Nem sempre transformar um estilo em outro funciona, e longas de espionagem possuem um formato próprio que acaba soando intrigante pela forma própria que acabam funcionando. Então ao desenvolver "Um Espião Animal", o principal erro ficou em entregar um estilo sério demais que não cativaria as crianças, com algo cheio de firulas que não prende tanto os adultos, e dessa forma a trama embora seja bem construída, acaba ficando no meio do caminho, o que resulta em algo estranho, mas divertido em alguns atos. Ou seja, não diria que tenha sido uma animação que vá ser lembrada daqui alguns anos, mas que talvez uma continuação faça funcionar tudo depois e resulte em algo melhor.
O longa nos conta que o superespião Lance Sterling e o cientista Walter Beckett são completamente opostos. Lance é sofisticado, elegante e atraente. E Walter... não. Mas a habilidade social que falta em Walter é compensada por sua esperteza e uma fantástica capacidade de inventar coisas incríveis para Lance usar em suas missões épicas. Mas quando algo inusitado acontece, Walter e Lance terão que confiar um no outro de um jeito completamente novo. E se essa dupla estranha não conseguir trabalhar como um time, o mundo todo estará em perigo.
Diria que a estreia dos diretores Nick Bruno e Troy Quane, depois de muitas outras animações em setores artísticos foi razoável, pois conseguiram ser criativos na formatação cênica, e brincaram bastante com ideias de ciência e gênios malucos que preferem o bem ao invés de armas assassinas, e essa sacada até tinha tudo para dar certo, porém faltou algo a mais na trama para funcionar: decidir o público alvo, pois não vemos nem algo bobinho para crianças rirem e dançarem, nem algo mais sério e emocionante para funcionar para jovens e adultos, de modo que o filme até flui, mas não envolve tanto como poderia. Claro que estou exigindo um pouco demais do filme, mas a ideia em si tinha tudo para ir além, mas optaram pelo simples, e as vezes ousar é a melhor opção. Ou seja, aqui acredito que foi a falta de uma experiência maior por parte dos diretores de não atacar tanto, pois outros fariam algo a mais com certeza que ligaria tudo a vértices maiores.
Sobre os personagens foram bem sacados os formatos do desenho nos atores americanos que representam, tanto que Lance é a cara completa de Will Smith, e aqui dublado por Lázaro Ramos até que funcionou bem, mas ainda acho que faltou ritmo no personagem já que era o maior espião da agência, e ficou simples demais. Enquanto Walter tem todos os trejeitos de Tom Holland e acabou funcionando bastante dentro da trama, mas ainda poderia ter ido além com jeito de algo como um gênio mirim, não que seja ruim no que fez, mas ainda foi pouco. Claro que todos os pombos malucos ajudam bastante e divertem bem como secundários, mas ficaram apenas bobinhos o que não é muito legal. E quanto ao vilão e os policiais, inclusive com a esposa de Lázaro, Taís Araújo dublando, foram coerentes com suas personalidades, fazendo com que ficássemos com certas raivas de suas atitudes, o que é funcional para uma trama.
No aspecto técnico, a BlueSky sempre entrega boas perspectivas cênicas, e aqui abusaram bastante de muitas armas estranhas e engraçadas, muitos voos e perspectivas, além de muita purpurina para que os efeitos 3D funcionassem mais, não sendo nada muito impressionante, mas também mantendo a necessidade da tecnologia, ou seja, é um filme dinâmico, com uma modelagem até que bem feita, ambientes visuais bacanas e que resultam em algo bacana de ver inclusive com bons efeitos tridimensionais, mas ainda poderiam ter ido muito além.
Enfim, como vocês viram falei muito no texto que poderiam ter ido além na trama, e sendo assim, diria que o resultado final do longa foi algo mediano que não impacta tanto, mas também não decepciona, e dessa forma quem for conferir o longa com os filhos até terá bons momentos na sessão, mas sem um impacto para querer depois comprar algo relacionado com o filme, pois é simples demais para uma maior recomendação. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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