completamente longe de ser um filme de terror que cause algo a mais no público.
O longa nos mostra que David é um capitão de colarinho azul que luta para melhorar a vida de sua família. Estranhamente atraído por um navio abandonado que está em leilão, David impulsivamente compra o barco, acreditando que será o bilhete de sua família para a felicidade e a prosperidade. Mas logo depois que eles embarcam em sua jornada inaugural, eventos estranhos e assustadores começam a aterrorizar David e sua família, fazendo com que se voltem um contra o outro e duvidem de sua própria sanidade.
Diria que toda a criatividade que Anthony Jaswinski teve para com o roteiro de "Águas Rasas", aqui ele deixou na casa dele ao entregar algo sem muita dinâmica e sem muita desenvoltura para um diretor de episódios de séries (frisando episódio, pois é daqueles que só pegam um capítulo de uma série de vários e acaba saindo jogado) chamado Michael Goi, e o resultado acaba sendo um filme de sustos espalhados, que nada entrega demais, e que até tenta ser algo no meio do cinema de terror, mas vemos o filme esperando o algo a mais, meio que já sabendo onde ele está, e a hora que acontece, o que acontece? O filme acaba! Ou seja, o diretor poderia ter reduzido todo o filme pela metade, e contado a partir da última cena o que rola ali, pois aí sim teríamos um suspense/terror de ação, e o longa encaixaria muito melhor.
Sobre as atuações, sabemos bem a capacidade de Gary Oldman, e ficamos a todo momento nos perguntando se a crise bateu na sua porta também para estar caindo em projetos desse tipo, pois aqui qualquer ator de esquina faria o mesmo papel, além de não queimar sua carreira, ou seja, ele faz bons trejeitos, trabalha seu David de uma maneira coesa para o papel, mas não tem como ninguém recuperar um roteiro fraco, e ele certamente viu isso na metade do filme, pois vemos uma descida de nível seu da metade para a frente, e ele inclusive passa a aparecer menos na trama. Dessa forma, Emily Mortimer pode ser considerada a protagonista da trama com sua Sarah, afinal é a pessoa que mais aparece no longa, e ela se esforçou para não ser singela demais, criando olhares meio jogados, e sabendo dosar o temperamento forte da personagem, com o seu passado, e claro com o seu futuro, de modo que a jovem até faz alguns atos bem feitos, mas poderia ter passado mais temor em alguns momentos para soar mais verdadeira. Quanto dos demais, as garotas Stefanie Scott e Chloe Perrin até soam bem com seus medos e tensões, mas nada que valesse um destaque propriamente dito, mas a cena do copo que tem no trailer inclusive é uma das melhores do longa, e elas fizeram muito bem, e os outros dois tripulantes Owen Teague e Manuel Garcia-Rulfo começaram fracos demais, mas quando a loucura/possessão pega passaram a chamar atenção pelo menos, ou seja, fizeram caras e bocas interessantes nos seus atos de raiva. Quanto da investigadora, vivida por Jenifer Esposito, talvez um abajur em cena fizesse mais diferença.
No quesito visual a trama praticamente se passa toda dentro de um barco que aparenta ser minúsculo, mas que se olharmos o tanto de cenários que conseguiram fazer no seu interior parece quase um veleiro imenso, pois temos dois quartos, sala, cozinha, despensa enorme aonde colocam caixas, cômodos escondidos, além claro da sereia esculpida na frente do barco e um convés bem amplo para as cenas corridas, além claro de se passar em mar aberto aonde quase nem vemos ondas mesmo com grandes chuvas (acho que esqueceram de colocar isso nas filmagens na piscina, mas a gente releva!!). Ou seja, uma cenografia até que bem elaborada, que não foi muito bem gasta, mas que passa a mensagem do longa.
Enfim, é um filme fraco que até tinha potencial para ir muito além, pois como já falei no melhor ato de onde tudo poderia se desenvolver o longa acaba, deixando brecha para talvez um segundo (o que espero que não aconteça!), e com isso o filme acaba não sendo daqueles que recomendamos para os amigos, não que ele seja uma tremenda bomba, só que será gastar dinheiro e tempo à toa vendo um filme sem muitas atitudes, e que não desenvolve o que deveria. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até lá.
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