Quem disse que quem perde um reality show não alcança um bom sucesso? Três garotas disputaram o The Voice Kids em 2016, não ganharam, mas formaram um girlband, e após várias músicas e clipes decolarem eis que surge agora um longa na carreira das garotas denominadas BFF Girls. Claro que o longa "O Melhor Verão Das Nossas Vidas" está bem longe de ser uma obra prima, pois relembra um pouco os episódios da novela teen Malhação na época que tinha bandas e escola, e com isso não tentam nem fluir nada além com a história, brincando com amores, com brigas de escola, recuperação, e sucesso musical é claro, mas também passa bem longe de ser daqueles filmes jogados sem proposta, de modo que com uma edição bem dinâmica, cheia de recortes, quadrados, aplicativos e efeitos bobinhos, o resultado até passa rápido e vai agradar o público alvo que são jovens adolescentes, mas certamente quem for mais velho conferir sairá da sessão mais reclamando do que tudo. Ou seja, é o famoso filme básico, para ajudar a decolar a carreira das jovens, apresentar novas músicas, e mostrar que possuem tino bem desenvolvido para atuação também, mas que não vai nada surpreender, e com isso, muitos vão preferir passar reto pelo longa, mesmo ele não sendo ruim.
O longa nos conta que Bia, Giulia e Laura (BFF Girls) conseguem uma grande chance de participar de um Festival de Música muito famoso no Guarujá. Só que todos os planos dessas três amigas vão por água abaixo quando elas descobrem que ficaram de recuperação na escola. Assim elas terão uma missão arriscadíssima pela frente: ir ao Festival sem que seus pais fiquem sabendo.
Além das garotas estreando na telona, também tivemos o diretor Adolpho Knauth iniciando a carreira de longas metragens, e o roteirista Cadu Pereiva também, de modo então que podemos dizer que basicamente o longa foi um grandioso experimento para todos, e até que conseguiram ser dinâmicos e criativos, trabalhando bem movimentos na edição com elementos alegóricos vindos dos aplicativos que são moda atualmente, trabalharam com cenas simples e bem rápidas para que ninguém necessitasse entregar uma atuação ou direção mais cadenciada, e com isso o filme até que funciona dentro do que se propôs, sem nada que faça dele um filme para se pensar ou daqueles que qualquer um que parar para conferir saia feliz com o resultado, mas dentro da ideologia proposta, a trama agrada bem e diverte com algumas sacadas razoáveis.
Sobre as atuações, diria que todos fizeram o possível para chamar a atenção sem exagerar em trejeitos, de modo que não vemos nada surpreendente, mas também nada que desabonasse o que as três garotas fizeram em cena, sendo assim Bia, Giulia e Laura foram coerentes nas ações e se mostraram bem dinâmicas. Enrico Lima entregou alguns atos bem simples com seu Julio, porém exagerando um pouco na dramaticidade para parecer desesperado, e isso geralmente não funciona bem, e ele acabou soando um pouco artificial demais, mas nada que tenha atrapalhado o resultado, pois ele se envolve fácil na trama, e acaba soando convincente ao menos os exageros. Giovanna Chaves e Bela Fernandes fizeram bem os opostos com suas Helô e Carol, e souberam entregar personalidade com seus papeis, mas nada que surpreendesse muito, afinal o filme não pedia muito delas também. O comediante Maurício Meirelles, podemos dizer que fez seus trejeitos tradicionais, e brincou um pouco em cena, exagerando na medida do possível, mas sem forçar tanto a barra com seu Denis. Já por outro lado, sorte a nossa que Marvio Lucio ou Carioca como é mais conhecido apareceu pouco com seu Professor Caramez, pois nas poucas cenas dele já forçou a barra ao nível máximo. Agora quanto aos demais é melhor nem comentar, pois foram apenas participações e olha com direito a exageros de todas as formas, e olha que são atores de novelas, de filmes e não deveriam exagerar tanto para aparece assim, então vamos deixar eles de fora do texto.
No conceito visual da trama, temos uma escola com uniformes tradicionais de filmes (saias para garotas e bermuda para os jovens), vemos uma pousada destruída que precisa ser refeita pelos protagonistas, e um festival fechado em uma praia, que parece mais aberto que tudo, com pouquíssimos figurantes, ou seja, poderiam ter caprichado um pouco mais na duplicação cênica para dar um resultado maior, mas como o filme é simples, talvez essa tenha sido a ideia original mesmo. Quanto aos elementos cênicos, o filme brinca muito com ideias da internet, de usar arroz para secar celular, além de envolver bem com emojis e coisas tradicionais de aplicativos mesmo, ou seja, nada muito elaborado, mas também não ficando falho dentro do que propuseram.
Uma coisa que me deixa muito chateado realmente com filmes nacionais que envolvem boas canções é eles não divulgarem os álbuns nas plataformas de música, deixando tudo em segundo plano, e aqui o filme é feito praticamente para divulgar as BFF Girls, então quem quiser escutar as músicas das jovens cantoras terá de pesquisar soltas, pois não fizeram um álbum do filme para divulgação.
Enfim, é um filme simples, mediano, porém divertido, e que dá para passar um tempo, e que mesmo cheio de defeitos funciona para o público alvo, que são adolescentes, mas principalmente os que curtem as garotas nos diversos meios sociais online, ou seja, quem for fora dessa bolha talvez saia da sessão sem entender nada do que viu na telona, mas os demais que andam indo são os que vão gostar, e assim segue o cinema de estilo, e fica dessa forma a recomendação. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, encerrando as estreias dos cinemas, mas volto em breve com textos dos filmes do streaming, então abraços e até breve.
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