Pois bem meus amigos, que somos envenenados involuntariamente todos os dias isso eu já sabia, mas que praticamente tudo começou com o lançamento das panelas de teflon pela grandiosa empresa química descobridora do produto é mais um conhecimento que levo para o túmulo após conferir um filme!!! E certamente muitos irão ficar extremamente bravos durante a exibição de "O Preço da Verdade", tanto que no final a sessão já estava quase parecendo uma sala de debates com cada casal nas suas poltronas discutindo toda a revolta do protagonista, e quem estava sozinho discutindo com sua mente como foi meu caso, pois a trama é daquelas revoltantes, que revelam coisas duras, que mostram que organizações gigantes dominam o mundo e nada se pode fazer a não ser ficar dando murro em ponta de faca até o sangue jorrar, mas com toda certeza acabamos aprendendo muito com o longa, e o resultado de ótimas atuações, de um texto forte, e de uma recriação de quase 15 anos na tela foram precisas e imponentes ao ponto de criar discussões e reflexões, e isso sem dúvida faz valer a conferida.
O longa conta a história chocante e heroica de um advogado que arrisca sua carreira e família para descobrir um sombrio segredo escondido por uma das maiores empresas do mundo e levar justiça a uma comunidade perigosamente exposta por décadas a produtos químicos mortais.
O advogado de defesa ambiental corporativo Rob Bilott acaba de firmar uma parceria em seu prestigiado escritório de advocacia em Cincinnati, em grande parte pelo seu trabalho por defender grandes empresas do setor químico. Ele se vê em conflito depois de ter sido contatado por dois agricultores da Virgínia Ocidental que acreditam que a fábrica local da DuPont está despejando lixo tóxico no aterro que está destruindo seus campos e matando seu gado. Na esperança de descobrir a verdade sobre o que está acontecendo, Bilott, com a ajuda de seu parceiro na empresa, Tom Terp, registra uma queixa que marca o início de uma luta épica de 15 anos - que não apenas testará seu relacionamento com sua esposa, Sarah, mas também sua reputação, sua saúde e seu sustento.
É interessante demais ver o peso que o diretor Todd Haynes colocou em cima dos ombros do protagonista com o texto forte e bem pegado que o filme tinha, pois ele trabalhou toda a trama ao redor da densidade que poderia envolver o público e isso funcionou muito, afinal longas que usam argumentos jurídicos, trabalhos de advogados, processos e tudo mais costuma prender demais a atenção de todos, e o filme consegue esse feito na medida certa, sem precisar correr com a trama, nem cansar o público com informações demais, de modo que mesmo entrando sempre na tela datas, isso só serve para relevar toda a burocracia de tempo que um grande processo leva, mas o filme deslancha fácil, e isso era tudo o que Haynes precisava para agradar. Claro que quem não é fã de dramas, de advogados, ou até mesmo tem raiva de saber que tudo no ar está nos matando e não quer crer que essa seja uma verdade, irá reclamar demais do filme, mas a reflexão passada tanto pelo texto jornalístico no qual o filme é baseado, quanto pelo ótimo roteiro criado para que a direção brilhasse é daqueles momentos que vamos certamente lembrar, e digo mais, alguns vão chegar em suas casas e jogar fora tudo que tiver teflon, pois volto a frisar que nunca tinha imaginado do perigo dessa tecnologia maravilhosa que não faz nada grudar, mas que no fundo ajuda a nos matar um pouquinho a cada dia.
Sobre as atuações temos de voltar a um ponto que sempre falo, Mark Ruffalo é o famoso ator completo que quando achamos que algum elemento está prestes a dar errado, ele tira algo de seus olhares, faz um movimento corporal incrível e brilha em cena, de modo que seu Rob é perfeito cenicamente, cheio de vontade, preciso em cada detalhe, e é até engraçado que no final mostram a cena de uma festa aonde o verdadeiro Rob apareceu, e até o estilo dos olhares batem, ou seja, deu show na telona. Outro que deu um belo show na telona foi Bill Camp que veio com tudo com seu Wilbur Tennant, fazendo trejeitos nervosos, incorporando momentos enfáticos e sabendo dramatizar cada cena sua na telona, ou seja, foi muito bem em cena. Anne Hathaway ficou meio que de lado a trama quase inteira, mas sua cena no hospital foi daquelas memoráveis que certamente ganharia uma indicação por ela, pois foi densa e direta. Tim Robbins conseguiu fazer quase todas suas cenas sentadas, colocando um Tom meio que disperso, mas enfático no que tinha de pontuar, e chamou a atenção dessa forma. E para fechar temos de pontuar o quão cínico conseguiram deixar Victor Garber com seu Phil, trabalhando bem no estilo de grandes empresários que pouco estão se lixando para tudo, mas ainda enganando sem pesar na consciência, ou seja, também foi bem colocado.
Visualmente o longa quis brincar com as diversas épocas em que o longa se passa e trabalhou bem penteados, roupas, elementos cênicos, carros, e usou também muito do recurso da fotografia granulada que acabou dando um certo charme para a trama, mas poderiam também ter ido mais além para mostrar as doenças dos animais, pois só as partes infectadas na cena com a granulação acabou não ficando muito bem demonstrada, ou seja, a equipe de arte foi bem coerente com os diversos atos, mas poderia ter ido muito além se não fosse um filme de baixo orçamento.
Enfim, é um filme bem tenso, que nos envolve, faz refletir, e que com boas atuações ainda faz o público ficar bravo com certas situações, ou seja, é daqueles que mesmo não sendo uma produção memorável, certamente iremos lembrar daqui a alguns anos, principalmente quando ouvirmos falar algo de teflon, C8 ou PFOA, e assim sendo vale a recomendação de conferida tanto pela história, quanto pela informação passada. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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