Como bem sabemos Hollywood anda bem escassa de ideias, e anda requentando projetos funcionais que já deram certo no passado, mas também sabemos que a maioria não tem dado certo e falhado mais do que acertado, então se alguém esperava algo a mais da continuação/reboot da franquia "O Grito", que já teve 3 filmes americanos e 3 filmes japoneses, essa pessoa nem pode ser chamada de ingênua, mas sim de sonhadora maluca que bebeu demais para esperar algo, pois não tem mais o que fazer, não dá para colocar o bicho estranho matando de formas mais bizarras possíveis, e tudo o que aparecer vamos saber aonde assustar, ou seja, fraco é pouco para tudo. Dito isso, o novo filme até tenta criar uma tensão extra, tem uma montagem bagunçada a rodo para tentar tampar furos, e principalmente tem cenas de sustos desprevenidos, mas ainda assim não empolga, e vai ser daqueles que quem conferir na próxima semana nem lembrará de ter visto, ou seja, descartável como praticamente todos os outros 5 sem ser o primeiro longa japonês de 2002.
A sinopse nos conta que em uma casa, uma maldição nasce após uma pessoa morrer em um momento de terrível terror e tristeza. Voraz, a entidade maligna não perdoa ninguém, fazendo vítima atrás de vítima e passando a maldição adiante.
O diretor e roteirista Nicolas Pesce até tentou causar com algumas cenas fortes em seu filme, e com isso chegamos a ter até alguns momentos de tensão, mas ele falhou demasiadamente na edição, criando uma bagunça imensa entre os anos em que o filme se passar (2004, 2005, 2006) e com isso chega a ter momentos que tudo se passa nos mesmo momento, afinal os mortos continuam aparecendo em anos diferentes, e o resultado vira um carnaval só de ideias. Claro que o diretor não quis colocar elementos clássicos do filme original, e com isso os fantasmas deram algumas leves mudadas, e alguns podem até reclamar muito disso, mas a ideia era de um reboot, mostrando no começo a ideia do filme antigo como acabou, e para que rumos novos poderia ir, e isso não é algo muito bom de ver. Ou seja, o resultado geral da trama é confuso, sem muita atitude dos protagonistas, e até passa sem que reclamássemos exageradamente, de modo que um dia deitado em casa até dá para perder uns minutos vendo as cenas interessantes da trama, mas no cinema confesso que poderia ter me arrepiado um pouco mais.
Um dos pontos mais fracos do filme sem dúvida alguma ficou a cargo das atuações, pois Andrea Riseborough deve ainda estar se perguntando qual era sua real finalidade na trama com sua Detetive Muldoon, pois sim ela investiga bastante, tem suas cenas intensas numa saleta de vídeos, mas parece estar sem animo em 99% das cenas, o que chega a ser desanimador, e o garotinho que vive seu filho foi quase um enfeite cênico, aparecendo na cena que já vimos no trailer, e depois servindo para mais nada, ou seja, quiseram dar voz a uma detetive feminina, mas nem usaram nada de impactante para servir o formato. John Cho até tenta criar um corretor dinâmico com problemas familiares com a esposa grávida de uma criança doente, mas também só serve para ter alguns atos mais assustadores, pois não usam esse argumento para mais nada, ou seja, tanto o jovem ator quanto sua esposa serviram para dois ou três atos. Ou seja, a responsabilidade cênica ficou para o trio de velhinhos, que até manda muito bem, principalmente por Lin Shaye que costuma sempre estar entre os bonzinhos em filmes de terror, mas que aqui tem as cenas mais intensas com sua Faith Matheson, tivemos também Frankie Faison tentando ser imponente com seu William, que até tem uma história complacente para a ideia de morar na casa, e Jakie Weaver aparece como alguém que ajuda as pessoas a morrer, mas que acaba mais ficando com medo dos mortos do que tudo, ou seja, poderiam ter usado mais eles, e quem sabe o filme renderia mais. Já os fantasmas vividos por Zoe Fish com sua Melinda, Junko Bailey como Kayako e os demais até tentaram causar, mas só apareceram aterrorizantes, sem muito mais. Agora o policial vivido por Demián Bichir foi enfeite também, não indo nada além na trama, sendo quase um objeto cênico, mas pelo menos deu brecha para que Bradley Sawatzky fizessem cenas intensas como seu parceiro maluco. Ou seja, ninguém salvou o filme.
No conceito cênico, a trama tem casas assombradas marcadas com tudo o que sempre vemos em filmes de terror, uma delegacia que fizeram questão de mostrar a todo momento o número 666 invertido na porta, mas que nada acontece por lá, e ao menos tivemos corpos em decomposição bem fortes, juntamente com cenas bem violentas de sangue, puxando a trama mais para o lado gore do terror, mas como não era essa a ideia da trama, não foram muito além. Como todo bom filme de jump scare, a fotografia é quase que integralmente escura, e resulta em alguns momentos que pegam o público desprevenido com os bichos vindo com maquiagens bem feitas, mas nada que você que já viu diversos filmes de terror não saiba o momento que vai acontecer, e assim sendo o filme falha também.
Enfim, é um filme que diria razoável por tratar de alguns temas fortes como depressão, loucura, morte assistida, velhice, doenças de gravidez, mães solteiras, filhos que cuidaram de mães até a morte e não sabem o que fazer, mas que por não entrar em nenhum tema específico, e deixando tudo isso apenas de lado para assustar/causar, acaba falhando demais, além claro da bagunça de épocas, e assim sendo, muitos que forem conferir sairão da sessão decepcionados, mas é a vida dos terrores atuais, e dessa forma nem dá para recomendar o longa. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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