Não tem como não se emocionar com a maioria das cenas de "Luta Por Justiça", o que faz dele mais um longa obrigatório no conceito de obras com temáticas envolvendo racismo e o que foi feito em cima da obra baseada no livro do verdadeiro Bryan Stevenson foi algo para ser aplaudido por muitos em cada um dos festivais que concorrer, pois tudo foi bem trabalhado, a história conseguiu soar interessante e comovente, e principalmente tivemos atuações dignas de atores aclamados, que conseguiram trabalhar trejeitos, emoções e vivências na tela passando tudo e mais um pouco de cada um dos momentos dos condenados a pena de morte que foram defendidos pelo brilhante e jovem advogado. Ou seja, é daqueles filmes que alguns vão odiar e falar mal, mas a grande maioria que sabe das injustiças que ocorrem em muitos julgamentos, principalmente no que diz respeito à países/cidades racistas, vai se envolver muito e adorar cada ato do longa, valendo assistir com tanto afinco que nem verá passar os longos 136 minutos.
O longa acompanha o jovem advogado Bryan Stevenson e sua luta célebre por justiça. Após se formar em Harvard, Bryan poderia ter optado por um emprego com um bom salário. Ao invés disso, ele vai ao Alabama para defender pessoas que foram condenadas injustamente sem contar com representação adequada, onde terá o apoio da advogada local Eva Ansley. Um de seus primeiros – e mais polêmicos – casos é o de Walter McMillian que, em 1987, foi condenado à morte pelo assassinato chocante de uma jovem de 18 anos, apesar das evidências que apontavam sua inocência e o fato de que o único depoimento contra ele veio de um criminoso com motivos para mentir. Nos anos que se seguem, Bryan se envolve em um labirinto de manobras legais e políticas, além de racismo, à medida que luta por Walter e outros como ele, contra todas as adversidades – e o sistema.
É bem interessante conhecermos um pouco mais do diretor havaiano Destin Daniel Cretton, pois fazendo longas mais direcionados, com temáticas fortes acabou vindo pelas beiradas, e aqui ele já entrega um filme tão envolvente, aonde conseguiu adaptar o livro biográfico do advogado juntamente com diversos outros depoimentos filmados e com isso fazer algo brilhante para nos envolver de tal forma que certamente iremos querer ver mais dele, e em breve ainda virá com um dos filmes mais diferentes da Marvel, ou seja, não só já mostrou serviço aqui, como pode se tornar ainda mais famoso com o que apresentar lá para frente, mas como ainda não sabemos o que vai fazer por lá, posso garantir que o estilo entregue pelo jovem diretor é algo que poucas vezes vimos na telona, afinal ele segura a dramaticidade em enquadramentos diretos, e põe seus atores para forçar a emoção, e o resultado funciona demais.
Dito isso sobre o diretor, temos de ir direto falar das atuações, pois é um show a cada nova cena, e desde os personagens mais simples até os grandes protagonistas cada momento é vivido cheios de emoções e funcionam demais. E antes de falar dos dois principais, tenho de pontuar a emoção incrível que foi não só a cena de execução de Herb vivido maravilhosamente por Rob Morgan, como todas as cenas envolvendo o ator conseguiram ser fortes e bem direcionadas ao ponto de nos apaixonarmos pelo personagem, ou seja, deu show. Ainda falando de um secundário, tivemos praticamente quatro cenas incríveis de Tim Blake Nelson com seu Ralph Myers, e ele simplesmente segurou a onda com trejeitos fortes, com envolvimento e caiu muito bem para o personagem. E claro falando do protagonista, tivemos Michael B. Jordan trabalhando seu Bryan Stevenson com uma vivência forte, segurando a emoção em cada ato mais envolvente, e mostrando uma força fora dos padrões para um advogado, emocionando sem se esforçar e agradando demais quem gosta de um bom longa de tribunais. Outro que foi preciso demais é claro Jamie Foxx, que acabou entregando seu Michael de forma serena, com atos calmos, mas com uma imponência no olhar única de se ver, o que acaba ficando em nossa mente sem precisar de muito, ou seja, também deu show. Além de muitos outros que acabaram acertando a mão em cada detalhe, e daria para falar muito mais, mas vale o destaque para Brie Larson com sua Eva, Rafe Spall com seu Chapman e O'Shea Jackson Jr. com seu Ray.
Visualmente o longa entregou bem os anos 80 com carros, casas e locações características de filmes do estilo, mostrando prisões, as famosas execuções nas cadeiras elétricas (inclusive em uma cena fortíssima mostrando tanto a preparação como o ato sem precisar focar na descarga!), e claro com todas as polêmicas envolvendo diversos estados do Sul dos EUA, trabalhando bem figurinos, cabelos, e criando diversas perspectivas com bem pouco, o que acaba nos envolvendo até mais do que se fosse uma grande produção, e com isso o resultado funciona bem mostrando as diversas diferenças entre as pessoas negras e brancas no condado americano.
Enfim, é um filme incrível, que já pelo trailer imaginei que fosse ser muito bom, mas que foi muito além, e que mesmo tendo alguns defeitos, e algumas oscilações de desenvolvimento, acaba agradando demais, e vale muito a recomendação para que todos vejam o que rolava na época e que se formos a fundo ainda ocorre bastante pelo mundo afora. Então vá aos cinemas, confira e se emocione com tudo o que o longa proporciona, pois vai valer a pena. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
PS: Hexitei em dar nota 10 para o longa, mas faltou um pouco mais de atitude por parte dos personagens brancos, ficando um pouco bobos demais em alguns atos, e assim sendo vou tirar um ponto do longa, mas vale muito o filme.
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