Posso dizer que fui ver "Ameaça Profunda" já imaginando a tremenda bomba que seria, mas dei a chance imaginando que se o filme passasse a tensão de estar preso quilômetros abaixo da superfície, com uma densidade bem colocada, talvez o resultado fosse menos previsível, porém ao aparecer os bichos em cena, meu Deusssssss só torcia para que não piorasse, pois era a mistura do bicho que vimos em "A Forma da Água" com desenhos bizarros, mas não, ao chegar próximo do fim aparece uma outra criatura mais bizarra ainda, que lembra os desenhos do tchululu (se você não sabe o que é isso pesquise no Google), ou seja, algo extremamente fora de base, de modo que poderiam colocar qualquer ator para queimar, afinal não tem como não rir mesmo no meio de toda a tensão que o longa passa, e ao final só queríamos uma coisa: ir embora da sala. Ou seja, um filme com uma ideia até que razoável, mas que no desenvolvimento acabou indo literalmente por água abaixo, e mesmo com efeitos até que bons, não se salva nada.
O longa nos conta que seis membros de uma tripulação estão presos em uma instalação submarina que está sendo inundada em alta velocidade como resultado de um terremoto devastador. Sua única chance de sobreviver é atravessar o leito oceânico até uma distante plataforma de petróleo abandonada. Além dos desafios físicos envolvidos na viagem, eles rapidamente descobrem que estão sendo caçados por predadores marinhos míticos e monstruosos, dispostos a matá-los.
Volto a frisar que a ideia em si de mostrar a loucura embaixo da água, o processo de não saber como voltar para cima ou sobreviver quando algo de errado acontece em lugares fora do comum é bem boa, e só isso já daria uma tremenda trama de terror para o diretor William Eubank trabalhar seu filme, criaria travamentos de pessoas egoístas, e tudo mais, mas não, ele achou que colocar um monstrengo imenso e diversos peixes-homens atacando as pessoas era uma boa ideia para criar tensão, e convenhamos no começo até assusta as aparições rápidas, parecendo quem sabe ser um tubarão ou algo do tipo que tá atacando, até aí iria ser coerente, mas aí vemos uma primeira vez os bichos violentos e tal, e passa, então a protagonista junto com os mais fracos do grupo (claro!) chegam no lugar que tentavam ir desde o começo, e o que acham lá? Um exército de homens-peixe junto de um bichão maluco e estranho que certamente algum designer viu fotos do tchululu na internet e resolveu se basear para criar, e pronto, nessa hora confesso que desisti do que estava vendo e só comecei a rir por dentro, que não teria como piorar, mas tem, vemos ainda a protagonista que o mundo inteiro aprendeu a odiar por se fazer de sofrida em meio a lobos e vampiros, se fazer de heroína pensante para salvar os demais, ou seja, pela primeira vez estou lotando o texto de spoilers, e o motivo é um só, fuja.
Falar das atuações é algo que até não é difícil aqui, afinal todos são bons atores, mas caíram em papeis tão jogados que não deu para salvar, para começar temos Kristen Stewart que arrebatou diversos prêmios após sair da saga que queimou seu filme, fazendo um longa francês envolvente, mas ultimamente seu agente tem lhe jogado em cada bomba que tá começando a ficar difícil para a jovem não voltar a ser carta frequente no Framboesa de Ouro, e aqui sua Norah, uma engenheira mecânica, aparentemente conceituada entre todos os que sobreviveram ao primeiro impacto (só sobrou conhecidos bem amigos - algo meio estranho!!), faz cada introspecção que chega a dar medo, fora que parece estar com medo sem nada ser dito, ou seja, falhou e muito. Vincent Cassel é daqueles que também aceita diversas propostas estranhas, e aqui seu capitão tem ideias que brotam do nada, e atitudes mais imprevisíveis possíveis, criando situações exageradas, e fazendo claro, caras exageradas também, mas ao menos tentou se desenvolver num papel ruim. Quanto aos demais, chega a ser até forçado toda a palhaçada que T.J.Miller faz com seu Paul, de modo que até minutos antes da sua última cena ficamos sempre na dúvida do que ele poderia fazer ainda pior, Jessica Henwick só sabe parecer desesperada, sem fazer nada para com sua Emily, e John Gallagher Jr. é quase um peso morto, além claro de Mamoudou Athie não durar nem para o começo do filme, ou seja, um elenco que beira a piada.
Na parte visual do longa ao menos tivemos alguns momentos bem interessantes no começo da trama, mostrando muitos detalhes do ambiente, trabalhando alguns elementos cênicos marcantes com bichos de pelúcia, mostrando uma destruição forte com muitas faíscas e ambientes quebrados, com mortos, e tudo mais, na sequência vemos alguns trajes imponentes que certamente pesaram horrores para que os atores se locomovessem com aquilo, já no fundo do mar tivemos elementos interessantes com cabos e tudo mais, mas aí chegamos de novo no problema dos bichos, que não tem salvação, já tinha dito que no ganhador do Oscar de 2018, o personagem protagonista era algo muito estranho, e suas formas de peixe até eram algo que parecia interessante, mas aqui tentaram algo parecido e ficou muito falso de ver, com coisas se mexendo e brilhos estranhos, aí vem o bicho gigante que tentaram escurecer o ambiente para não vermos detalhes grotescos, mas é muito ruim, ou seja, volto com minha ideia de que se tivessem mantido sem os monstros o resultado seria incrível, mas não fiz o roteiro, então o jeito é ficar com dó dos artistas visuais que tiveram de criar isso. Embora seja um filme numa zona completamente escura, foram espertos com os figurinos cheios de luzes para dar uma amenizada na fotografia escura, e o resultado acaba chamando atenção ao menos com o que conseguimos ver, e assim valeu a ideia ao menos.
Enfim, um filme que vai até causar uma certa tensão, provocar alguns leves sustos, mas que se pararmos para analisar ele como um suspense com história nem dá para classificar ele como mediano, sendo de ruim para baixo, ou seja, não tem como recomendar ele de forma alguma para ninguém, o que é uma pena, pois volto a frisar que a ideia em si é razoável e daria um bom filme. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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