Como todos bem sabem aqui costumo colocar o que entendi sobre cada filme, e principalmente sem ler nada de outros lugares, então pode ser que esteja completamente errado sobre o que entendi sobre "Os Órfãos", pois o filme literalmente acaba com uma cena em andamento, o que acabou praticamente mudando tudo o que estava imaginando sobre a produção que mais parecia ser sobre uma enorme casa mal-assombrada (que lembrando os vários memes da internet - fantasma é tudo burguês que só assombra mansão e família rica!), mas que na virada da última cena praticamente a trama se volta para algo mais psicológico sobre a debilidade da protagonista, e dessa forma me fez crer que a ideia passada seja em cima disso, de tudo não passar de uma loucura da cabeça dela. Sei que isso pode ser um spoiler imenso para que todos os próximos que lerem aqui e forem conferir mudar a opinião, mas vejo que essa forma pode ser a que façam melhor proveito da trama, pois senão a chance de sair reclamando de um final completamente aberto é altíssima, pois foi o que o ocorreu na sessão semi-lotada que estava, aonde todos saíram reclamando demais, ou seja, fica a dica. Também vale pensar dessa forma pelo filme ser a adaptação de um conto de Henry James chamado "A Volta do Parafuso", que será usado também na segunda temporada da série "A Maldição da Residência Hill", e com esse nome dá para pensar na ideia de loucura, por falas da empregada, e tudo mais, ou seja, fica sendo minha opinião, e quem tiver mais alguma fiquem a vontade para discutir nos comentários. Dito isso, o longa é um filme quase que sem sustos, que trabalha algumas cenas rápidas para tentar pegar o espectador durante quase todo o longa, mas que fecha de forma quase absurda parando o filme e subindo os créditos, que se fosse na época dos rolos ainda, diria que o montador esqueceu uma parte para passar, mas que dá para analisar como algo aberto para pensarmos, e assim deve ter sido a ideia da diretora, que acabará sendo muito xingada mentalmente por vários espectadores.
O longa nos mostra que Kate é uma jovem professora contratada para trabalhar como governanta na mansão de uma família rica. Na casa, localizada em Essex, Londres, vive Flora e Miles, irmãos órfãos que perderam ambos os pais em um acidente próximo à casa. No entanto, ela logo percebe que no local existem outros moradores, não necessariamente vivos.
Após uma tonelada de videoclipes a diretora Floria Sigismondi resolveu fazer um longa metragem, então analisando dessa forma como uma primeira grande experiência, podemos dizer facilmente que seu filme tem muitos problemas técnicos, além do final maluco que vai deixar grandes conflitos, a trama peca em tentativas de sustos gratuitos, pois surgem com uma certa lentidão, e dessa forma acabam não causando o espanto casual do estilo, porém posso dizer que ela soube criar bem o ambiente de sua história, pois a casa tem tantos bons locais para criar tensão, os sonhos são intensos, e as atuações também acabam causando algo de forma a vermos que ela pelo menos tem propriedade no quesito terror, e se talvez melhorar um pouco a mais e não querer deixar pontas abertas, seu próximo filme pode funcionar bastante.
Fiquei me perguntando qual o motivo de um longa de terror estar tão cheio, e principalmente por adolescentes menores que os pais precisavam entregar autorizações na portaria para deixar eles entrarem (censura 14 anos, que menores só podem acompanhados dos pais!), e agora descobri que o jovem protagonista Finn Wolfhard é de uma série famosa, que não acompanho, mas que muitos amam, então diria para os fãs que aqui ele foi razoável, não sendo impactante como foi em "It - A Coisa", mas fazendo algumas caras tensas para seu Miles, sendo um mal elemento, mas trabalhando bem para o que o personagem pedia, de modo que não acrescenta muito para a trama, mas também não atrapalha. Mackenzie Davis entregou uma Kate interessante, mas com receios demais, fazendo com que sua personagem a todo momento tivesse uma dúvida, um medo, uma insegurança, e isso ficou meio que estranho demais de alguém que aceita um trabalho desses, de forma que pensarmos em sua loucura é algo até mais viável do que um emprego realmente em uma casa assombrada, mas pode ser algo completamente diferente, e assim ela poderia ter ido além. A jovem Brooklynn Prince continua sendo uma graça de trejeitos, que tanto amamos ela mesmo com olhares mais tensos aqui, quanto o que fez há 2 anos em "Projeto Flórida", de forma que sua Flora acaba interessante de ver, e bem dosada de estilos, podendo até ter feito o básico, mas acaba agradando bem no estilo que o filme pedia. Já por outro lado Barbara Marten entregou uma Sra. Grose bem estranha, daquelas que não sabemos o motivo de tanto rancor, mas que quase sendo um fantasma propriamente dito acaba entregando cenas fortes e interessantes, de forma que poderia ter sido até melhor usada.
Agora quem com certeza deu show na tela foi a equipe de arte, que conseguiram encontrar uma locação gigantesca, cheia de detalhes, com ambientes escuros sinistros, muitas bonecas feias, cortinas para todos os lados, corredores macabros, piscinas e lagos escuros, labirintos, e tudo mais que uma mega mansão deve ter, além claro de figurinos e fantasmas em sombras, o que deu um tom bem bacana para o filme, e que poderia ter surtido mais efeito nas mãos de um diretor mais efetivo, ou seja, é o famoso tenho muito pra mostrar e não sei como. A fotografia abusou de muitas cenas com quase total escuridão para pegar o público desprevenido em alguns momentos, mas nada que tenha atrapalhado o andar do filme, de forma que tudo passa bem, e é possível ver bem os detalhes.
Enfim, é um filme confuso, com pouca dinâmica, que até trabalha bem alguns elementos do terror, mas que falha demais na conclusão, e principalmente nas apresentações para que o longa pudesse ir para muitos outros caminhos, de forma que até conseguimos criar alguma conexão com ele, mas como o fechamento muda tudo o que imaginávamos, talvez só revendo para dizer que acertaram em algo, e não vou dizer que é algo que valha a pena. E sendo assim, também não o recomendo para ninguém. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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