Já disse isso algumas vezes e sempre é bom repetir: vá sempre sem nenhuma expectativa, ou pensando até no pior para ver um filme, que a chance de gostar mais do que verá é bem alta, e isso foi o que aconteceu com a nova versão de "Dolittle", pois já tinha ouvido falar tão mal da produção, que tinha se queimado tanto nos EUA, que estavam até pensando em nem lançar nos cinemas do restante do mundo, mas eis que veio, e posso dizer sem dúvida alguma que é um longa divertidíssimo, bem encaixado dentro da proposta de algo inusitado, que até tem muitas falhas técnicas, mas que surpreende bastante por entregar os personagens de uma forma bem carismática e conseguir ter um começo/meio/fim definido, com a saga do protagonista sendo estranha de ver em sua busca por algo, mas que passa bem em cena, e que felizmente por vir somente cópias dubladas para o interior, acabou surpreendendo bem tanto nas vozes dos animais, quanto nas piadas. Ou seja, é o tradicional filme que víamos bastante nas sessões da tarde na TV, que tem um tom infantil, tem algumas bobeiras desnecessárias, mas que você acaba rindo, e o resultado funciona.
O longa nos conta que depois de perder a esposa, sete anos antes, o excêntrico Dr. John Dolittle, famoso médico e veterinário na Inglaterra da Rainha Victoria, se isola atrás em sua mansão, com a companhia apenas de sua coleção de animais exóticos. Mas quando a jovem rainha fica gravemente doente, Dolittle é forçado a partir em uma aventura épica para uma ilha mítica em busca de uma cura, recuperando suas habilidades e sua coragem enquanto cruza velhos oponentes e descobre criaturas maravilhosas.
O diretor Stephen Gaghan foi bem coeso no estilo que os produtores fantasiosos desejaram para reinventar uma trama que foi bem usada no passado, e embora tenha feito algo deveras infantil, ele soube usar de técnicas de animação bem feitas para se aproveitar do visual, criar todo um sentimento bem colocado, e principalmente desenhar tudo em cima de um conceito, pois o filme tem aberturas tanto para ser único e ficar só nisso, ou ir para outros rumos com continuações, e a grande sacada ficou pelo elo fantasioso não soar bizarro demais, de modo que acabamos nos acostumando com os animais, vendo a forma de tratamento e estudo do personagem principal, e que quem conferir o começo bem explicadinho em forma de desenho vai sair satisfeito com o que o diretor/roteirista fez, de modo que o filme se encaixa sozinho seja qualquer parte vista. Claro que por termos um filme que vem aparecer tão pouco tempo após a saga que muitos gostaram com Eddie Murphy fazendo o mesmo personagem, a maioria está reclamando horrores, outros estão incomodados com o estilo meio jogado do protagonista, e alguns até estão reclamando das loucuras dos animais, mas a sacada também está em tudo isso que falei vir a favor da trama, e sendo assim, ao menos para esse Coelho aqui, a diversão foi bem graciosa.
Não vou ir a fundo no quesito atuações, pois como falei o longa só veio dublado para o interior, mas posso dizer que Robert Downey Jr tem estilo para o formato escolhido para Dolittle, e até caberia bem nas mãos de Johnny Depp caso quisessem, pois tem um visual malucão, umas jogadas meio que de lado hippie, e boas cenas de ação e correria, de modo que o ator acabou se doando bastante para o personagem, trabalhou bem com a computação, e o resultado final funcionou. O garoto Harry Collett foi bem coerente nos olhares apaixonados pelos animais, e soube dosar bem seus atos para convencer de ser um bom aprendiz com seu Stubbins, e isso é legal de ver. Antonio Banderas mostrou estilo para com seu Rassouli, mas também faltou um pouco mais de tempo para desenvolver mais o personagem, e com isso apenas vemos e entendemos de forma subjetiva tudo o que aconteceu em seu passado. Quanto as mulheres da produção, a jovem Carmel Laniado até deu um ar sereno bonitinho para a produção, e talvez caso tenha continuações funcione bem para o filme, enquanto Jessie Buckley fez uma Rainha Victoria que só dormiu, mas não atrapalhou. Agora quanto dos animais, todos foram divertidíssimos, bem colocados, cheios de detalhes visuais que pareceram bem reais, e as vozes nacionais foram colocadas na medida certa, não incomodando de forma alguma como algumas dublagens sem sincronismo acabam sendo feitas, ou seja, perfeito nesse quesito.
Visualmente a trama é bem bonita mesmo, com ambientes coloridos, muitos elementos cênicos, animais cheios de detalhes bem reais, parecendo que filmaram junto em cena com os protagonistas, e com isso o resultado acaba chamando atenção, claro que por termos muita computação em cena, também temos alguns atos estranhos, mas não chega a ser um desastre, pois com um 3D bem trabalhado para segurar os detalhes, colocando boas sombras, mas sem grandes efeitos visuais, o resultado acaba se encaixando, e assim sendo o filme ficou bonito sem soar falso demais, afinal é notável cada ato computacional nos detalhes.
Enfim, está longe de ser um filme perfeito, daquelas obras de arte que vamos lembrar eternamente, mas é um filme gostoso de ver, totalmente família, totalmente daqueles que passarão muito nas sessões da tarde das TVs, e que como disse, quem for preparado para um filme simples vai se divertir bastante, e como de praxe, para fechar o filme tem uma música nova da Sia, que já virou costume de todos os filmes dos últimos anos, então vá sem esperar muito e ria bastante com as desenvolturas dos animais, com as bizarrices do protagonista, e seja feliz. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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